Emma Watson abandonou filme após cena "asquerosa"

Lá em 2013, Emma Watson já era uma estrela consolidada. Depois de marcar toda uma geração como Hermione em “Harry Potter” e mostrar sua versatilidade em “As Vantagens de Ser Invisível”, a atriz britânica estava entrando em uma nova fase da carreira — mais adulta, mais autoral, mais desafiadora. Só que naquele mesmo ano, surgiram boatos que quase colocaram sua reputação em risco: diziam que Emma teria abandonado o set da comédia “É o Fim” de forma inesperada, por não querer gravar uma cena considerada bizarra demais. O rumor ganhou força, estampou sites como “Entertainment Weekly” e “The Hollywood Reporter”, e acabou alimentando uma narrativa bem injusta sobre ela.

A cena em questão era, de fato, extrema: Danny McBride aparecia como um canibal, enquanto Channing Tatum, de máscara de couro, era tratado como um escravo preso numa coleira. Tudo isso no meio de uma comédia apocalíptica, claro. O clima era escrachado — e não exatamente o tipo de projeto que Emma costuma escolher. Mas a história real veio à tona só anos depois, quando Seth Rogen (que escreveu, dirigiu e atuou no filme) resolveu esclarecer tudo numa entrevista à “GQ”. Segundo ele, Emma não surtou, não fez escândalo, nem nada do tipo. Ela simplesmente viu que a cena tinha mudado muito em relação ao roteiro original, não se sentiu confortável e preferiu não participar. E ele entendeu completamente.

“Ela nunca foi desrespeitosa. Nós conversamos, foi tranquilo. A cena estava sendo improvisada e tomou um rumo mais pesado. Ela só se posicionou”, contou Rogen. Mais tarde, ele até postou no Twitter dizendo que foi um erro de comunicação dele, que a culpa não era de Emma e que, inclusive, ela foi super gentil com todo mundo, voltou ao set no dia seguinte só pra se despedir da equipe.

O mais curioso? A tal cena acabou sendo refeita e, segundo o próprio Rogen, ficou mais engraçada assim. “Ela provavelmente estava certa”, admitiu. Emma, vale lembrar, não cortou laços com o projeto. Mesmo com tudo isso, ela apoiou o lançamento, ajudou na divulgação do filme e nunca falou mal de ninguém. Ou seja, comportamento profissional do começo ao fim.

“É o Fim” acabou sendo um sucesso, com mais de US$ 120 milhões arrecadados no mundo, segundo a “Box Office Mojo”. Foi o primeiro longa dirigido por Rogen e Evan Goldberg, a dupla por trás de outros hits como “Superbad” e “A Entrevista” — este último, aliás, causou uma polêmica real ao satirizar a Coreia do Norte, levando até a um ataque hacker à Sony, como noticiado pela “BBC News”. No fim das contas, o episódio com Emma virou uma boa lembrança sobre limites, respeito e como é totalmente válido — e saudável — dizer não quando algo não parece certo. Especialmente em uma indústria que, por muito tempo, esperou que as mulheres apenas concordassem com tudo.