Bottega Veneta apresenta coleção de inverno na MFW e foca em suas raízes
Mathieu Blazy, novo diretor criativo da Bottega Veneta, apresentou sua primeira coleção para a casa na Semana de Moda de Milão. Confira!
Mathieu Blazy tem uma missão espinhosa pela frente: recolocar a Bottega Veneta nos trilhos depois de uma passagem relâmpago de Daniel Lee — que virou a casa de cabeça para baixo, apagando todas as redes sociais e fazendo um esforço um pouco dúbio de tentar encaixá-la no imaginário de desejo de um público extremamente jovem até ter sua saída anunciada abruptamente no ano passado. Mostrando sua primeira coleção hoje, em Milão, Blazy tem dado entrevistas falando que não pretende “trabalhar com a obsessão do novo pelo ser novo”, uma espécie de reset direto em comparação ao seu predecessor. Pelo contrário, está mais interessado (e provavelmente, a pedidos da empresa) a retomar certas raízes do heritage dali, especialmente o poder do feito à mão. Nem por isso esse reset é abrupto: o belga é jovem e sabe que a moda ali precisa ter uma cara de que não vá ficar enfurnada no guarda-pó — mas abaixou um pouco o tom para que a Bottega possa ser mais Bottega e menos o fantasma de Lee. De volta ao básico, mas com twists. Talvez por isso tenha limpado o palato com a primeira entrada — uma regata branca usada com jeans, bem neutra. O que veio a seguir deu dicas de pra onde a New New Bottega vai com o novo diretor criativo: uma série de alfaiatarias cortadas no couro, uma silhueta confortável e de cores que não berram. Mas o trabalho mais interessante aparece na mão de Blazy com mil texturas, seja nas lãs feltradas, nos tricôs, nos poucos vestidos de festa e nas belas franjas que balanceiam sob saias amplas — além, claro, da clássica expertise da casa no tressê, que rende bolsas, saias e botas longas, fazendo o meio do caminho entre o clássico e o moderno.