Moda da realeza: a dinastia da influência real na moda
Destoantes no estilo, similares no impacto em criar tendências; Entenda como duas grandes mulheres da família britânica tornaram-se influências atemporais na moda da realeza - e do mundo!
Períodos marcados por características peculiares sempre deixam um resquício que impacta as gerações futuras, principalmente quando o assunto é a alta-costura. Passam-se os anos, os gostos e as tendências, mas há algo que permanece intrínseco à moda e faz jus a relevância, dimensão e contemporaneidade que ela ocupa na sociedade: o uso das roupas como forma de expressão.
Do minimalismo aos artigos de luxo, é possível encontrar inspirações que transitaram entre as épocas para fazer história na atualidade. E, claro, não é possível falar de influência na moda sem mencionar a repercussão causada pela monarquia britânica, a partir de ícones atemporais como Rainha Elizabeth II e Lady Di.
A Rainha, que já é a monarca a ficar mais tempo no poder, completou 70 anos à frente do trono britânico em 2022, e ao longo das décadas, concebeu uma ilustre trajetória composta por looks únicos, influentes e carregados de significado, sem jamais deixar de lado o que a representa melhor: um estilo prático, equilibrado, perene e estratégico.
Medindo 1,63 metro de altura, Elizabeth II é destaque em todos os locais em que passa, não por acaso. Para garantir que será vista por todos que dedicaram um momento de atenção para a sua passagem, a Rainha aposta em cores vibrantes nas tradicionais peças monocromáticas; é o que afirma Sophie Rhys-Jones, a condessa de Wessex, em entrevista para o documentário “The Queen at 90”, do diretor Ashley Gething.
Cada composição da chefe de Estado do Reino Unido é estrategicamente formada por renomados estilistas como Angela Kelly, Hardy Amies, Norman Hartnell e Stewart Parvin, que garantiram a perpetuação de seu estilo, apesar dos ciclos de tendência já vividos. Em encontros oficiais com líderes de outros países, por exemplo, cores sólidas ou que fazem referências à pátria são maneiras clássicas de simbolizar respeito e diplomacia.
Tradicionalmente, os looks monocromáticos que compõem o styling da monarca variam desde cores em neon a roxo, verde, amarelo, rosa, branco e tons neutros, e são harmonizados com um colar de pérolas e um broche. A composição que há anos é peça fixa no closet da realeza ainda hoje tem espaço no universo da moda.
Os conjuntos de cor única são um sucesso entre os adeptos da moda comfy, mas também garantiram presença nas passarelas brasileiras neste ano. A estreia da marca Baska na mais recente edição da São Paulo Fashion Week foi regada de looks monocromáticos em tom de bege, exibidos por nomes como Rafaella Santos, Renata Kuerten e Pathy Dejesus.
Ao contrário do que muitos podem imaginar, o estilo, as peças e os acessórios definidos para diferentes ocasiões da Rainha Elizabeth não são um mero protocolo real. Um exemplo disso é o estilo adotado por outros membros da família, como Kate Middleton, Meghan Markle e a icônica Princesa Diana.
Muito além da realeza: moda e ousadia de Lady Di
Aquela que ficou conhecida no mundo todo como a Princesa de Gales, em 1981, ao se casar com o Príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, tornou-se não apenas uma influência fashion para a época, como também segue recebendo homenagens de diferentes grifes que, um dia, fizeram parte de seu arsenal de roupas.
Do magnífico vestido de casamento, criado pelo casal de estilistas Elizabeth e David Emanuel, passando por looks que celebraram o power dressing, que estava em alta na década de 90, ao popularmente conhecido como vestido da vingança, desenhado pela estilista Christina Stambolian e usado por Diana na Serpentine Gallery, no mesmo dia em que a mídia expôs o adultério de Charles, é uma leve demonstração de como o styling da Princesa conta com uma trajetória repleta de peças que marcaram a história.
A ousadia de Diana não começou após o término do casamento com o Príncipe. Em um evento oficial noturno, que aconteceu em 1990, ela foi a primeira mulher da família real a usar uma calça de cintura alta e alfaiataria, características do movimento power dressing – tendência de moda que fortalecia o empoderamento feminino, que fez parte da última coleção de inverno da Tory Burch, na passarela do New York Fashion Week.
Outra tendência lançada por Lady Di, que voltou a ficar em alta no inverno do ano passado, foram as composições color blocking, ou seja, a formação de um look a partir de peças sólidas, criando blocos de cor. Além disso, o rompimento com a família real fez com que os holofotes ficassem cada vez mais atentos ao estilo da princesa, que passou a transitar entre o comfy wear, apropriado para atividades corriqueiras como visitar casas para alugar, e a exuberância, elegância e singularidade de grifes famosas.
Marcas de luxo como a Gucci e a Dior fizeram parte do closet de Diana e recentemente a homenagearam. O lançamento da Gucci Diana, a clássica e exclusiva bolsa de couro com alças de bambu, em 2021, manteve aceso o legado da icônica e deu seguimento à proposta que a Dior desenvolveu em 2020, com o relançamento da bolsa Lady Dior.
Para ter uma ideia da atemporalidade e versatilidade do estilo da Lady Di, basta ter atenção às novidades fashion. A jaqueta vermelha lançada pela Yeezi, grife do rapper Ye (conhecido pelo antigo nome Kanye West), em parceria com a GAP, é semelhante ao despojado casaco puffer vermelho e de silhueta curta de Diana. A peça fez tanto sucesso na época que estará entre o figurino de Elizabeth Debicki, atriz que interpreta a princesa na série The Crown.
