Neriage apresenta nova coleção na Pinacoteca de São Paulo
Neriage traz referência de Leonílson, artista plástico brasileiro falecido há 30 anos, em nova coleção. Confira todos os detalhes!
Quando olhamos para um desfile, é comum que se foque no mercado - nas vendas, produtos, na moda que vai dentro da sacola. Frequentemente o lado sensível fica esquecido nas conversas internas, atropelado pelo bate-caixa. Por isso, é um alívio quando uma marca como a Neriage sai do circuito e arma um show solo, no calendário próprio, dando um respiro em meio às belezas da Pinacoteca.
Rafaella Caniello é uma das criadoras mais sensíveis que temos na geração atual, uma personalidade que muitas vezes (como sempre) acaba ensimesmada e recolhida pelas planilhas. Nestas suas viagens de verão, Rafa trouxe a presença fugaz de Leonílson, artista plástico dos nossos maiores, falecido há 30 anos. É a primeira vez que a moda tem acesso ao acervo de L, através do @projeto.leonilson, que abriu os baús das obras e pensamentos para guiar as trajetórias da coleção. Um mix'n'match de sensibilidades que não tem o que dar errado.
De forma prática (olha aí o mercado voltando à tona), Caniello deu mais um passo na mudança de ondas da sua Neri. Não que os plissados tenham saído de cena (nerifãs morreriam), mas a silhueta segue evoluindo para outros caminhos - um pouco menos sobrepostos, menos amplos - enquanto ela se revê em recortes de alfaiatarias, franjas e transparências. Assim como no denim, armando projeto com a @levisbrasil para peças limitadas, feitas à base de upcycling (e com direito a jeans plissado, claro). Os bordados intensos de Leonílson - sua faceta mais conhecida e personalíssima - aparecem sim, aqui e ali, rebordados entre os volumes da Neriage. Mas vêm também suas cores, traços e pinturas, retraduzidas em estampas, tons e jacquards; assim como seus olhares e pausas para respirar em meio ao caos urbano. Não coube a Rafaella fazer uma coleção sobre Leonílson, como poderia ser óbvio, ainda bem. É uma coleção feita COM ele.