Dior traz referências da década de 60 para nova coleção
Para a Semana de Moda de Paris, a Dior apresentou uma coleção invernal bem leve, trazendo sua simplicidade elegante característica.
A fase capitaneada por Marc Bohan (falecido no ano passado) na Dior sempre ficou meio esquecida aos olhos de outros diretores criativos que já passaram pela maison francesa. Maria Grazia Chiuri vem mudando isso. Pela segunda vez ela concentra sua pesquisa nesse período. Agora, focando nos anos 1960.
O resultado mantém a simplicidade elegante que caracteriza seu design (e também de Bohan) em uma coleção invernal bem leve, ótima para o Brasil por exemplo. É uma roupa para a mulher contemporânea feita por outra mulher. E isso faz muita diferença porque ao invés de uma imagem feminina idealizada, é concebida sob medida para quem tem uma agenda multifacetada como todas nós. Nos looks, impera a base de alfaiataria, o corte teto, o shape minimalista, os adornos pontuais e certeiros, o glamour nonchalant nos vestidos de noite.
Maria Grazia também tem uma mão ótima para acessórios. Nesta temporada, ela transformou sapatinhos boneca em botas, além de uma versão montaria e outra mais pesada e urbana. A bolsa vem em formato tote, prática e chiquérrima.
Ela sempre traz uma artista para assinar o cenário. Desta vez, convidou a indiana Shakuntala Kulkarni. Seu trabalho explora a relação entre corpo feminino versus espaços público e privado. Este corpo tem sido frequentemente representado e percebido como desprovido de força, no sentido de força física e muscular ao contrário do corpo masculino. Essa visão resultou em bonitos painéis com guerreiras emoldurados por bambu, materia-prima rica na Índia.