Schiaparelli apresenta coleção de inverno 2024 na alta-costura

Para a gala de inauguração do restaurante Ambassadeurs em Paris, em 1941, Elsa Schiaparelli usou um vestido pintado por Jean Dunand, com uma estola de penas elegantemente enrolada nos ombros. Essa imagem – uma homenagem à bailarina Anna Pavlova, falecida naquele mesmo ano – funciona como metáfora para a capacidade da estilista de reinventar-se e também como fio condutor para a coleção de alta-costura inverno 2024 da Schiaparelli. Essa conexão imediata aparece principalmente no look que abriu o desfile, com destaque a asas que abraçam o corpo, em referência à atuação de Pavlova em “O Cisne Moribundo”.

Nesse mergulho no universo de Schiaparelli, o trabalho manual com tecido pode ser interpretado como plumas estilizadas e, ainda, espinhos, em diálogo com os muitos desafios pessa-cooais e profissionais que a estilista venceu.

No texto sobre a coleção, o diretor criativo Daniel Roseberry comenta que cada peça é clara na sua silhueta e técnica. “Você pode ver a origem de cada look, como cada um passou do esboço ao tecido. Além disso, cada olhar aqui pretende provocar algum tipo de emoção, embora parafraseando Hemingway – uma emoção que é profundamente controlada. Cada vestido, cada top, cada sapato, cada pedaço de pena de veludo dobrado ou ponta tripla de organza, busca chamar a atenção”, explica.