Pierre Cardin apresenta desfile em São Paulo

Pouco mais de dois anos depois da morte de seu criador, aos 98, a Pierre Cardin tem dado ignição a um esforço de reposicionamento de imagem — aos moldes do que vem acontecendo com outras etiquetas de nomes contemporâneos do futurismo dos anos 1950-1960-1970, como Paco Rabanne. Nesse processo, fizeram o primeiro desfile depois de 25 anos — março, em Paris — e abriram concursos para premiar estudantes de modas pelo mundo, incluindo o Brasil. São Paulo recebeu ontem a finalíssima da versão local — que premiou @lethviol, da @nafaap — com direito a reprise do show de retorno em versão long-set.

Com mais de 70 looks, o ateliê de Pierre (que hoje é comandado pelo seu sobrinho-neto, Rodrigo Basilicati-Cardin) entregou o mix possível de tudo o que poderia sair daqueles laboratórios para um contexto atual — além das collabs com os licenciados da marca, como os óculos de sol by @safilogroup. Sem olhar para silhuetas inviáveis ou materiais que não combinam com uma visão de mercado mais sustentável, focaram nas silhuetas à Cardin — muitas feitas com tecidos antigos comprados e acumulados pelo criador ao longo das décadas: o leque vai da alfaiataria sóbria aos vestidos brilhosos e estruturados, sempre apegando aos recortes e moldes geométricos que são prata da casa.