Jovens Talentos Paulistanos: novas labels nacionais para conhecer e inspirar
Quem são os designers escolhidos pela iniciativa do INMODE, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e da SPFW que agregam cultura e sustentabilidade à moda nacional
São Paulo, assim como Londres e Nova Iorque, é uma cidade mundialmente conhecida por entregar um leque diverso e profundo de estilos, aninhando em si características de outros pontos do globo, nacionais ou internacionais. Essa característica que dá todo um charme à metrópole é percebida na moda, inclusive com um movimento de novos talentos emergindo contando suas histórias e mostrando a assinatura de cada uma das regiões paulistanas. As criações exaltam também outras localidades e riquezas do Brasil.
Durante a última edição da São Paulo Fashion Week (SPFW56), a iniciativa “Jovens Talentos Paulistanos”, por exemplo, abriu um espaço para designers mostrarem suas peças na loja SPFW/Cartel 011. O projeto é uma iniciativa do INMODE (Instituto Nacional de Moda, Design e Economia Criativa), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo, e busca identificar, promover e estimular negócios de microempresários e empreendedores individuais de moda e de design das cinco regiões da capital paulista. O catálogo é um ótimo ponto de partida para se aprofundar nesse novo momento da moda nacional, cujo foco em sustentabilidade se faz presente com bastante força, além de resgates étnicos e culturais. Confira:
DA ZONA OESTE DE SÃO PAULO:
Arte do Magro: acessórios de crochê com abordagens étnicas e sociais. O talento e a criatividade com as agulhas abriram novos horizontes para Diego Rocha. O designer hoje, além de exportar bonés e biquínis para países europeus e contar com suas peças em desfiles do reconhecido estilista Gustavo Silvestre, também profere palestras motivacionais com sua história de superação enquanto esteve privado de sua liberdade, momento em que aprendeu o crochê, 16 anos atrás.
Amaka: label que aposta em tecidos africanos para fabricar roupas e acessórios. Para Helen Nneamaka Abreu Utomi, designer, “a Amaka vai além de uma marca de produtos artesanais, representando a busca de autoconhecimento e uma jornada para manter viva a chama da cultura originária africana, onde os fios da história se entrelaçam com a criatividade brasileira”.
Nós mais Eu: objetos decorativos e acessórios desenvolvidos com cerâmica consciente. Se destaca pelas pinceladas aplicadas por meio da técnica de esmaltação. “As cerâmicas resultam de um processo que pode levar meses, sendo desenvolvidas à mão com detalhes como pedras naturais removíveis, para poder limpar e energizar”, diz a designer Monayna Pinheiro.
ZONA NORTE
Allel Handmade: marca especializada em bolsas de crochê com design inusitado.
Combolso: moda minimalista e funcional. A dependência das bolsas como acessório indispensável pelas mulheres, assim como roupas que valorizam a evidência do corpo e não a funcionalidade das peças, foram questões determinantes para a designer Fernanda Cerqueira criar a grife Combolso, única marca brasileira a desenvolver artigos que incluem bolsos como referência e diferencial das peças.
Entre Pontos Artesanato: peças utilitárias para o lar.
Sampaô: a cidade de São Paulo e “a linguagem das comunidades periféricas, quilombolas e das pessoas pretas, que criam uma comunicação própria entre si”, são as grandes fontes de inspiração para as peças desenvolvidas pela Sampaô. Como assinatura, “bordados com letra cursiva de dialetos típicos”, segundo Edi Silva, criadora da marca.
ZONA LESTE:
Berimbau Brasil: vestuário sustentável que, segundo o designer Sandro Freitas, cria e compartilha novas perspectivas para uma moda afro-futurista brasileira, com inspiração afro-indígena.
Private Jungle: micro paisagismo em terrários. Segundo o designer Ronaldo Franco, ser selecionado para expor seus produtos na pop-up store da SPFW “foi uma experiência incrível, que deverá elevar o nível desse trabalho com tal visibilidade”.
Beadyss: peças e acessórios com miçangas. A marca visa incentivar o consumo consciente ao possibilitar o aluguel das peças e usar materiais que, em sua maioria, podem ser reutilizados e também reciclados no fim da vida útil do produto.
