Moda

Ricardo Almeida fala sobre moda em entrevista exclusiva a L’Officiel

Ricardo Almeida encontrou L’Officiel no seu estúdio ainda fresco, no Complexo Matarazzo, ao lado do hotel Rosewood. Em pauta, as mulheres e os seus novos pupilos

Ricardo Almeida
Ricardo Almeida

“Quando acham que vou fazer algo, vou lá e faço o contrário.” Esse é um mote que Ricardo Almeida gosta de repetir em versões diversas, sorrindo, enquanto ouve Depeche Mode. O estilista, que já ficou conhecido por mil apostos – o mais conhecido alfaiate brasileiro, o homem que vestiu Lula na época do primeiro mandato, o amigo próximo de atores e figurões, um bom festeiro, o estilista que fez Gisele Bündchen aparecer de risca de giz na SPFW –, completou 40 anos de carreira há pouco. E agora, apostando na própria contramão, retoma o início do percurso e volta a criar uma linha feminina com suas mãos. Em paralelo, pega fôlego (e gosto) para treinar um trio de jovens de 20 anos com quem experimenta na nova linha RA2, de pegada contemporânea e menos formal: Arthur e Ricardo, seus dois filhos mais novos, com o amigo Gabriel, sobrinho-neto de Costanza Pascolato. Ricardo encontrou L’OFFICIEL no seu estúdio ainda fresco, que ocupa 700 metros quadrados do Complexo Matarazzo, ao lado do hotel Rosewood. Em pauta, as mulheres e os seus novos pupilos.

 

L’OFFICIEL Como está funcionando este espaço novo? 

RICARDO ALMEIDA Aqui é para servir como um estúdio de consultoria de imagem. Tanto que, você pode ver, não há roupas em exposição. O foco é no cliente, na atenção, na conversa. Atendo só com hora marcada, pessoas que vão desde um executivo até o pessoal dos casamentos, políticos, músicos, galera da novela. Então, qualquer coisa da área de criação, eu acabo fazendo aqui – e na fábrica, no Bom Retiro, a parte técnica da modelagem e da construção.

 

L’O A ideia veio do Espaço Matarazzo? 

RA Nem foi um convite, eu que aluguei mesmo. Eu precisava de um espaço novo, desde que fechei o estúdio que ocupava na Vila Nova Conceição. O Jayme Monjardim me trouxe para conhecer a construção do Matarazzo em 2018. Foi quando conheci o Alexandre Allard, idealizador dessa história toda, e ficamos amigos. Já ali, em meia hora de conversa, eu comprei um apartamento na área residencial do complexo. Depois, conversamos sobre a instalação do estúdio por aqui.

 

L’O Esse seu retorno ao feminino é uma vontade de marcar toda uma nova fase da Ricardo Almeida? 

RA Acabamos de fazer 40 anos, né? É um grande momento, e tenho dito que agora é que vamos começar de verdade. Aprendi muito nesse tempo todo. E hoje tenho uma puta estrutura, algo que é muito difícil no Brasil. Tenho 8 mil metros quadrados de fábrica, uma parceria com a Loro Piana de muitos anos. Já é uma história imensa. Hoje, realmente, estou no melhor momento da marca. São as melhores condições possíveis. Vou diminuir o passo? Nem pensar. Agora é que dá para fazer muita coisa. Daí que, na pandemia, me peguei refazendo todos os meus moldes da alfaiataria. Trabalhei todos os dias durante a quarentena. Fizemos 200 mil máscaras para doar e mais para vender. Depois, comecei a olhar para o meu masculino, que já era excelente – e ficou melhor ainda. São coisas mínimas, que você mexe meio centímetro e faz toda a diferença. Com isso resolvido, ataquei o feminino. Refiz tudo mesmo, as modelagens, repensei todos os arquivos. É isso que eu mais gosto de fazer, a parte da criação e, lógico, a modelagem. Não adianta você pensar em uma roupa e não saber modelar direito. E ficou absurdo, são peças que vestem muito bem. Tem uma base de calça, por exemplo, que veste perfeitamente – se a pessoa for alta ou baixa, mais magra ou mais gorda, não importa: funciona.

