Beleza

Cabelo em transição: como manter os fios bonitos em casa?

O período de isolamento sacudiu as bases da beleza capilar. Como lidar com os fios indo menos ao salão? A resposta pode estar na textura, na cor e no comprimento natural e saudável de suas madeixas
Cabelo em transição
Cabelo em transição

Se no começo da quarentena a preocupação era a queda – que subiu à cabeça sem pedir licença, por conta do estresse, dieta desequilibrada e pouco sono – agora o Google viu as buscas por crescimento capilar crescer, crescer e crescer. Não é à toa que apesar de os salões terem reaberto, provavelmente vamos mudar o nosso jeito de consumir os seus serviços, deixando de aparecer por lá na mesma frequência de antes.

Como lidar, então, com as tantas transições capilares que se apresentam? Tem a da textura natural – muitas cacheadas que viviam lisas ou escovadas passaram a conviver com os cachos. Tem também a da coloração – outras tantas mulheres resolveram abraçar a cor natural ou até mesmo os fios grisalhos. E há as que resolveram assumir fios mais longos, que pedem menos corte, mas exigem tratamentos (mesmo que em casa) para continuarem fortes e saudáveis.

Cachos pedem passagem

A quarentena chegou sem aviso e pegou as adeptas da escova desprevenidas – afinal, não dava para retocar a química que garantia fios lisos, muito menos fazer aquela escova linda de salão. Resignadas, umas mais cedo, outras mais tarde, começaram a se render à textura natural dos fios e procurar produtos que os mantivessem lindos – e cacheados. “O primeiro passo é nutrir profundamente os fios e, ao mesmo tempo, tomar coragem para encarar um corte big chop, mesmo que aos poucos”, diz Tiago Parente, hairstylist que comandou a comentada transição capilar da atriz Juliana Paes. “O corte é fundamental. Tem que ser exato e preciso. Além disso, é indispensável ter em mãos produtos de manutenção para o seu tipo de cabelo original”, pontua.

A questão é que em certa fase da transição, o cabelo fica com duas texturas completamente diferentes e para disfarçar, muitas mulheres apostam na escova. “Mas essa é uma opção que pode danificar os fios cacheados, pois o excesso de calor pode ter um efeito semelhante ao do relaxamento e afetar a textura natural do cabelo”, avisa Diego Marcsant, hairstylist do MG Hair Design, de São Paulo.“Recomendo cortar o cabelo a cada três meses para que o processo seja mais rápido e fácil”, acrescenta. Para escapar da quebra química – que acontece quando a transição capilar já está mais avançada e o peso do cabelo faz com que ele se parta justamente na emenda do fio – aumente a frequência do corte e da escova e chapinha.

Cor natural na cabeça

Existem poucas de nós que andam por aí de cabelo virgem, sem coloração. Pelo menos, depois dos 16 anos! Mas se a necessidade do isolamento fez bater aquela vontade de se libertar das luzes ou pelo menos de tornar o processo de coloração mais simples, assumir fios grisalhos exige estratégia. “A maneira menos traumática para o cabelo é não pintar mais e cortar toda a parte pintada. O cabelo grisalho curto fica muito charmoso! Você pode utilizar um xampu Silver para tirar o amarelado dos brancos ou matizar o grisalho com um tom acinzentado”, sugere Marcello Pascotto, hairstylist do salão L’Officiel, de São Paulo. Outra alternativa é optar pelo chapéu, lenços ou os pigmentos em spray para disfarçar o contraste entre as tonalidades.

No chuveiro: os lançamentos da temporada para manter os fios fortes, saudáveis e brilhantes

Cabelo em transição

1. NOURISHING SHAMPOO, DAVINES; Com queratina vegetal (de arroz) e um mix de aminoácidos que previne, restaura e devolve a beleza para cabelos severamente danificados.

2. TRATAMENTO LAMELAR EXTREME BLEACH RECOVERY, REDKEN; “Bandagem líquida” que adere à cutícula do fio descolorido, combate a porosidade e corrige todas as irregularidades da fibra. Para passar depois do xampu e antes do condicionador.

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3. CONDICIONADOR GENESIS, KÉRASTASE; Combate a quebra e a queda de cabelo por trazer na fórmula células estaminais de Edelweiss, raíz de gengibre e aminexil e cafeína.

