MFW: Inverno 25/26 da Gucci olha para o passado
Para a MFW, a nova coleção da marca é equilibrada e positiva, sob a ótica de que foi desenvolvida pela equipe interna de estilo após a saída de Sabato De Sarno.
Era 1921 quando Guccio Gucci abriu sua primeira boutique na via della Vigna Nuova, em Florença (sua cidade natal), especializada na venda de malas de estilo inglês, inspirado por sua experiência profissional em Londres. Vem do seu nome o Interlocking G, entrelaçado, que virou ícone da marca e que está comemorando 50 anos. Este 2025 também celebra outro momento importante: os 70 anos da bolsa Horsebit 1955.
Por tudo isso, a coleção outono/inverno 2025-26 da Gucci desfilada nesta chuvosa terça-feira, primeiro dia da Milan Fashion Week, olha para o passado. Não com alma saudosista, mas com o desejo de mostrar unidade nessa trajetória. O desfile, que começou pela sequência masculina seguida pelo feminina, de fato deixou uma sensação de atemporalidade ao destacar o sexy, a alfaiataria, o retrô e o trendy. O visual seguiu o que a marca chama de perfeitamente imperfeito.
É a ideia de que um certo ruído é necessário para um bom twist. Pode estar na junção de roxo e verde neon, no lenço sobre boné, na textura fofinha do sapato, no vestido de noite usado com slipper e nas peças em paetês combinadas com tricô ou com textura de verniz manteiga. O tweed slubbed, clássico da alfaiataria masculina britânica, ganhou padrões espelhados, usados em camisas e blusas de crepe – um dos bons exemplos de experimentação de tecidos. O detalhe Horsebit foi transformado em maxi pingente de colar e ferragem de cinto, ambos com potencial de viralizar. E a bolsa clássica veio renovada: ultramacia, com alça gigante e fecho dividido ao meio.
É uma coleção equilibrada e positiva, sob a ótica de que foi desenvolvida pela equipe interna de estilo após a saída de Sabato De Sarno. Ao final do show, todo o time do departamento criativo entrou na passarela usando camisetas verdes no mesmo tom do cenário: a união fez a força.