 

L’O Qual é a diferença dessa nova fase com a Special Ladies, que você lançou em 2012?

RA O que aconteceu naquela época é que eu não estava preparado para fazer. Tinha que lançar o feminino, mas eu mesmo não tinha esse tempo. Então ficou na mão de terceiros. Foi um trabalho competente, mas aconteciam mudanças no processo que eu não tinha tempo de olhar de perto, na modelagem, no produto, que fizeram a coisa se perder. Por isso refiz tudo. Outro fator que fez diferença: passei a atender pessoalmente as mulheres no sob medida, então daí vem uma noção maior do que pode funcionar melhor para elas. Por exemplo, eu gosto muito de peças mais amplas, oversized, que considero bem mais atuais. Mas, no Brasil, há uma questão com a mulher que não é tão alta e carrega proporções que fazem com que essa roupa talvez não fique tão boa. Então é preciso recalcular, enxugar de um lado, encurtar de outro, para não deixar a pessoa mais baixa. É importante que eu esteja no jogo, atendendo, para ver o melhor caminho.

 

L’O A roupa feminina não é uma novidade no seu repertório, porém. 

RA Realmente, não. A primeira peça que fiz, 40 anos atrás, era feminina. Naquela época eu atendia as marcas mais bacanas, lojas top brasileiras, fazia Bruno Minelli, fazia Richards, Hugo Boss. Atendia bastante esse público. Quando montei a minha loja, em 1991, produzia feminino. Lembro que fiz um body maravilhoso, com zíper invisível que nem havia no mercado brasileiro, era uma segunda pele – a mulher usava com um blazer por cima, um salto, e ficava muito estilosa. Era zero vulgar. Mas era uma roupa que chamava muita atenção, elas usavam duas vezes e não conseguiam usar de novo. Por isso parei com o feminino, na época. Eu não queria fazer uma alfaiataria igual à masculina, se podia fazer uma roupa mais louca. Porém, precisava de um público que tivesse vontade de gastar, um corpo legal e dinheiro sobrando – pois precisaria comprar toda hora uma coisa nova. Era o pensamento da época. Eu precisava ficar o tempo todo inventando novidades, ainda mais porque não podia fazer uma tiragem imensa. Então você fica doido. Depois de dois anos de loja, deixei só o masculino. Só voltamos mesmo nessa época que você comentou, com a Special Ladies. E agora, do jeito 100% certo.

 

L’O Acha que faltava uma mulher que entendesse a sua proposta para consumir de fato, naquela época? 

RA Mais ou menos, sim. É porque restringia bastante o mercado do. As modelos todas adoravam, não é? Mas isso não sustenta uma marca. Lembro de um blazer, que tinha uma coisa meio saia, cortado de um lado – era uma peça linda, é linda até hoje. A Cris Barros comprou na época, me lembro. Mas era isso: não podia usar muito. Hoje não se liga mais tanto para isso. Naquela época, usar a mesma roupa em dois lugares? Isso não existia, era um absurdo. A minha ideia é fazer um feminino ainda mais exclusivo, não é expandir para cacete. Pelo contrário. Vai ficar aqui no estúdio e, quem sabe, na loja da Bela Cintra. Prefiro fazer peças mais exclusivas e com menos quantidade do que me esforçar para atender todo mundo só para abraçar o mercado. A ideia de expansão maior será na RA2, e ainda assim controlada. 

 

L’ O Sentiu uma grande diferença nesse público, de 1991 para hoje? 

RA Ah, lógico, é outra história. Mesmo entre os homens, o de antes e o de hoje, é algo totalmente diferente. O comportamento mudou completamente para ambos os lados. E, hoje, o mercado mundial quer peças mais exclusivas, quer a experiência e o atendimento diferenciados. São coisas a que antes não se dava tanto valor. Quando montei o primeiro estúdio, na Vila Nova Conceição, [em 1996], já foi pensando nisso. E ali eu já fazia figurinos para várias novelas, que impactavam na moda. Por isso conheço todos esses artistas, pois vesti vários protagonistas. O Edson Celulari em Explode Coração, o Thiago Lacerda. Essa relação fez com que eles desfilassem comigo, pela amizade mesmo – nunca que eu teria dinheiro para pagar os cachês daqueles castings estrelados. O Thiago mesmo, tinha acabado de explodir total em Terra Nostra, foi lá e desfilou. O Raul Cortez, imagina. Era o top do top, quem podia pagar? Pois fez três desfiles comigo. Foi com ele a primeira novela que fiz, O Sorriso do Lagarto, em 1991.

