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Michael B. Jordan virou estrela graças a aposta de Ryan Coogler

Michael B. Jordan brilhou em "Fruitvale Station" após ser escolhido por Ryan Coogler, iniciando uma parceria que agora chega ao ousado "Sinners"

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Michael B. Jordan (Foto: Getty Images)

Michael B. Jordan sabia que queria ser ator, mas foi Ryan Coogler quem olhou nos olhos dele há 13 anos, no set de Fruitvale Station, e disse: "Você pode ser uma estrela de cinema". Aquele foi o primeiro longa protagonizado por Jordan, o primeiro dirigido por Coogler, e também o início de uma parceria criativa daquelas que marcam gerações. Desde então, os dois se tornaram quase inseparáveis, atravessando de trens da Bay Area até as lutas de Creed e as dores de Wakanda.

 

Agora, com Sinners, eles resolveram ir além. Muito além. Ryan criou um filme ousado, que mistura vampiros, lendas do sul dos EUA e o peso do blues e deu a Jordan um dos papéis mais desafiadores da carreira: interpretar gêmeos idênticos. E não é só no roteiro que o nível subiu. Jordan, que já foi o pupilo, agora aparece como uma figura mais veterana, guiando atores mais jovens no set, como Miles Caton. O ciclo se completa.

 

Em conversa com Associated Press, os dois abriram o jogo sobre o processo de criação de Sinners, os desafios e as descobertas pessoais. Coogler falou sobre como ver Jordan dirigir o próprio filme antes de voltarem a trabalhar juntos mudou tudo: "Ele voltou com uma nova perspectiva. Foi como conversar com alguém que passou por uma revolução interna." E o papo entre eles? Nada muito diferente do que ele teve um dia com Stallone. Intenso, direto e com admiração mútua.

 

Para Jordan, a maior diferença de Sinners está na liberdade criativa. Nada de seguir uma franquia ou adaptar uma história. Era tudo novo, tudo vindo da cabeça do próprio Ryan. “Eu tinha a fonte original bem ali comigo”, brinca o ator. E foi nesse ambiente livre que os dois criaram juntos novas regras, exploraram novos tons e até riram enquanto imaginavam o funcionamento de um universo totalmente novo.

 

Mas Sinners também é pessoal  especialmente para Coogler. O diretor revelou que a ideia surgiu após a morte de seu tio James, o último membro da família que veio do Mississippi. Ele mergulhou em discos antigos, conversas com os mais velhos e refletiu sobre a Grande Migração. No meio disso tudo, nasceu a vontade de contar uma história que falasse sobre dor, dignidade e julgamento. Uma homenagem ao Sul dos EUA, às suas contradições e à sua riqueza cultural, mesmo que muitas vezes ignorada.

 

E no fim, essa jornada mexeu com os dois. Jordan se viu redescobrindo suas raízes ao lado dos pais. Coogler entendeu melhor o peso histórico do que significa ser julgado e julgar num país como os Estados Unidos. Sinners não é só um filme de gênero. É um exercício de memória, um manifesto artístico e, acima de tudo, uma prova de que essa dupla ainda tem muito a dizer. E a reinventar.

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