Cultura

Fernanda Torres: conheça os livros da atriz

Vencedora do Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz em filme de Drama também é autora de romances e crônicas

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Fernanda Torres | Foto: Reprodução/ Instagram @oficialfernandatorres

Fernanda Torres, 59, é a primeira brasileira a arrematar o prêmio Globo de Ouro, na categoria Melhor Atriz em Filme de Drama, por sua atuação no filme Ainda estou Aqui (2024), e também deixa seu nome nas páginas dos livros.

Além dos palcos, das telas do cinema e da televisão, a artista brasileira também é escritora, cronista e também já assinou alguns roteiros ao longo de sua trajetória artística. Em 2013, Fernanda deu início à carreira como escritora e lançou Fim, seu primeiro romance. A obra foi adaptada pelos diretores Daniela Thomas e Andrucha Waddington para a série homônima que passou a integrar o catálogo da plataforma Globoplay no ano passado.

Confira os livros escritos pela atriz brasileira premiada.

 

Fim (2013)

Fim, de Fernanda Torres | Foto: Divulgação/Amazon

A obra acompanha a vida de um grupo de cinco amigos no Rio de Janeiro que tentam lidar com suas frustrações ao encarar a velhice e refletir sobre a morte. Com personalidades completamente distintas, eles rememoram momentos marcantes de suas vidas, como casamentos, separações, conquistas, arrependimentos e tantos outros episódios.

Álvaro é solitário, passa o tempo de médico em médico e não mantém um relacionamento saudável com a ex-esposa. Sílvio não consegue abandonar os excessos de droga e sexo. Ribeiro é um frequentador assíduo da praia carioca que coleciona episódios inusitados em sua vida amorosa. Neto é o “careta” do grupo de amigos, o marido fiel até os últimos dias. Ciro, o Don Juan invejado por todos, é o primeiro a morrer vítima de um câncer.

São personagens que compartilham não apenas o fato de viverem o extremo da vida, mas também por sofrerem suas próprias limitações. Ao redor deles pairam mulheres neuróticas, amargas, sedutoras, desencanadas, descartadas e conformadas. Há também um padre em crise com a própria vocação e outros tipos cariocas frutos da capacidade de observação da autora.

Entre a areia e o Sol das praias cariocas, há atitudes cheias de resignação e cobertas por uma tinta de melancolia. Humor sem superficialidade, lirismo e complexidade sem afetação são os temperos deste enredo que foi adaptado para a série homônima da plataforma Globoplay no ano passado.

Sete anos (2014)

Sete anos, de Fernanda Torres | Foto: Divulgação/Amazon

Desde 2007, Fernanda Torres iniciou uma relação com a imprensa. O olhar perspicaz, aliado ao humor e à crítica social, rendeu à atriz a oportunidade de compartilhar seu ponto de vista por meio de textos publicados em jornais, revistas e portais brasileiros.

Abordando assuntos de espessura densa, Fernanda Torres trata de política, cotidiano, cinema e teatro neste livro que reúne alguns de seus textos já publicados. No entanto, há uma produção inédita. É o pungente Despedida, que trata da morte de seu pai. Por pudor, Fernanda preferiu não publicar na época, mas decidiu compartilhar a experiência dolorosa com seus leitores nesta obra.

"As crônicas aqui reunidas foram escritas ao longo de sete anos e contam a história do meu noviciado", diz a autora na apresentação do livro. "Desenvolver uma ideia dentro de um espaço determinado de linhas, falar de temas de interesse comum sem abrir mão do tom pessoal e dar valor à concisão são algumas lições que tomei do jornalismo", afirmou a atriz – e também escritora – aos leitores.

A glória e seu cortejo de horrores (2014)

A glória e seu cortejo de horrores, de Fernanda Torres | Foto: Reprodução/ Divulgação Amazon

O segundo romance de Fernanda Torres acompanha os episódios da vida e da carreira de Mario Cardoso, um ator de meia-idade. Entre altos e baixos, o artista já viveu dias de glória de sua carreira no passado quando foi o protagonista de uma telenovela. No entanto, agora, sente que está em derrocada. Para tentar reverter sua situação, o ator decide encenar uma versão da peça Rei Lear, de William Shakespeare, mas seus planos não saem como esperado.

A obra é o resultado da mescla eletrizante de comédia de erros e retrato do artista. O enredo atravessa várias fases da carreira de Mario e, consequentemente, da história cultural do Brasil. Neste ritmo, ficamos imersos nas lembranças de juventude do personagem, sobretudo do teatro político, o sucesso do Cinema Novo dos anos da década de 1960, a efervescência hippie do Verão do Desbunde, o encontro com o teatro de Tchékhov e a glória como um dos atores mais famosos de uma época em que a televisão dava as cartas no país.

A glória e seu cortejo de horrores traça um painel corrosivo de uma geração que viu sua ideia de arte sucumbir ao mercado, à superficialidade do mundo hiperconectado e à derrocada de suas próprias ilusões.

 

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