Pele sensível? Conheça 7 ingredientes que devem ser evitados
Não é de hoje que as reclamações relacionadas à sensibilidade da pele em consultórios dermatológicos aumentam a cada dia, principalmente durante o inverno - que tende a deixar a pele naturalmente mais fragilizada. Mas, afinal, o que exatamente é a pele sensível? “Marcada por vermelhidão, irritação, desconforto, ressecamento e inflamação, a pele sensível pode ser uma característica de uma série de diferentes condições da pele, incluindo acne, rosácea e eczema, ou pode estar associada à pele ‘normal’, mas que é exposta a fatores extrínsecos, como radiação, poluição e, principalmente, substâncias químicas e certos ingredientes para o cuidado da pele”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Por isso, quem sofre com hipersensibilidade da pele, deve redobrar a atenção na hora de escolher os produtos que vão compor a rotina skincare e evitar certos ingredientes que podem irritar mais facilmente a pele, como os ativos que a especialista citou abaixo:
Retinol
O retinol é considerado o ativo “padrão-ouro” no rejuvenescimento da pele, estimulando a produção de colágeno para reduzir os sinais da idade, além de também atuar no tratamento da acne e combater manchas, uniformizando a superfície do tecido cutâneo. “No entanto, o ativo pode ser muito agressivo em peles sensíveis, favorecendo o surgimento de vermelhidão, irritação e descamação”, alerta a médica. Então, para quem sofre com pele sensível, vale a pena substituir o retinol pelo bakuchiol. “O bakuchiol é uma alternativa natural ao retinol que age em mecanismos semelhantes da pele, reduzindo rugas, linhas de expressão e flacidez, mas sem causar nenhuma irritabilidade.”
Ácido salicílico:
“O ácido salicílico é extremamente eficaz no combate à acne, pois ajuda no controle da oleosidade, desobstrui os poros e reduz a inflamação, assim prevenindo e tratando cravos e espinhas. Mas irritação e ressecamento tendem a ser efeitos colaterais comuns do uso desse ativo em peles sensíveis”, afirma a dermatologista. “Uma ótima substituição para o ativo é o extrato de hamamelis, uma erva com propriedades purificantes, calmantes e regenerativas que, assim como o ácido salicílico, regula a produção de sebo e higieniza os poros, além de combater as bactérias causadores da acne.”
Óleo de coco
O óleo de coco vem ganhando cada vez mais atenção devido a sua variedade de usos, que vão desde a culinária até cuidados com a pele e o cabelo, já que é altamente hidratante e rico em antioxidantes que atuam no combate aos radicais livres. “O problema é que o ativo é altamente comedogênico, o que favorece a obstrução dos poros e, consequentemente, o surgimento de acne, além de tornar a pele mais inflamada”, explica a médica. Logo, a menos que você tenha a pele seca, o ideal é trocar o óleo de coco pelo óleo de jojoba, que proporciona hidratação máxima devido a sua alta capacidade de reter água na pele.
Peróxido de benzoíla
O peróxido de benzoíla é um dos ingredientes mais utilizados no combate à acne severa, pois é capaz de erradicar rapidamente a bactéria causadora da condição. Mas o ativo pode ser especialmente agressivo para peles sensíveis, causando ressecamento, irritação e vermelhidão. “No lugar, vale a pena optar pelo ácido azeláico, que é uma ótima alternativa ao peróxido de benzoíla, pois, além de atuar diretamente na causa da acne, o ativo ainda auxilia na redução da inflamação”, aconselha a Dra. Paola.
AHAs
Os alfa-hidroxiácidos, como o ácido mandélico e glicólico, são queridinhos de muitos por promoverem uma potente esfoliação química, estimulando a renovação celular, uniformizando o tom e a textura, diminuindo os sinais de envelhecimento e iluminando a pele. Mas, por penetrarem profundamente na pele, eles podem irritar facilmente peles mais sensíveis, além de aumentarem a sensibilidade ao sol. “Então, o ideal é utilizar ativos com moléculas maiores, como os poli-hidroxiácidos, que, apesar de conferirem resultados semelhantes aos AHAs, agem nas camadas mais superficiais da pele, podendo então serem usados até por pessoas que sofrem com eczema e rosácea”, afirma a especialista.
Vitamina C
A Vitamina C é muito utilizada devido as suas propriedades antioxidantes, ajudando a combater os radicais livres que causam a aceleração do envelhecimento da pele. Mas o ativo pode favorecer o surgimento de dermatites em algumas pessoas, condição caracterizada por vermelhidão, irritação, coceira e vermelhidão da pele. “Mas existem alternativas à Vitamina C, como a melatonina, que, apesar de ser muito utilizada para melhorar o sono, também pode ser aplicada sobre a pele para atuar no combate aos danos causados pelos radicais livres, já que é capaz de desacelerar o processo oxidativo”, destaca a dermatologista.
Hidroquinona
A hidroquinona é igualmente conhecida por sua alta eficácia clareadora, já que atua na produção do pigmento que dá cor à pele, e pelos efeitos colaterais que causa no tecido cutâneo, que incluem vermelhidão, ressecamento e irritação. “Uma opção mais segura é o ácido tranexâmico, que diminui a síntese de melanina para reduzir a aparência das manchas, inclusive do melasma, sem irritar a pele”, recomenda a especialista.
No entanto, a Dra. Paola Pomerantzeff ressalta que, caso você sofra com pele sensível, o mais importante é consultar um dermatologista. “Apenas ele poderá realizar um diagnóstico e indicar os melhores cosméticos e ativos para o seu tipo de pele”, afirma. Além disso, ao notar o surgimento de vermelhidão, irritação e ressecamento persistente, a visita ao médico também é indispensável, bem como a interrupção do uso do cosmético que você acredita que tenha causado a reação. “Em consultório, podemos realizar uma avaliação e exames de contato para identificar quais componentes estão fazendo sua pele reagir negativamente e substituí-los em sua rotina skincare”, finaliza.