4. AMPOLA PROLONGER, L’ORÉAL PROFESSIONNEL; Para o fim das pontas minguadas. Sua tecnologia filler-A100 encorpa as áreas fragilizadas e preenche as pontas. Para usar depois do xampu.

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5. BOOSTER FORTIFICANTE, GE BEAUTY; Tem alcaçuz, extrato de rosa, chicória, algas vermelhas, pantenol e biotina, que melhoram a qualidade do crescimento dos fios. Para misturar com o xampu.

6. MÁSCARA CAPILAR, UP2YOU; Nutre, regenera e hidrata em 3 minutos. Na fórmula, bioacetum balsâmico (com ação antifrizz e de brilho), alfa bisabol (calmante), óleo de macadâmia (com efeito nutritivo e regenerador), extrato de algas e água de coco (dupla hidratante e regeneradora). Livre de paba, cloreto de sódio, óleos minerais, tolueno, formaldeídos, entre outros), não testado em animais e 100% recicláveis.

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7. CREME DE DEFINIÇÃO BRAZILIAN CURLS, MAB COSMETICS; Com óleo de macadâmia para hidratação, extrato de linhaça para restauração e o polímero wavemax para definição. Para secar e definir o cabelo cacheado em 5 minutos, aplique o produto e use o difusor.

8. EASY DRY & GO, TANGLE TEEZER; Para uam secagem rápida, indicada, inclusive, para quem não tem habilidade ou tempo. Não requer divisão dos cabelos em mechas para um acabamento natural.

Sem pontas

Funciona assim: quanto mais você tratar dos fios e quanto menos químicas fizer, menos duplas (e triplas) ficarão as pontas. E aí, não é necessário cortar com tanta frequência. “Produtos de reconstrução alternados com nutrição também ajudam no processo de deixar os fios longos”, fala Tiago. Mas a verdade é que o crescimento dos cabelos reflete diretamente na saúde do nosso corpo. “A falta de vitaminas ou minerais, a privação calórica e o desequilíbrio hormonal o tornam mais lento”, explica o dermatologista Alberto Cordeiro, de São Paulo. “Poucos ativos têm sua ação comprovada cientificamente nesse processo. Uma das substâncias consagradas é o silício orgânico: ele aumenta a velocidade do crescimento e espessura dos fios”, continua.

A lavagem é outra questão importante. “A oleosidade excessiva pode levar a doenças do couro cabeludo, prejudicando o crescimento ou até levando à queda”, alerta o médico. Investir em cremes com os ativos certos é fundamental para manter uma boa maleabilidade dos fios e dar brilho. “De maneira geral, podemos citar xampu antirresíduos uma vez na semana, xampu e condicionador no dia a dia e, duas vezes na semana, uma máscara ou a ampola de hidratação e nutrição”, ensina Carolina Gramigna, dermatologista da Clínica Adriana Cairo, em São Paulo. A utilização de fontes de calor não prejudica o crescimento, mas pode danificar a fibra, levando à fragilidade e quebra. “Tanto a escova, a chapinha ou o babyliss são danos térmicos para os cabelos. Eles causam as ‘hair bubbles’, bolhas dentro da haste capilar. Elas alteram a camada externa dos fios deixando-os ressecados e quebradiços. Por isso, ficar sem realizar esses procedimentos resulta em um ganho enorme – o cabelo ficará mais resistente e hidratado”, fala a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de São Paulo.

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Foto: Anfisa Eremina

Finalmente, tecnologias ou procedimentos minimamente invasivos (como lasers e mesoterapia) também são bem-vindos. “Para otimizar resultados é possível utilizar diodos de LED, que entregam a luz no couro cabeludo, atravessando a barreira capilar. Eles fazem a vasodilatação do couro cabeludo, melhorando o aporte de nutrientes para os folículos pilosos, o que acaba por aumentar a absorção das medicações aplicadas tópicas ou injetáveis em consultório, além de ter ação antiinflamatória, tornando o couro cabeludo mais saudável. Porém, deve ser usado como adjuvante”, alerta Carolina. Em tempo: para evitar idas mais frequentes ao salão, aposte no corte reto. “Se o foco é praticidade, um corte com fio sem graduação ou repicado tende a durar mais porque as pontas estarão todas na mesma altura”, conclui Marcello. 

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