Peeling facial: saiba tudo sobre a técnica
Quando falamos em universo da beleza e procedimentos estéticos, ainda que grandes e modernas inovações tecnológicas surjam, existem aqueles clássicos que apresentam um resultado tão bom e satisfatório que acabam nunca sendo passados para trás. Um deles é o peeling facial. Segundo a médica dermatologista Dra. Roberta Padovan, a técnica deve ser realizada por indicação médica, consistindo na aplicação tópica de substâncias capazes de remover a epiderme ou até mesmo chegar à derme profunda. Com isso, há uma renovação da estrutura cutânea, com consequente proliferação de queratinócitos, fibroblastos e novos vasos na área tratada. “O peeling é usado sempre com o intuito de reparar e tratar uma alteração inestética, promovendo elasticidade, firmeza, melhora da textura, da coloração e das linhas de expressão”, acrescenta ela.
Com relação às substâncias, é possível utilizar o ácido retinóico em concentrações de 1% até 10%, o ácido tricloroacético de 10% a 50%, o ácido glicólico de 20% a 70%, o ácido salicílico entre 20% a 30%, ácido málico, mandélico, lático, kójico em associações para promover benefícios sobre a estrutura da pele.
“Essas substâncias são usadas apenas no consultório médico. Os peelings químicos mais superficiais apresentam menos complicações, pois atuam apenas na epiderme e promovem uma descamação mais superficial com menor tempo de recuperação e podem ser utilizados em peles claras e mais morenas melhorando a textura, poros, manchas superficiais, cicatrizes de acne superficiais e controlando o melasma epidérmico”, afirma.
De acordo com a médica, todo e qualquer peeling químico deve ser precedido de preparo, principalmente os mais profundos e de intensidade média. “Se os ácidos com efeito peeling forem utilizados em casa, associados ou não a clareadores, com orientação médica, não podemos deixar de lembrar da forte fotoproteção diariamente, além da hidratação com a finalidade de evitar manchas e hipercromias, promover cicatrização mais rápida e reparo tecidual”, recomenda.
Com relação à esfoliação, a Dra. Roberta diz que essa técnica é muito superficial e ocorre pelo uso de ativos com ação queratolítica removendo apenas o estrato córneo e epiderme superficial sem agredir as camadas mais profundas. “A esfoliação traz pequena melhora para os poros e a textura, deixando a pele mais homogênea, luminosa e receptiva para os cremes de tratamento”, conta a médica. No mercado, o esfoliante Tribeca, da B.URB, possui sementes de apricot (damasco), que são ideais para renovação celular, além de hidratar e higienizar o tecido cutâneo; por não possuir esferas sintéticas, o produto pode ser utilizado todos os dias, diferentemente dos esfoliantes tradicionais.
Também em casa, o uso de ácidos esfoliantes pode trazer benefícios para diversos tratamentos. Os AHAs (alfa-hidroxiácidos), por exemplo, são geralmente de origem natural, feitos de açúcar, leite e frutas e variam em tamanho molecular. “Quanto menor a molécula, maior sua penetração na pele. O ácido glicólico é o menor de todos os AHAs, por isso penetra mais profundamente na pele e oferece os melhores resultados quando se trata de antienvelhecimento, ação esfoliante e ação coadjuvante para conter a pigmentação”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, da Clínica GRU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas também pode causar irritação, por isso os tipos de pele sensíveis devem usá-lo com moderação. “Os ácidos láctico e málico são moléculas maiores, por isso são mais suaves e também ajudam a hidratar a pele seca. Enquanto o ácido cítrico tem um efeito antioxidante na pele e ajuda a construir o colágeno também. O ácido mandélico é o menos irritante. Ao contrário de outros AHAs, é atraído pelo óleo, por isso esfolia e dissolve o acúmulo de óleos, bactérias e células da pele nos poros”, diz o Dr. Daniel. “Também é antibacteriano e antimicrobiano, por isso também é bom para quem sofre de rosácea”, acrescenta. O Sabonete Poros com Ácido Glicólico a 10%, da Be Belle, promove um tratamento de renovação celular intensiva higienizando com ação esfoliante.
No caso de pacientes com pele mais morena, sensível ou que está em período ou fase da vida onde há contraindicação, a médica diz que é necessário recorrer às fórmulas domiciliares à base de vitamina A e seus derivados, alfa ou beta ou poli-hidroxiácidos, ácido azelaico, associados à clareadores. “Além disso, podemos alternar com cremes calmantes, nutritivos e anti-inflamatórios, com peptídeos e extratos naturais de plantas com ação multifuncional, além de vitaminas antioxidantes”, completa a médica. Com Gluconolactona, um poli-hidroxiácido, o sabonete Normaclean, da Buona Vita, desobstrui os poros retirando as impurezas mais profundas.
Por fim, a especialista explica que os peelings médios e profundos devem ser realizados no inverno, pois atingem a derme papilar e reticular e são contraindicados em peles morenas, com tendência a cicatrizes hipertróficas, pacientes com rosácea ou hipersensibilidade reacional, durante a gravidez ou lactação, durante a vigência de infecções ou alterações hormonais para evitar complicações como manchas (hipercromia) pós-inflamatórias, surgimento de manchas brancas, infecção herpética ou por bactérias.