Talento em dobro! Conheça os nomes por trás da Estilé
Beatriz Carvalho e Victoria Beukers são daquelas amigas que sempre fizeram tudo juntas desde pequenas, das brincadeiras e confidências às aulas de balé. Essa cumplicidade naturalmente levou a dupla a planejar um futuro profissional. Ambas também cresceram vendo, principalmente, os avós empreenderem.
Tudo isso virou combustível na hora de transformar em negócio a percepção de que havia uma lacuna a ser preenchida no universo dos acessórios. “Queríamos sair do senso comum”, contam. Foi olhando para a arte que surgiram os insights que moldaram as primeiras bolsas e inspiraram texturas e cores. A escolha do acrílico como matéria-prima tem feito, desde o início, toda a diferença no impacto visual das criações. O fato de ser um termoplástico contribui para a modelagem de partes como alças dos acessórios. Ao todo, são 27 etapas na construção artesanal de cada item. A aparência retrô, o efeito marmorizado e as cores extravagantes, aliados a uma comunicação eficiente nas mídias sociais, transformaram as bags em desejo imediato. Foi a deixa para elas acrescentarem óculos de acetato e pulseiras de resina que, igualmente, transmitem individualidade e personalidade.
São icônicos, termo que Beatriz e Victoria adotaram como bandeira para defender suas criações. Na nova série, elas chegaram a um formato ainda mais compacto e cheio de bossa que acomoda apenas o essencial – basicamente, celular e cartão de crédito – em formato crossbody. “Com a pandemia, sentimos a necessidade de eliminar o que é supérfluo”, explicam as designers. Da ideia de manter as mãos livres e deixar para trás o que não é essencial veio o nome da coleção: Hitchhicker. A grande novidade é o trabalho com o couro que, até então, aparecia apenas nas alças longas. O material surge nos cases em formato flip e em belos tressês e franjas em três modelos diferentes e dez cores. Uma atmosfera de anos 1970 embala o lançamento.
Aos 26 anos, as garotas são zero conformistas. Questionadoras e pragmáticas, como convém a típicas representantes da geração Z, elas contam que um exercício diário é analisar o produto e as decisões relacionadas ao negócio. A Estilé é uma típica Digitally Native Vertical Brand (DNVB), ou seja, nascida em ambiente digital – entretanto, focada em oferecer experiências memoráveis e comunicação eficiente. Aqui, o showroom montado em São Paulo é ponto de encontro para quem deseja conhecer de perto o produto em um ambiente alegre e estiloso, já que 98% das vendas são realizadas em ambientes digitais. Uma curiosidade das empresas nesse formato é que elas têm um crescimento mais lento porque estão interessadas em nutrir um relacionamento com o consumidor pelas redes sociais e com os parceiros. Daí ter um propósito é tão importante. Para Beatriz e Victoria, a humanização das relações – por meio do contato direto com artesãos e suas famílias e a valorização do feito a mão e do diálogo em dúvidas e feedbacks – ocupa espaço central na preocupação com a condução da marca. “Queremos desconstruir a ideia de empresa ‘quadrada’”, explicam elas, que são formadas em administração e publicidade. No dia a dia, Victoria cuida da comunicação, enquanto Beatriz foca no comercial e no operacional. E ambas se encontram no processo criativo. É assim que elas vêm moldando uma marca de luxo com pegada jovem envelopa- da por um pensamento que já virou uma espécie de mantra entre elas: “Made by real hands for real people”.