Moda urbana brasileira: conheça a Forca Studio!

Onde está a sua raiz? Em contraponto com toda a busca por um Brasil historicamente artesanal, como mandam as vontades de hoje, há um público que enxerga sua autenticidade muito mais perto das fileiras de prédios do que dos pontos de crochê. É aí que entra a história da Forca Studio, que lançou recentemente sua coleção de verão.

A Forca é iniciativa da dupla de amigos Vivi Rivaben e Silvio de Marchi — ela, estilista e ex-Ratier; ele, DJ e figura da noite paulistana. Os dois, urbanoides ferrenhos e com códigos visuais complementares que fazem a história surgir naturalmente. “Nossos olhares são extremamente parecidos em vários aspectos, então essa vontade veio muito fácil, de produzir alguma coisa nossa. A ideia inicial era fazer algo pequeno, para circular entre amigos. Uma cápsula mesmo, dez peças”, relembra Vivi sobre os planos, atropelados pela pandemia.

Depois de dois anos encaixotado, o projeto ferveu para planos maiores, exibidos em desfile-performance em julho, de uma moda de alfaiataria esportiva que transita entre jaquetas e bodies transparentes, recortes de cores e texturas de tecidos tecnológicos. “É uma pegada de ir contra a cultura normal das coisas, sair um pouco do que se espera sobre ser perfeitinho”, define Silvio, que tem se aventurado na criação com a partner. A definição do público vem junto do nome, sem sutilezas: “As minorias sociais — gays, mulheres, trans — sempre fomos mandados para a forca por ser quem somos. Decidimos tomar e virar essa forca para o outro lado.”

A nova coleção é uma continuidade daquele primeiro drop, muito baseado na linguagem de esportes sobre rodas, agora com a entrada de tecidos mais leves e experimentações com estruturas de metal. Em paralelo, o duo prepara a nova história para 2023, enquanto procura um ateliê maior para dar conta da produção e do moodboard, cheio de vontades que ficaram paradas na quarentena. “Como nós convivemos muito próximos, a troca acontece a todo momento. Temos essa ideia de fazer um tema por ano, que vai se desenrolando durante as estações”, diz Vivi, prometendo show maior do que o da estreia, quando a marca colocou um legítimo globo da morte no meio da passarela. “A única coisa que dá para adiantar é que será ao ar livre, por conta da cenografia muito grande. A vontade é que seja bem mais impactante do que já fizemos.”