Ricardo Almeida com os filhos, Ricardo e Arthur (à esquerda) e Gabriel Pascolato
Ricardo Almeida com os filhos, Ricardo e Arthur (à esquerda) e Gabriel Pascolato - Foto: Igor Kalinouski.

L’O Aquele look clássico que Gisele Bündchen desfilou, em 2003: chegou a produzir para alguém? 

RA Eu fiz para a Hebe Camargo! Várias pessoas pediram, mas não produzi. Gisele levou o dela, não sei se ainda tem. Imagino que sim, pois aquele macacão de risca de giz é maravilhoso. Todo mundo achava que eu ia colocar um terno nela, o caminho óbvio. Aliás, muita gente ainda acha que é um – por conta da padronagem do tecido, engana o subconsciente. A ideia era exatamente essa, confundir. Era a alfaiataria tipo de paletó, mas em um macacão. Agora, quero reeditar. Vou fazer 40 peças numeradas, cada uma com o risca de giz colocado de forma única. Vamos vender e reverter total o dinheiro para a Amigos do Bem.

 

L’O Quarenta anos de carreira: o que ainda dá tesão de fazer? 

RA Eu adoro fazer a parte de criação. Esse paletó que o Enzo Celulari usou em Cannes, criamos na prova de roupa. São coisas que não posso fazer na Ricardo Almeida, pois o cliente não entende direito. E eu preciso de dinheiro para girar a estrutura, não posso espantar esse cliente. Mas, na RA2, os meninos podem fazer o que for. E eu também.

GABRIEL PASCOLATO Nós precisamos dele, para sair uma construção perfeita, tipo Ricardo Almeida. Uma coisa são as ideias, as vontades que temos. Mas construir e ficar bom de verdade é outra história. E Ricardo nos ajuda a filtrar as ideias também. Queríamos fazer uma saia, mas virou um debate imenso – nem sabíamos se nós mesmos bancaríamos usar uma. Daí virou uma calça-saia, que foi para a coleção. Dois meses depois, foi assunto de fashion week. Esse pensamento de jogar as coisas no mundo, sem saber se vai dar certo ou se as pessoas vão usar, isso é muito legal.

RA Eu já fiz saias. No desfile que aconteceu lá em casa, o Alexandre Nero usou uma – depois o Paulinho Vilhena. Era uma saia linda. Mas vou falar que vai vender um monte? Na Ricardo  Almeida? Não vai acontecer. Eu mesmo adoraria usar, mas se sair com uma saia hoje, as pessoas vão falar que fiquei doido. Agora… se for RA2, rola – pois posso falar que é a coleção dos meus filhos. É um jogo de mercado. Existe uma diferença entre o que você curte e o que tem que fazer para faturar. Não posso colocar uma peça muito louca na vitrine da loja – sei bem disso, pois já fiz e me dei mal. Pega o Jean Paul Gaultier, por exemplo, que para mim é o cara mais top em criação. Mesmo extremamente criativo, a empresa dele não andou – pois sempre estava com o pensamento à frente. Então o cara com grana, ele não vai consumir ali. Mas se você olha para uma Ermenegildo Zegna, uma Loro Piana, estão muito bem, ganhando dinheiro com o clássico. No masculino formal, você tem que fazer o feijão com arroz – ou não vai vender. Ali, o importante é você fazer o melhor possível. Então, com os meninos fazendo isso na RA2, essas experimentações, fica muito mais fácil fazer Ricardo Almeida. O complicado é fazer o louco.

