Cultura

Como impor limites aos filhos – sem autoritarismo

Educadora Parental, Paloma Silveira Baumgart, explica como conciliar uma educação respeitosa e impor limites aos filhos sem perder a autoridade

(Foto: Unsplash)
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Implementar limites, responsabilidades e estabelecer regras claras, são pontos essenciais para que nossos filhos possam crescer e se tornar adultos com inteligência emocional, consigam solucionar seus próprios problemas e alcancem a felicidade. E para isso, hoje precisamos criá-los com respeito e incentivando sua autonomia.

Antigamente, a educação mais comum na criação dos filhos era de forma autoritária, com uma exigência de que as crianças se comportassem como adultos, esquecendo suas idade de fato. No entanto, é necessário ter empatia e educá-los de forma respeitosa. A Educadora Parental, Paloma Silveira Baumgart, explica que esse respeito acaba facilitando a relação entre pais e filhos. 

“A criança não tem competências neurológicas para agir como um adulto, desde ficar muito tempo sentados à mesa como a ter reações racionais em um momento de frustração. Quando conseguimos ter empatia, ajudá-los e respeitá-los como indivíduo único desde o seu nascimento, tudo fica mais fácil. Não podemos querer que as crianças tenham comportamentos incompatíveis com sua idade, pois eles não possuem habilidades cerebrais para isso”, complementa a educadora. 

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Faz parte do processo de crescimento e amadurecimento da criança, testarem os limites  para verem até onde conseguem chegar. Por isso, precisamos dar limites claros e compatíveis com sua idade, que precisam ser estabelecidos e cumpridos. 

No entanto, isso não quer dizer que precisamos ser autoritários ou agressivos quando os limites forem ultrapassados, uma vez que ao agir de forma gentil, temos mais chances de êxito no processo. Paloma explica que há uma diferença entre ser autoritário e ter autoridade. 

“O autoritário consegue o que quer, porque a criança fica com medo e faz. Porém, na maioria das vezes ela não aprenderá a lição, da próxima vez fará novamente, mas escondido. O pai autoritário é nocivo, pois faz com que a criança tenha medo de falar e agir, podendo no futuro guardar mais seus pensamentos e sentimentos com medo de se expor em suas relações. Já você ter autoridade é conseguir o respeito e a confiança do seu filho.”, explica. 

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Ainda segundo a especialista, o respeito deve partir de ambos os lados. 

“O respeito deve ser uma via de mão dupla, tanto pais x filho quanto filhos x pais. Mostrando sempre que ninguém é maior que ninguém. Mas que os pais estão sempre visando o melhor para seus filhos, através de cuidados e limites. E para conseguirmos o respeito de nossos filhos, precisamos antes de mais nada, respeitá-los”, afirma Paloma. 

É possível estabelecer limites, com respeito e empatia, sem que seja necessário recorrer ao castigo ou punição. Por mais que recorrer de forma autoritária pareça mais eficaz e com efeito imediato, o resultado futuro não será o esperado. A criança ao invés de aprender com o que fez de errado, apenas aceitará por medo e possivelmente voltará a fazer. 

“A punição não traz benefício algum a não ser o medo. Por isso que recomendamos usar a linha da Disciplina Positiva, com objetivo de ser firme e gentil, com limites claros e compatíveis com a idade”, comenta. 

Além disso, a Educadora dá dicas para os pais que desejam construir uma melhor relação com seus filhos. 

“É fundamental o respeito, e explicar o porquê das coisas. Por exemplo, “você não vai nessa festa, porque achamos que não é compatível com sua idade”, ou, “se continuar batendo no seu irmão, não iremos para a festa amanhã”. Precisamos avisá-los   antes de fazer e cumprir sempre com o que falamos. Se não conseguir cumprir, não ameace. É importante também não nos projetarmos em nossos filhos, realizando sonhos que eram nossos e não deles, desejando que ele seja aquilo que você não conseguiu ser. E por fim, dar limites e regras claras, sempre com muito amor”, finaliza.

(Foto: Unsplash)
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