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Protetor solar: como usar o produto durante o outono/inverno

Com a chegada do outono/inverno, não podemos de lado o uso do protetor solar – faça chuva ou faça sol
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Muito se fala sobre os cuidados com a pele durante o verão, em que os dias ensolarados ganham destaque e as idas à praia e piscina se tornam as programações favoritas da estação. Entretanto, com a chegada da temporada de outono/inverno, assim como a queda das temperaturas e dias nublados, pode parecer até parecer que o uso do protetor solar passa a ser secundário, ou até mesmo opcional. Mas a realidade é outra! Mesmo em casa, nossa pele sofre diversos danos por causa da radiação UVA, de luz visível, de luz azul e de radiação infravermelha.

Manter-se protegida é essencial durante essa fase, principalmente para manter a pele saudável e evitar diversos problemas que podem ser causados pela exposição a essas radiações – seja por conta da claridade que toma conta das casas ou até mesmo pela alta exposição ao uso de aparelhos como computadores e smartphones. 

Como se proteger de forma correta e combater os danos causados por essas radiações? Convidamos Maurizio Pupo, farmacêutico, pesquisador, consultor em cosmetologia, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Ada Tina Italy para falar sobre o assunto.

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(Foto: Pexels)

É necessário usar o protetor solar dentro de casa?

“Com toda certeza”, responde Maurizio, revelando que mesmo em casa nossa pele sofre danos de tipos de radiação: UVA, luz visível, luz azul e infravermelha. 

“Então a gente tem pelo menos 4 radiações bastante maléficas que são emitidas pelo sol e que atravessam o vidro das janelas com grande facilidade”, explica. “Quando eu falo que atravessa o vidro, o sol não precisa estar incidindo diretamente sobre a janela, basta que aquela luminosidade do dia esteja passando pelo vidro, o que é natural”.

De acordo com o especialista, no Brasil, por ser um país de clima tropical ou equatorial - dependendo da região - o índice ultravioleta é "uma dimensão tão gigantesca que mesmo dentro de casa - ou do carro, ônibus, caminhão, trem - é necessário sim fazer o bloqueio da radiação.

 

Há diferenças nos cuidados ideais com o uso de protetores solar durante o verão e o inverno?

Segundo o Maurizio, a radiação UVA é a mais danosa à pele e é um grande erro que durante o inverno as pessoas não usem o protetor solar. “Por conta do clima, a gente considera que o Brasil é verão o ano inteiro. O uso do protetor solar deve ser feito das 7 horas da manhã até mais ou menos as 5 ou 6 horas da tarde, quando então após esse horário você já tem uma redução sensível do índice ultravioleta então você não tem mais a necessidade de aplicar a proteção solar”.

 

A pele dá algum indício de que está sofrendo com os danos da radiação UVA? 

De acordo com Pupo ela é a mais traiçoeira, pois ela não queima, ela é lenta mas produz radicais livres. Enquanto isso, a radiação UVB é possível sentir na pele “ela queima, então começa a queimar você sai do sol”.

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(Foto: Pexels)

Quais são os danos que a radiação UVA podem trazer? 

“Ela é a grande causadora da hiper produção dos radicais livres na pele, que são os causadores de rugas, envelhecimento precoce, fotoenvelhecimento, que levam ao aparecimento do melasma - que se tornou uma epidemia no brasil - e que levam ao aparecimento do câncer de pele”, explica Maurizio. 

“Por ser uma radiação com capacidade de atravessar materiais sólidos, ela atravessa janela, as primeiras camadas da pele, incide sobre as células vivas da nossa pele, que estão nas camadas mais profundas e promove grande destruição de nosso DNA”.

 

O protetor solar pode proteger também contra a luz azul?

Para entender como proteger a pele contra a luz azul, primeiro é necessário compreender o que ela é. De acordo com o especialista, a luz azul faz parte do espectro visível, então a onde tem claridade e luminosidade tem luz azul. O mesmo se dá em questão de intensidade, quanto maior a intensidade dessa luminosidade, maior a sua emissão.

 

O profissional revela também que, ainda que a luz azul seja conhecida por ter relação com o uso de aparelhos eletrônicos, a sua maior emissão acontece através do sol. “Quanto mais claro, mais iluminado estiver o ambiente que você se encontra, maior será a quantidade de luz azul”, explica. 

“Quando a gente fala que o Brasil tem um sol muito forte, muito impactante não é só radiação uva/uvb é essa luminosidade que por um lado é maravilhosa e por outro é avassalador para nossa pele”.

E como se proteger dessa luz azul? De acordo com o especialista, quando as informações começaram a chegar sobre a proteção contra essa radiação, a principal forma de cuidados era o uso de produtos com cor. Ou seja, a ideia de uma base + protetor solar, ou protetor solar com cor. “Quando você tem cor, você reflete a luz azul, reflete a luz visível de volta para o meio ambiente. Só que aí os estudos prosseguiram e atualmente a gente consegue proteger a pele contra os malefícios da luz azul”.

Um exemplo de ingrediente que protege a pele contra essa radiação é a vitamina C. “Ainda que ela não filtre a luz azul ela neutraliza os radicais livres que ela gerou. Se você aplicar um sérum com vitamina C e depois um protetor por cima, o protetor não precisa ter cor, você tá protegida contra luz azul”.

Outras opções citadas pelo especialista é a niacinamida, que é uma vitamina B3 fortemente oxidante que já está presente em alguns protetores solar e os polifenóis das olivas que são os antioxidantes de maior potência já descobertos conseguem também fazer essa neutralização do malefício.

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Juliana Paes com o NIVEA SUN Beauty Expert Protetor Facial Pele Normal a Seca (Foto: Brunno Rangel/L'Officiel Brasil)

É preciso reaplicar quando estiver dentro de casa?

De acordo com Maurizio isso irá depender de alguns fatores, como o tipo do produto. “Os protetores solares comuns são feitos com uma substância chamada avobenzona, que resiste à luz por apenas 40 minutos e depois ela é destruída e provoca uma reação em cadeia dentro do seu protetor ou em cima de sua pele destruindo uma grande parte dos outros filtros solares”.

Ou seja, caso você use esse tipo de protetor solar na rua, o ideal é que a reaplicação aconteça de hora em hora,“não tem jeito", explica o especialista. “Dentro de casa você tem menos sol, embora o sol passe pela janela, você tem menos sol do que quando você está fora, então dentro de 2 em 2 horas está bom para reaplicar”.

Maurizio, ainda, tem uma opção mais prática para quem não deseja fazer esse processo tantas vezes por dia. “O inteligente é o uso de protetores solares de longa duração, já existem no mercado produtos que duram 12 horas de proteção”. De acordo com ele, esses produtos são feitos sem o uso da avobenzona, apostando em moléculas mais modernas e estáveis, que têm uma durabilidade maior.

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