GC O jeito de pensar é diferente, mas o tecido absurdo e o know-how vêm da Ricardo Almeida. A marca já faz um produto excelente há 40 anos, tem uma história de mercado. A RA2 é a expressão artística mais “uau”. Um braço para se expressar, digamos, com a mesma lã top.

A linha feminina revista pelo estilista
A linha feminina revista pelo estilista - Foto: Igor Kalinouski.

L’O E em que momento surgiu esse combinado da RA2, de fato? 

RA Quatro anos atrás, também na pandemia. Foi um período que serviu para pensar um monte de coisa. 

ARTHUR ALMEIDA A vontade mesmo veio de um tempo antes, de fazer algo juntos, eu e o meu irmão. Fomos maturando na nuvem. Na pandemia, quando a fábrica fechou, foi o tempo certo. 

RICARDO ALMEIDA (FILHO) Essas peças de que o meu pai estava falando, que não vendiam, que eram muito vanguardistas: ele entregou as caixas que estavam na fábrica e deu nas nossas mãos para explorar. Tinha muita coisa feita para desfiles antigos, peças de Yohji Yamamoto, Gaultier, Issey Miyake. 

RA Quando comecei, eu trabalhava muito com pesquisa. Para ver costura, acabamento, entender o uso de entretelas. Isso era nos anos 1990, né? Muito disso não havia no Brasil – não tem até hoje, precisava trazer de fora. Então você pega essas peças, desmonta, estuda, para conseguir entender a indústria. Muito disso tenho no acervo, nunca nem usei – os garotos que estão roubando para usar agora. Outras eram de acervo pessoal, as calças largas que sempre amei. Ou coisas que produzi sabendo que nem iam vender, como o desfile só com tecidos resinados que apresentei para a imprensa mas não foi para a loja. Então entreguei e falei para olharem tudo o que já tive, o que já fiz, o que já comprei, e disse: estudem.

RA (FILHO) Ali foi o turning point, o que virou a chave de verdade. E eram coisas que, na época, nem sabíamos o que era. Tínhamos uma visão limitada da coisa, nos ligávamos no streetwear – era a fase da Off-White, Supreme, a época do Virgil Abloh. Era isso que nos impactava.

GC Foi aí quando eu entrei de verdade na história. Nós já éramos amigos do colégio, já tínhamos um diálogo de moda entre a gente. E a minha família conhece o Ricardo há 30, 40 anos, já teve uma relação comercial através da Santaconstancia. Pegamos essas caixas e enchemos o galpão de peças espalhadas, uma mais absurda que a outra. Fomos analisando e entendendo sobre modelagem, sobre construção. Foi uma base importante para começarmos a criar. 

RA Eu sou do time de que tudo é pesquisa, ainda mais falando sobre modelagem. E também o processo de acertar uma unidade. Afinal, são três pessoas diferentes, era um exercício de ajudar a entender um caminho para que saísse uma coleção coesa, que conversasse entre si. 

RA (FILHO) No começou foi um tanto difícil, afinal cada um tem o seu gosto, para tentar uma identidade única. Daí surgiu a parte da malharia, que o Arthur gosta mais, e a alfaiataria, que fica mais comigo e com o Pascolato. É um Ricardo Almeida desconhecido, distorcido. A RA2, gostamos de pensar como um laboratório de ideias. Buscamos referências novas, brincamos com a modelagem, matéria-prima, recortes, torções. Isso se encaixa perfeitamente para onde a moda caminhou, de algo mais experimental. Trazer esse braço para dentro da Ricardo Almeida foi uma grande jogada. 

AA É um braço mais aberto, afinal a gente ainda não tem um cliente controlando as possibilidades de criação. São poucos os limites. 

RA E eles não precisam ganhar o dinheiro agora, com a RA2. Eu era obrigado a faturar, para pagar as contas. Eles podem fazer o que quiserem. 

AA Temos liberdade para nos expressar. 

