SPFW N54: todos os highlights do último dia
Confira tudo o que rolou no último dia de SPFW N54!
Dentro da nova geração do SPFW, esta temporada marcou pontos de virada — e de amadurecimento de olhar — para vários criadores. A curitibana Rocio Canvas já tem seu histórico em busca de uma moda elegante pensando nos códigos de alfaiataria, ainda que não caretona, sem se preocupar com temas ou explicações. Agora, com sutileza, Diego Malicheski revê suas vontades pelas formas orgânicas e abraça silhuetas um pouco mais lânguidas, se aplicando nos cortes em viés e nos retorcidos que fazem parte da construção das roupas; para uma cliente esperta que vai do plissado à capa passando pelos maxipaletós.
Também do mundo da alfaiataria, mas mais jovem, a Anacê inaugurou nova fase; agora sob o comando solo de Cecilia Gromann e, por isso mesmo, mais pessoal. Entre sonhos próprios psicanalizados e referências a arte concreta e Flavio de Carvalho, a marca aparece mais fluida — e não só no gênero, que nunca importou por aqui. Além dos conjuntos e da camisaria, ela se apega aos tricôs, vestidos com modelagem capturada por broches e o jacquard com fases da lua: uma marca em crescimento.
Assim como Ângela Brito, cabo-verdiana-carioca que deu um passo a mais aqui. Funcionando muito na dela, Ângela reflete sobre sua realidade de estrangeira num mundo muito apegado a rótulos e pouco globalizado — deixando problemas de lado e adotando um olhar mais ensolarado (não só no make e na paleta). A silhueta esportiva muda vem com repuxados e deslocamentos (palavra chave aqui) tanto na cintura quanto nas construções dos tecidos — especialmente a série de náilons em várias gramaturas, contraste com os acessórios de resina de Emer Freire.