O folclore futurista de Isabel Marant na PFW
Isabel Marant sempre curtiu um bom rock e os anos 1980. Nesta edição invernal, ela juntou os dois, gravou uma fita K-7 convidando para apresentação e enviou junto com um walkman. Um gesto afetuoso e cool. Déjà vu total para quem passou a adolescência grudado no primeiro aparelho portátil a permitir que se ouvisse áudio em qualquer lugar. Além da sua década fetiche, a estilista francesa trouxe o espírito folk e libertário dos anos 1960, a ideia de uma subcultura que moldou os anos 1990 e um olhar para o amanhã. Foi dessa mistura que surgiram padrões florais multicoloridos psicodélicos, azul metálico de vinil, botas texanas combinadas com peças inspiradas em roupas esportivas oversized. Fica clara a mistura de gêneros e épocas, a homenagem ao fazer artesanal e à herança cultural. Por outro lado, Isabel tem estado conectada ao futuro e à esperança de dias melhores, expressa em escapismo que, no verão, foi traduzido em uma grande festa e, agora, no desfile em ritmo intenso, como uma descarga de adrenalina. Folclore futurista para não deixar a gente perder o ritmo e nem a alegria de viver.
