Thelminha compartilha sua experiência em 15 anos de Sambódromo
Thelminha de Assis compartilha parte de sua essência em 15 anos de Sambódromo e expectativa para o retorno após pandemia em entrevista exclusiva
Thelminha de Assis utiliza de sua sabedoria e experiência na Mocidade Alegre, para se reinventar após 15 anos de Sambódromo, a comunicadora e médica que também foi musa para São Clemente no Rio de Janeiro, possui uma longa história com o carnaval. Parte de sua construção artística e descoberta enquanto parte dessa comunidade, fizeram com que Thelminha não visse a hora de retornar à avenida.
De integrante da bateria à passista, Thelminha possui uma jornada diversa dentro da Mocidade e vê a comunidade como parte de sua família e como grande evolução dessa história o novo passo dentro da escola veio com o convite para ser parte do balé e representação da homenageada Clementina de Jesus, ex lavadeira que logo se tornou uma grande cantora representante do samba e da música de afrodescendência no Brasil.
Em entrevista exclusiva, Thelminha compartilha suas expectativas, a evolução de sua imagem pública e sua rotina de preparação para as maratonas no Carnaval.
L'Officiel: Qual é a sensação de retornar à Avenida depois desse hiato? O que você mais sentiu falta durante esse tempo?
Thelminha de Assis: Estou muito feliz de voltar à avenida, tenho 15 anos com a Mocidade Alegre e a pandemia impactou muito as pessoas que dependem do carnaval, dentro das quadras vivemos isso com muita união, arrecadando cestas básicas e auxiliando como uma família, esse é com certeza o carnaval da vida que retoma a esperança da comunidade.
O que mais senti falta foi de estar nas escolas e fazer parte de todo o processo de preparação, desde a escolha do samba enredo até os ensaios que eram periódicos.
L'Off: Você já desfilava antes de vencer o BBB, sente alguma diferença vinda do público na avenida depois desse acontecimento?
Thelminha: Eu sempre fui muito sorridente e alegre durante os desfiles, justamente por ter uma grande experiência com o balé, então sempre houve uma troca com o público, mas agora essa troca é ainda maior e ouvir meu nome ser chamado é muito gratificante
L'Off: A demanda do corpo é muito intensa, como é sua rotina de preparação para os desfiles?
Thelminha: Muita atividade física, principalmente aeróbico e o acompanhamento de um nutrólogo para que a alimentação seja balanceada e saudável, além claro de tomar muita água.
L'Off: Dentro do processo de preparo para desfilar, qual é o seu momento favorito?
Thelminha: Os ensaios de quadra são a minha paixão, com toda a comunidade aos domingos é onde os sambas enredos são relembrados e a energia da expectativa pelo que têm por vir é compartilhada.
L'Off: Possui alguma superstição ou ritual de boa sorte antes do desfile?
Thelminha: Sou de uma família muito católica, então um "Pai Nosso" e uma "Ave Maria" sempre está presente, além disso possuo uma grande admiração e respeito sobre as religiões de matrizes africanas, afinal o carnaval é deles, então sempre peço licença e a benção dos orixás para que traga muito axé.
L'Off: Quais são suas inspirações no mundo do samba? Como elas interferiram na sua paixão e vontade de fazer parte do carnaval?
Thelminha: Existem muitas mulheres incríveis que nos mostram as possibilidades do que podemos ser no samba, uma delas é a presidente da minha escola Solange Bichara, uma das poucas presidentes mulher, Valéria Valência uma grande referência de beleza e samba, Aline Oliveira também rainha de bateria da Mocidade Alegre e Belinha Delfim do Rio de Janeiro que é Passista Estandarte de Ouro e que me deu algumas aulas incríveis.
L'Off: Qual o significado do carnaval para você?
Thelminha: O Carnaval pra mim é um dos principais pilares da minha vida, onde pude encontrar afago em momentos difíceis e claro local de celebração para momentos inesquecíveis. O ambiente faz parte da minha vida e me ajuda evoluir como pessoa, trazendo um contato maior com a arte e a cultura e onde espero que possa estar por muitos anos.