CENTRO
Remimo Ecojoias: peças e acessórios produzidos por meio da ressignificação de cascas de ovos.
Elekô: acessórios afetivos, ancestrais e artesanais.
New Sew 3D: Techcouture (3D para vestir). Camila Chaves, designer, inova ao criar módulos que se encaixam, para montagem de artigos customizados, característica que amplia o acesso ao vestuário para mais pessoas, proporcionando maior adequação de tamanho, modelagem e perfil de consumo.
ZONA SUL
Beads: acessórios e roupas handmade com miçangas esféricas.
Fomentando negócios
Um detalhe importante é que, além da visibilidade de expor suas peças em uma grande vitrine de mercado, caso da SPFW, os designers participantes também foram contemplados com mentorias envolvendo o diagnóstico e as orientações para o aprimoramento e o incremento dos negócios. “O projeto reflete o compromisso da SPFW como uma plataforma geradora de oportunidades para os novos talentos. Além de fomentar o micro empreendedorismo, projetos como esse, em um país tão diverso e criativo, contribuem com novos olhares e diferentes concepções para oxigenar e reforçar a identidade da indústria de moda brasileira”, diz Graça Cabral, fundadora da SPFW e conselheira e curadora do INMODE.
O projeto contemplou, no total, 23 marcas brasileiras com as mentorias especializadas, conduzidas por profissionais da indústria. Elas também participaram de um editorial exclusivo, cujas imagens você confere aqui nesta matéria.
Completam as marcas selecionadas a Ponto Fino, com suas bolsas estampadas. Também temos a label de Renata Savedra, que traz roupas fluidas e ultra femininas sob medida; a Sr Bijoux, com criações a partir de miçangas e Leila Garcia, com bolsas em formatos inusitados, que viram, inclusive, peças de roupa. Para fechar o time, Jazz NQZ, marca que desenvolve peças com linho e roupas focadas na sustentabilidade, Lilian Seraos, com produtos advindos de upcycling, exaltando uma economia sustentável, Tantos Tons, um brechó que trabalha com customizações, e Axo Mege, que desenvolve peças que celebram elementos da cultura negra.
“Queremos que os jovens acreditem no seu futuro, na sua capacidade de empreender e de gerar renda. O setor de moda e costura é um nicho de grandes oportunidades. Temos, como missão, oferecer o apoio necessário para que eles possam explorar suas habilidades e transformá-las em bons negócios”, afirma Aline Cardoso, secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Cidade de São Paulo.
Confira o perfil dos participantes no Instagram:
Arte do Magro: @artedomagroofc
Allel Handmade: @allelhandmade
Berimbau Brasil: @berimbau_br
Elekô: @acessorioseleko
Amaka: @amaka.afro
Combolso: @combolso
Remimo Ecojoias: @remimoecojoias
Newsew 3D: @camis3D
Entre Pontos Artesanato: @entrepontos_artesanato
Sampaô: @sampaovest
Private Jungle: @myprivatejungle_
Nós mais Eu: @nosmaiseu
Beadyss: @beadyss_
Beads: @beads.online
Renata Savedra: @renatacsavedra
Ponto Fino: @ponto.fino_
SR bijoux: @sr.bijouxx
Leila Garcia Acessorios: @leilagarciaacessorios
Jazz NGZ: @jazzngz
Lilian seraos: @studio_lilian_seraos
Tantos Tons: @tantostons_oficial
Loja da Japa: @lojadajapa.com.br
Axo Mege: @axo_mege
CRÉDITOS/EDITORIAL:
FOTOS: HUDSON RENNAN
STYLING: HELENO MANOEL
BELEZA: RICARDO DOS ANJOS
PRODUÇÃO DE MODA: EMMANUEL AMARAL E HANNA RODRIGUES
CASTING: WAY
ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: RENATO TOSO
ASSISTENTE DE BELEZA: PATRICK PONTES
CAMAREIRA: FLAVIANA OLIVEIRA
ESTÚDIO: PIER 88