L’Officiel Brasil entrevista Timothée Chalamet, astro de ‘Wonka’
Confira a entrevista exclusiva da L’Officiel Brasil com o diretor do filme ‘Wonka’ e o protagonista da obra, Timothée Chalamet
São poucos filmes que enchem os olhos de seu público como faz Wonka, a nova produção da Warner Bros. dirigida por Paul King. O filme é inspirado no personagem de Willy Wonka de “Charlie e a Fábrica de Chocolate”, o conto infantojuvenil de Roald Dahl que foi adaptado ao cinema em 1971 por Mel Stuart. Ao contrário da produção que se tornou um clássico da sétima arte, a nova adaptação é focada na história de Wonka, interpretado por Timothée Chalamet, mostrando sua juventude e o que levou este gênio a se tornar o grande e misterioso proprietário da fantástica fábrica de chocolates.
O filme entrou em cartaz nas salas de cinema esta semana e vem encantado o público, o que já era de se esperar do diretor que trouxe a franquia Paddington às telonas. Paul King conseguiu visualizar uma mistura impecável de cores, cenários majestosos, figurinos icônicos e os mais inusitados chocolates acompanhados de uma trilha sonora que fica grudada na mente por dias. “Eu era a própria criança em uma loja de doces”, brinca o diretor durante a nossa entrevista exclusiva, “havia tantos elementos neste filme que eu pude trabalhar com talentos incríveis que me ajudaram a criar este mundo pela coreografia, os cenários, objetos de cena, toda a direção de arte. A atenção a cada um dos detalhes era inacreditável. Porque eles tinham que criar muitas coisas sem usar efeitos visuais ou computadores. O resultado foi realmente extraordinário”.
Para o diretor britânico, o filme foi um sonho realizado, porém "a hell of a challenge para tentar atingir as expectativas” (um desafio dos infernos). Ele cresceu lendo as estórias de Roald Dahl, durante a infância eram suas favoritas. A forma que eram mágicas mas ao mesmo tempo um pouco assustadora, sempre o deixavam envolvido. “Eu me lembro que lia algo e achava que aquilo era a coisa mais engraçada no mundo. Eu ria em voz alta e sempre me escondia para ler, por parecer ser algo travesso”, recorda ele. No entanto, voltar à obra como um adulto mudou a sua perspectiva, “eu me dei conta o qual emocional a história era. Lagrimas escorriam dos meus olhos quando no final o sonho de Charlie é realizado. Fez eu me dar conta o quanto essas estórias nos fazem refletir. Charles Dickens falava quando estava escrevendo um livro sobre criar essas narrativas de sofrimento e grandes expectativas que se tornam realidade. E é exatamente isso que Dahl faz em suas obras. Você tem estes personagens grotescos, outros com personalidades gigantes. Pode ser assustador e engraçado ao mesmo tempo. E também, talvez vá fazer você chorar no final. E para mim, isso é o que as melhores histórias fazem”.
E por falar nos personagens mais variados, Wonka conta com o que há de melhor em interpretação. Os vilões são interpretados por Olivia Colman e Keegan-Michael Key, Calah Lane vive Noodle a grande amiga e companheira de Wonka, e - a cereja no topo do bolo - Hugh Grant como Oompa Loompa. E sobre a estrela do filme, King não esconde que acredita que Timothée Chalamet é o grande ator de sua geração. A troca entre os dois no final de cada cena foi essencial. E o resultado é notável, o filme mal estreou e Chalamet já está indicado ao Globo de Ouro pela sua atuação.
De tudo que poderia ter ajudado para que ele entrasse no personagem, certamente o figurino foi um dos pontos principais. “O que eu adorei sobre o meu figurino é que você tem a jaqueta rosa tão icônica do personagem, que está bastante usada e até rasgada, mas se percebe que ela foi feita sob medida. E até mesmo dentro dela, que talvez seja possível só ver quando há movimento, a costura e os acabamentos todos são feitos com o personagem em mente, como algo que ele tem usado viajando por muitos anos. E as botas eram minha parte favorita, porque estavam literalmente se despedaçando”, destaca o ator durante a entrevista. Ele ainda brinca que a produção foi tão especial que levou das gravações para casa uma claquete, “sabe, aquilo que a gente clica para começar ou cortar uma cena”, confessa. Mas por favor, não contem à produção.
Como ambos ator e diretor comentaram, não se poupou atenção aos detalhes na parte artística do filme. E considerando que trata-se de um filme sobre chocolates, todos eram de verdade. “Tudo que é comido no filme, não só é comestível como é absolutamente delicioso”, destaca King. A produção contratou um time de chocolatier para desenvolver os complexos e mais malucos chocolates de Willy Wonka. Foram meses para acertar todas as peças necessárias para a produção. E mesmo que estes não fossem gerar os efeitos mágicos que fazem as pessoas voar, cantar ou terem ideias geniais, tanto elenco como diretor garante que o sabor era espetacular. “Eu amo o esforço que foi nisso, porque realmente não importada o gosto do chocolate. Eles são atores, sabem mentir se fosse necessário. Mas não era o caso, o gosto era maravilhoso. Era a melhor parte da minha semana durante as gravações quando comíamos os chocolates”, brinca o diretor.
E depois de meses gravando rodeado de chocolates, quando perguntados se os dois ainda aguentavam comer chocolates a resposta foi a mesma “Oh yeah”.
