Fashion Week

SPFW N57: João Pimenta muito além de uma alfaiataria impecável

Para o SPFW N57, o estilista prova que não tem nada de óbvio e invade o território do streetwear.

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Fotos: Patricia Favalle

João Pimenta prova que não tem nada de óbvio. Muito além da sua alfaiataria impecável e dos seus cortes atemporais, o estilista invadiu o território fértil do streetwear. Mas, de novo, zero banal. A moda de rua trazida por Pimenta tem um ar anos 1980, mergulhado no punk britânico e seus xadrezes descolados. As roupas têm silhuetas over, com profusão de bolsos e múltiplas sobreposições (finalizadas com casacos enormes, alguns de pele fake). Nesta levada, o movimento underground traduz a ambiguidade entre o chique e o despretensioso. Na paleta de cor, em alusão ao centenário do edifício Martinelli - que serviu de locação para o desfile -, a grife escolheu transitar pelo rosa velho, bege, cinza e preto. Os 120 looks, apresentados exclusivamente por 40 modelos, foram tramados em camadas, com camisas, camisetas, polos, blazers, jaquetas, parcas, bermudas e calças cargo. Para cada visual, João pensou em inúmeros arremates - que vão do old school à Sex Pistols aos moderninhos que seguem o skatista Pedro Barros. Nos acabamentos, a sensualidade das rendas combina com os crochês de Erik Bueno e Lívia Ribeiro, o patchwork de Jaqueline Lima, o tie-dye do ateliê Customize e as estampas de Sofia Duarte e André Maciel. Os acessórios também vieram fortes nesta coleção com o estilo ímpar da Oakley nos óculos escuros e nos sapatos, e das big bags feitas a partir de shapes de skates. Sem se prender ao gênero - João faz questão de frisar que a sua moda “é agênera e ponto” - ele derrubou um paradigma ao incluir a top Claudia Liz em seu line-up. Mais uma vez, o melhor momento da fashion week foi protagonizado por ele. 

 

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