Com ginga carioca, Betina de Luca lança marca homônima
Betina de Luca apresenta uma moda autoral com valorização da slow fashion e o cuidado de se conectar mais com a natureza
Nascida no Rio de Janeiro, a escorpiana Betina de Luca, 34 anos, tem muita ginga e talento inato para a moda. Ela conta que sua história com a indústria começou cedo, aos 18 anos. Enquanto cursava jornalismo na faculdade, decidiu levar algumas marcas paulistas para o Rio de Janeiro. Abriu sua primeira loja em um prédio supercharmoso, em Ipanema, com uma curadoria de estilistas inéditos na cidade. Depois disso, trabalhou por três anos na Filhas de Gaia, uma marca carioca de roupas originais que desfilava no extinto Fashion Rio.
Em seguida, foi gerente de marketing do shopping Fashion Mall por dois anos e, nesse meio-tempo, embarcou para Londres para fazer uma pós-graduação em fashion marketing and communication. Em seu retorno ao Brasil e com toda essa bagagem profissional, iniciou a Virzi + De Luca, sua marca de acessórios com foco em bijuteria e semijoias.
O sucesso foi instantâneo, tanto por aqui quanto em outros países. Foram quatro anos amadurecendo e se aventurando no mundo da criação, até que resolveu dar um segundo passo e começou a se dedicar a roupas – foi assim que nasceu a Betina de Luca. A grife se desenvolveu de uma parceria com seu amigo Léo Neves, que é criador de outra marca importante da cena carioca, a Wai Wai Rio. Hoje, a marca de Betina está em sua sétima coleção e em outubro deste ano abriu sua primeira loja no Shopping Iguatemi.
Na hora de se inspirar, ela entrega que costuma fazer uma imersão total de cultura. Gosta de viajar, conhecer novos lugares e costumes. “É algo que abre muito a minha mente e mexe com o meu processo criativo. Da última vez, fiz uma imersão espiritual e criativa na Índia, de onde saiu a atual coleção”, diz Betina. Ela também costuma pesquisar em livros de época, além de frequentar brechós pelo mundo afora.
Betina acredita ainda na potência do Brasil como uma fonte de referências. “A diversidade da fauna, da flora e do povo brasileiro me inspira muito. A nossa beleza natural, o estilo despojado e mais displicente do carioca atrai as pessoas, brasileiros e estrangeiros!”, analisa.
Não à toa, seu estilo diz muito sobre a pessoa que é. Betina gosta de misturar estampas, tecidos e cores. Ao mesmo tempo, tem um lado bem clássico e é viciada em camisas brancas. Gosta de vintage e da mistura do clássico com o moderno.
Seu dia a dia é bem corrido. Atualmente, se divide entre Rio e São e Paulo, pois toda a parte de produção da marca fica na capital fluminense, e a comercial, na capital paulista, ainda mais com a abertura do novo espaço. É preciso bastante equilíbrio, pois são poucos profissionais que conseguem aliar a vida entre os setores de criação e comercial.
Mas, com essa rotina atribulada, como conseguir dar uma pausa? A estilista revela que a sua casa é o seu santuário e que também gosta muito da natureza. É onde consegue se conectar consigo mesma, e o Rio de Janeiro oferece justamente isso. Quando questionada sobre os planos futuros, Betina diz que pretende continuar com o conceito de slow fashion e a valorização do trabalho artesanal. “Vamos aumentar os nossos canais de distribuição, atacado e varejo”, finaliza.
