Rebeca Andrade e Flávia Saraiva batem recordes na ginástica
Dobradinha brasileira só perde para Simone Biles no Campeonato Mundial de ginástica artística na Antuérpia (Bélgica)
Rebeca Andrade, 26, e Flávia Saraiva, 24, alcançaram mais uma marca histórica para a ginástica artística brasileira neste domingo (08.10). Pela primeira vez, duas brasileiras ocupam o pódio de um campeonato mundial na Antuérpia, Bélgica. Rebeca levou prata e Flávia, o bronze. As brasileiras dividiram o pódio apenas com a norte-americana Simone Biles que levou o outro para casa. Foi um dos momentos mais emocionantes da história do esporte no Brasil.
Rebeca Andrade
Atrás apenas de Simone Biles, Rebeca, por pouco, não desbancou a ginasta norte-americana. Ela se apresentou depois e obteve a nota 14,500, o que dá a diferença de apenas 0,166 em relação à pontuação de Biles. Para a ginasta brasileira, a prata é a sua quinta medalha só neste mundial. Competindo, ela levou tantas medalhas quanto o antigo recordista nacional, Diego Hypolito, que faturou cinco em nove anos. Na Antuérpia, Rebeca foi prata por equipes e no individual geral, além de ter levado ouro no salto, bronze na trave, e, desta vez, faturou a prata no solo.
A brasileira já tinha quatro medalhas em competições mundiais. Levou ouro no salto e prata nas assimétricas em 2021, ouro no individual geral e bronze no solo em 2022, e chegou a nove neste tipo de competição. Rebeca é a 11ª ginasta de todos os tempos a ter conquistado medalha em todos os aparelhos, já que ganhou o bronze na trave mais cedo na competição mundial.
Fãs e seguidores vibraram com as conquistas de Rebeca no campeonato e encheram as redes sociais com comentários elogiosos. “Você não cansa de ganhar? Perfeita!”, disse uma seguidora, “Voa na trave!”, afirmou outro e “Gigante!!!”, disparou outra fã.
Flávia Saraiva
Finalmente, a ginasta brasileira conquistou sua primeira medalha individual em uma grande competição. Por duas vezes, Flávia foi finalista olímpica da trave e quarta colocada no solo no Mundial de 2019. Agora, ela chega ao pódio depois de ter passado por uma cirurgia delicada no pé no fim do ano passado.
Nos bastidores dos esportes, havia a dúvida se a ginasta brasileira voltaria a tempo para o campeonato mundial deste ano e se competiria em apresentações de alto nível. Flávia não só conseguiu como ajudou o Brasil a ganhar a prata por equipes, na quarta, e, ao voltar ao pódio hoje, ela se tornou a quinta brasileira medalhista em provas individuais. Flávia faturou o bronze, sua primeira medalha na carreira em campeonatos mundiais, com nota 13,966. Antes dela, vieram Daniele Hypolito (2001), Daiane dos Santos (2003), no solo, Jade Barbosa (2007 no individual geral, e 2010 no salto) e, finalmente, Rebeca Andrade.
O retorno de Simone Biles
Simone Biles conquistou sua quarta medalha de ouro no Campeonato Mundial, e terminou em primeiro lugar no solo, ao completar sua primeira competição internacional desde a sua pausa no esporte.
Há dois, a ginasta americana surpreendeu fãs do mundo inteiro quando se retirou de cinco finais do evento nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. Ela voltou apenas para ganhar o bronze na trave olímpica. A conquista foi a sua 32ª medalha entre os Jogos Olímpicos e os campeonatos mundiais. Logo em seguida, Biles desapareceu da ginástica competitiva.
A esportista escolheu sair da final da competição por equipes em Tóquio devido aos chamados “twisties”, um bloqueio mental que faz os ginastas perderem o controle de sua posição enquanto estão no ar. Tempos depois, a Federação de Ginástica dos Estados Unidos (USA Gymnastics) anunciou que Simone havia se retirado da final individual pela necessidade de priorizar sua saúde mental, assim como as finais de salto, solo e barras assimétricas.
Com quatro medalhas de ouro e uma de prata adicionadas às suas conquistas, Biles parece estar de volta à competição e continua sua trajetória na ginástica artística.