Jade Baborsa: a relação da ginasta brasileira com a moda
Jade Barbosa, ginasta do Brasil, foi a responsável por desenhar os collants da equipe brasileira para as Olimpíadas de Paris
O collant das ginastas brasileiras tem chamado atenção desde o início dos Jogos Olímpicos de Paris. E por trás da beleza e criatividade dos modelos tem um nome bem conhecido, tanto da Confederação quanto dos brasileiros: Jade Barbosa. A também ginasta brasileira, que ganhou a medalha de bronze por equipes nas Olimpíadas, foi a responsável por desenhar alguns dos collants que as atletas tem usado em Paris.
A relação de Jade Barbosa com a moda, em especial, desenhando os collants, começou em 2018. Em um vídeo publicado pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) no TikTok, no início de julho, ela falou sobre a importância desse universo para ela.
"Quando eu comecei [a carreira de atleta], nem collant eu tinha. Meu pai que fazia meus collants. Então, hoje, ter todas essas opções [de modelos] é muito mágico, realizador", disse.
Ainda segundo a atleta, a mudança na produção dos collants aconteceu após o recebimento de um patrocínio que impulsionou a produção com materiais e novos designs.
Na mesma época, Jade e o pai começaram uma empresa de roupas de ginástica, em que a atleta participava ativamente da personalização dos collants. Mas, foi há dois anos atrás que ela realmente assumiu a responsabilidade de desenvolver a vestimenta para competições, como o Panamericano e o Campeonato Mundial.
Em uma entrevista para a CazéTV, durante as Olimpíadas de Paris, ela explicou que tenta atender ao que às colegas de equipe desejam sem deixar o conforto de lado.
"É algo que eu to fazendo há dois ou três anos pela seleção. Eu sempre tento ver o que é mais confortável, e quais as cores que as meninas querem usar. As vezes as pessoas ficam, 'ah, porque não tem isso, porque não tem aquilo', mas primeiro o collant precisa ser confortável", explicou.
Ainda segundo Jade, esse é um fator muito importante, já que as atletas já tiveram muitos problemas com os collants nas competições. Ela aproveitou e explicou também o que as ginastas brasileiras queriam para a Olimpíada de Paris.
"A gente já teve muitos problemas em competições, dele machucar, limitar os movimentos, então essa foi a primeira questão. Nessa Olimpíadas, a gente queria usar muito as cores do Brasil. Acho que é o momento. Tem alguns que são diferentes, para as finais, até de cor, mas eu queria muito trazer isso. Trazer uma elegância junto às cores do Brasil", concluiu.
Muito além de Paris
Na Olimpíadas de 2021, mesmo sem competir, Jade também desenhou collants para a equipe. Um dos mais marcantes foi o usado por Rebeca Andrade durante a disputa que a tornou a primeira brasileira campeã mundial do individual geral, levando a prata.
"Rebeca fica extremamente elegante de branco. Quando a Daiane [dos Santos] foi medalhista no Mundial, em 2003, ela estava de branco. Eu queria um collant elegante para a Rebeca. Durante a competição, traz um olhar diferente para os jurados. Quando estamos arrumadas, mostra respeito. Tem essa regra na ginástica", disse Jade na época ao explicar o processo de criação do look.
Em 2023, durante a Copa do Mundo de Ginástica Artística de 2023, mais uma vez Rebeca usou um collant desenhado pela colega de equipe. A ginasta conquistou a medalha de prata na categoria individual geral com o modelo azul degradê.