GC E tem uma vibe consistente, acho que conseguimos criar uma unidade. Muitas marcas se apoiam em subculturas, se inspiram nelas. Nós ainda não temos um público específico. É para uma geração que está vindo aí. Os três, somos bem diferentes. Eu gosto de punk e toco bateria, o Rica gosta de surfar, o Arthur é da academia e produz techno. Daí juntamos as ideias dos três… dos quatro, contando com o Ricardo. A RA2 não se apoia numa vibe, ela quer construir uma.

Look da RA2, nova linha tocada pelo quarteto
Look da RA2, nova linha tocada pelo quarteto - Foto: Igor Kalinouski.

L’O Então, na prática, a criação está com vocês e Ricardo entra com o know-how da costura e da modelagem, além da estrutura da fábrica? 

RA Praticamente nenhum estilista faz modelagem hoje em dia. Eu faço. Gabriel e Arthur sabem costurar, eu mesmo não sei. Eu não sei nem desenhar, pois nunca vendi coleção no croqui. No máximo, faço um desenho técnico para a costureira entender como executar a minha ideia. É diferente. Agora… quantos estilistas sabem modelar – e modelar bem? Look da RA2, nova linha tocada pelo quarteto 38. 

RA (FILHO) E tem o fato de estarmos acompanhando tudo 100%, é real, um grande aprendizado.

GC Mesmo quando vamos fazer qualquer coisa além do convencional. Não queremos nada tradicional, aí entra o Ricardo com a experiência e as contas malucas necessárias para mudar 1 milímetro de botão. Daí subimos para as oficinas, para acompanhar de perto, ver como acontece. As mudanças mínimas que ele sugere, que fazem toda a diferença. Aprendemos sobre todo esse impacto. 

RA Eles têm uma ideia mais global das criações, digamos assim. Agora, estão aprendendo os detalhes, os processos. A intenção é essa. A grande vantagem é que eles não têm um vício, podem transitar entre as possibilidades. Isso ajuda muito, muito. 

AA Estar na fábrica, ter esse contato fácil, é a melhor faculdade de moda do mundo. 

GC E nós não fazemos só a criação, estamos inseridos em todas as etapas. Finalizamos essa coleção e fomos para a Itália, pesquisar tecidos. Produzimos imagens por lá, então entramos em um mood meio diretor de arte. Depois, sentamos para pensar o marketing, entender como atingir o cliente. Assim como o Ricardo toca todas as partes da empresa, quer que aprendamos a fazer igual. Sem precisar ser especialista em tudo, mas entendendo como as coisas funcionam. E temos nossas vantagens próprias: o Rica é bom em editar vídeo, superligado em tecnologia, o Arthur faz música – temos produtores in house.

RA (FILHO) E um dos grandes pilares da RA2 é justamente a inovação. Desde o produto, a matéria-prima, a inclusão da tecnologia.

 

L’O E quando sai para o mundo, de fato? 

GC Já está tudo pronto e vai ficar disponível aqui no estúdio. Agora queremos fazer um desfile para marcar esse lançamento, no Brasil ou fora. Estamos conversando. Queremos muito fazer essa celebração da roupa ao vivo. 

AA Por enquanto estamos atendendo, digamos, os amigos da marca. Fizemos o Antonio Oliva, que também é DJ e super amigo nosso; ele usou três looks. O Enzo Celulari foi para Cannes usando nossa roupa. 

GC Estamos encontrando os clientes, esse perfil. Dos que sabem sobre moda até os que não entendem tanto – que podem perceber que a RA2 pode ajudá-los a se expressarem melhor. Ou o cara mais artsy, tipo o Enzo, que dá ideias na prova de roupa. 

RA (FILHO) Além dos produtos, queremos trazer o serviço do atendimento. O customer experience, que meu pai sempre trabalhou. Estamos fazendo roupas para um público mais jovem e que muitas vezes não é tratado com seriedade pelas marcas. Nós mesmos, quando entramos em lojas, não somos – mesmo fora, nas grifes maiores. Aqui, queremos trazer essa ideia de exclusividade e de atenção, ainda mais sendo atendido por quem fez a roupa. É outra experiência. 

AA E estamos fazendo o que gostamos, então é difícil dar errado. 

RA Não é um negócio que precisa dar certo da noite para o dia. É o melhor dos mundos.

 

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