Milão 22: As apostas do terceiro dia de desfiles
De Etro a Prada, confira todos os detalhes do terceiro dia de desfiles na Milão Fashion Week
O terceiro dia de desfiles em Milão até que prometia trazer algo novo para o guarda-roupa masculino (diga-se, cada vez mais genderless) – mas ficou na promessa. Entre as 17 brands que mostraram os seus lançamentos, estavam Dhruv Kapoor, 44 Label Group, Etro, Magliano, Prada, Tod’s, MSGN, Missoni, Çanaku, JW Aderson, entre outras.
A Etro coloriu o chão com estampas Paisley, as mesmas que ilustram as bandanas amadas por motociclistas tiozões, e colocou no palco modelitos com inspiração emprestadas do Natal ianque (vários suéteres com desenhos de lobos, raposas e flocos de neve...), o que, nitidamente se perdeu no contexto, já que a marca mais parece ter investido em padronagens tribais (?). A alfaiataria segue como trunfo da Etro – e para por aí.
Quem também fez mais do mesmo foi a Tod’s, que se consolida como a queridinha dos CEO’s, com roupas classudas e construídas em série. Menos preocupada em seguir o fluxo, a 44 Label Group projetou uma atmosfera suburbana – temperada pelo japonismo e permeada pelo neopunk. Veio descolada, com alfaiataria pop, bombers e camisetas com pegada street.
Pilotada pelo estilista indiano Dhruv Kapoor (que já passou pela Etro e deixou a Paisley por lá), a tag homônima paginou as suas invenções do inverno 2022 em um teaser bastante distópico. A balaclava substituiu a máscara, os paletós ganharam bordados delicados e a estamparia criou uma espécie de segunda pele. A Çanaku, do albanês Jurgen Çanaku, pintou um homem sensível (tipo beatle dos anos 1960), que veste cropped, camisa acinturada e terno colorido. Quem sabe rola?
Para fechar a conta, a Prada aterrissou como se estivesse no comando de Hal 9000 – o supercomputador de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”. Mas a expectativa de algo inédito, não se consolidou. A alfaiataria remontou os contornos dos anos 1980 (e o militarismo vintage – arriscaria que tem russo na linha), com ombreiras avantajadas e calças mais rentes ao corpo, e os tecidos plastificados garantiram o toque hi-tech. No restante, a maison preferiu trabalhar com cores sólidas, colocando uma luvinha amarela aqui e uma peça vermelha ali. E foi só.