Quiet luxury: a tendência que tem mudado os guarda-roupas
Descubra a beleza discreta e sofisticada do quiet luxury, onde o luxo se revela nos detalhes mais sutis
As mais recentes passarelas apontam uma nova tendência: ao invés dos excessos, o minimalismo vem ganhando espaço nos corpos de modelos e nas vitrines de prêt-à-porter e alta-costura.
Como uma resposta afrontosa da moda às tendências mais extravagantes, que enchiam as peças com logos e emblemas das marcas de luxo, o “quiet luxury” propõe algo mais simples e que transmita uma mensagem de elegância, sem ostentação.
Você já ouviu falar dessa tendência? Descubra mais sobre essa moda e saiba como ela pode influenciar os seus visuais nas próximas temporadas.
O que é o estilo quiet luxury?
O quiet luxury traz uma abordagem mais elegante e sofisticada para as peças que estão ligadas ao luxo. Ao contrário da tendência da ostentação, essa outra possibilidade tenta aproveitar o refinamento e a exclusividade como um valor que deixa o visual ainda mais especial.
Seja na decoração de ambientes ou na hora de montar um visual, o foco do quiet luxury é a qualidade. Cada detalhe merece atenção, mas nenhum deles deve se sobressair como um exagero na composição. Assim, a beleza simples ganha destaque no dia a dia e em momentos especiais, criando visuais considerados atemporais e autênticos.
A própria demonstração de status, muito ligada a tendência de uso de logos nos itens, já deixa de ser interessante, de acordo com o quiet luxury.
Com isso, ficam de lado os grandes logos em uma peça Balenciaga, por exemplo, para entrar na moda novamente a sobriedade de uma peça Chanel.
Brunello Cucinelli e Loro Piana, no ramo do cashmere, ou os artigos de couro da Bottega Veneta são grandes exemplos de categorias que optam pelo minimalismo e um ar de exclusividade na hora de compor suas roupas e acessórios.
É claro, os principais estilistas do mundo já estão de olhos atentos para entender o comportamento dos consumidores, e, com isso, as próximas coleções já devem seguir nessa linha.
Moda como experiência
A moda não é apenas algo visual, ela pode proporcionar sensações e experiências. Por isso, o quiet luxury irá defender que as peças devem essencialmente ser compostas por materiais de qualidade, que ofereçam conforto ao vestir e elegância aos olhos. Isso conversa diretamente com a tendência minimalista e sustentável, já que esses itens costumam ter uma durabilidade maior.
De acordo com especialistas, a tendência é sim uma resposta ao estilo dos últimos anos. Enquanto as grandes marcas foram sendo cada vez mais reconhecidas por um número maior de pessoas, era normal a vontade de exibir seu poder de compra. E o uso exagerado de logos e símbolos ajudava a transmitir mais valor.
No entanto, após uma pandemia, crise global e até mesmo o efeito que a guerra entre Ucrânia e Rússia tem causado no mundo, a ostentação deixa de fazer sentido. A elegância é um requinte, um refinamento nos olhos de quem sabe reconhecer o que realmente é importante.
Por isso, as peças também passam a refletir esses valores e esses sentimentos. Um bom acabamento em uma peça vale mais do que uma grande estampa com o nome da marca.
Diálogo com a classe A
Para manter uma conversa com o público de maior poder aquisitivo, as marcas têm buscado diminuir o apelo visual. Afinal, essa parcela dos consumidores está mais interessada em design e qualidade, ao invés de comprar algo apenas pelo logo.
A ideia, segundo os profissionais do setor, é trazer novamente a diferenciação, mas agora por fatores mais sutis, como se fosse um diálogo apenas com quem tem propriedade para participar da conversa.
A logomania, como é conhecida essa tendência que se tornou popular especialmente por conta das redes sociais, onde a ostentação se tornou quase uma regra, está perdendo espaço para a discrição.
Porém isso não se resume à ausência dos logos. Isso também está relacionado, por exemplo, ao tamanho de joias e outros acessórios, assim como também ao uso mais discreto de metais e pedras preciosas na composição desses visuais.
Falsificação e cópia prejudicam marcas e consumidores
Outra questão importante é que chegam ao mercado itens falsificados que estão cada vez mais próximos dos originais. No entanto, isso é apenas uma questão visual. Quem veste um produto original pode entender onde está o real valor daquela peça, que trará muito mais conforto e qualidade ao seu guarda-roupa, isso sem contar a durabilidade dos materiais.
Por isso, as marcas também querem investir mais no seu principal diferencial: o acabamento, o material de qualidade e a experiência exclusiva. Isso jamais poderá ser imitado ou copiado, agregando ainda mais valor à experiência de adquirir e vestir um acessório original e de grife.
Como adaptar o quiet luxury ao dia a dia
Essencialmente, o quiet luxury está atrelado às grandes marcas, que possuem um preço cada vez mais elevado no Brasil. Por esse motivo, muitas pessoas têm buscado alternativas, já que, seja pela questão de câmbio ou pela questão de segurança, muitas pessoas têm escolhido investir em peças mais simples no dia a dia.
Porém é possível adaptar o quiet luxury a essa realidade dos brasileiros que desejam se vestir bem e com muito conforto.
A principal dica é buscar pelas empresas nacionais que também investem em uma estética mais clean, sem deixar de lado o ar sofisticado das peças. Materiais naturais e de alta qualidade, com uma paleta de cores neutras e modelagens elegantes, por exemplo, são a melhor alternativa para incorporar isso à sua rotina.
Além disso, não é necessário compor seu visual apenas com vestidos, joias e outras peças que remetem a uma elegância extrema. Para os estilistas, a ideia principal é conseguir incorporar o real valor da exclusividade também no guarda-roupa do dia a dia.
Com isso, peças como uma calça jeans flare ou um colar mais simples também podem ser inspiradas pelo quiet luxury, oferecendo uma experiência de exclusividade e elegância, ao mesmo tempo que opta por minimalismo, qualidade e durabilidade desses materiais e produtos.