Cosméticos de rosto X corpo: qual a diferença?
É um fato: usar cosméticos de rosto no corpo e vice-versa, pode prejudicar na saúde e beleza da pele. Descubra o porquê:
Dizem que a pele é igual por todo o corpo, então não há problema em utilizar o mesmo cosmético em tudo, certo? Errado!
Segundo o Dr. Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Cirurgia Capilar, o tecido do corpo e do rosto são totalmente diferentes. A pele das costas, por exemplo, é quase cinco vezes mais espessa que a pele dos olhos. Além disso, o número de glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e folículos pilosos também é muito divergente entre cada região do corpo.
É por esse motivo que os cosméticos que são aplicados no rosto não devem ser, necessariamente, aplicados no corpo. Segundo a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os cosméticos faciais e corporais são especialmente formulados de acordo com sua indicação de uso, com ingredientes e também texturas completamente diferentes”.
Apesar disso, não é incomum que algumas pessoas ainda utilizem os mesmos produtos no rosto e no pescoço, seja pela comodidade, economia, impaciência ou falta de informação. Mas esse hábito pode ter sérias consequência para a pele, conforme os especialistas explicam abaixo:
Sabonete:
Segundo o Dr. Danilo, a pele facial necessita de agentes detergentes para limpeza da gordura produzida pelas glândulas sebáceas, que tende a ser maior do que no restante do corpo, onde a produção de óleo é menor. “No entanto, os sabonetes não podem causar uma agressão excessiva do tecido cutâneo, pois, caso contrário, pode ocorrer um desequilíbrio da microbiota local, com ressecamento e irritação. Então, o grande desafio dos bons limpadores é justamente ter uma tecnologia capaz de manter o poder de limpeza, mas sem prejudicar o pH natural da pele”, diz o médico.
O sabonete corporal, por ter pH incompatível com a pele facial, pode causar ressecamento e aumento da oleosidade se usado no rosto. “Se a pele for oleosa, por exemplo, essa prática vai levar a uma desidratação e, em seguida, ao que chamamos de efeito rebote – que é uma produção excessiva de oleosidade, pois o organismo entende que houve uma agressão. Isso pode deixar a pele com excesso de brilho”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Esfoliante:
De acordo com a Dra. Paola, o esfoliante deve ter a capacidade de remover as impurezas sem agredir o tecido cutâneo. “Um esfoliante facial de boa qualidade deve ter partículas uniformes de pequeno ou médio porte e, de preferência, de origem natural, além de apresentar em sua formulação ingredientes calmantes anti-inflamatórios, hidratantes e antissépticos”, diz a dermatologista.
Uma excelente opção nesse sentido é o que Esfoliante Tribeca, da B.URB, que conta com Microesferas de Arroz e Damasco para eliminar as células mortas sem agredir ou ressecar a pele, melhorando a textura, mantendo a hidratação e reduzindo a oleosidade. “Em contrapartida, os esfoliantes corporais devem ter partículas maiores em relação às utilizadas no rosto, que devem ser, preferencialmente, incorporadas em sabonetes cremosos para uso no banho ou misturadas com óleos naturais de fácil aplicação, promovendo assim uma esfoliação homogênea que resultará em uma pele mais fina e luminosa”, detalha a médica, que afirma que essas partículas maiores do esfoliante corporal podem ser agressivas para a pele do rosto, deixando-a avermelhada, machucada e sensibilizada, o que pode resultar em ressecamento e efeito rebote.
Hidratante:
Você não deve usar o mesmo hidratante do corpo para a face. “Os produtos para o corpo tendem a ser mais espessos, cremosos e engordurados. Logo, se utilizados no rosto, podem provocar aumento da oleosidade e favorecer o surgimento e piora da acne e foliculite. Já produtos indicados para face, quando usados no corpo, podem causar ressecamento e alergias”, alerta a Dra. Ana Maria Pellegrini e explica que a face apresenta glândulas sebáceas mais desenvolvidas, exigindo uma hidratação mais sutil, já que se trata de uma região com pele mais sensível e com maior tendência a oleosidade. “Para hidratação do rosto, o mais indicado é utilizar produtos mais fluidos, que não obstruem os poros e evitam a formação de acne”, aconselha a médica.
Protetor solar:
Outro produto que possui consistência mais espessa, o protetor solar corporal não deve ser aplicado no rosto, pois pode deixar a pele mais oleosa. “Pessoas de pele mais seca devem investir em proteção solar facial hidratante, enquanto as de pele oleosa precisam de produtos com efeito mate, oil-free e antioleosidade”, aconselha a Dra. Paola Pomerantzeff.
Porém, o mais importante na hora de escolher um produto para utilizar, seja no rosto ou no corpo, é seguir as orientações do seu dermatologista.
Vale ressaltar ainda que existem hábitos que beneficiam a pele como um todo, tanto a facial quanto a corporal, como é o caso da prática de exercícios físicos, que promove estímulo da produção das fibras de colágeno e elastina, responsáveis por conferir sustentação e elasticidade ao tecido cutâneo. “Logo, há um risco menor da pele tornar-se flácida ou apresentar rugas e linhas de expressão precocemente, além de tornar-se mais firme, elástica e com menos sinais de envelhecimento”, diz a Dra. Paola.
Adotar uma alimentação adequada também é uma excelente estratégia para manter a pele corporal e facial bonita e saudável. “A pele precisa de um bom aporte de proteínas para manter o tônus e renovar suas estruturas. As fontes alimentares de proteínas como carnes, ovos, laticínios e leguminosas são importantes para fornecer aminoácidos necessários. Legumes, frutas e verduras também são fundamentais, pois são as maiores fontes de vitaminas e nutrientes, além de serem alimentos altamente anti-inflamatórios e antioxidantes”, diz a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Porém, a nutróloga ressalta que a principal proteína que dá estrutura à derme é o colágeno e, muitas vezes, a alimentação não fornece quantidade suficiente dos aminoácidos para a síntese de fibras colágenas.
Mas, segundo a nutricionista Luisa Wolpe Simas, consultora de nutrição integrada da Biotec Dermocosméticos, quando o foco é estimular o fibroblasto a produzir mais colágeno, elastina e ácido hialurônico, os suplementos podem ajudar. “Existem ativos por via oral que ajudam neste processo. É o caso do Exsynutriment, silício estabilizado em colágeno marinho. Ele estimula a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico que confere melhorar do tônus da pele e diminuição da flacidez”, completa a especialista.