Philipp Plein mostra que não há limites para o luxo em Cannes
Para Philipp Plein, não há limites para o luxo! Muito brilho, mas muito mesmo, e ousadia, inclusive na villa em Cannes, sem medo de julgamentos
Para ele, não há limites para o luxo… com tudo o que tem direito. Muito brilho, mas muito mesmo, e ousadia, inclusive na villa em Cannes, sem medo de julgamentos. Assim é Philipp Plein, estilista alemão, nascido em Munique, à frente do grupo de moda homônimo, um dos que mais crescem no mundo. Confira!
Maximalista assumido, tudo em sua vida é bold, desde as peças que cria até seu lar doce lar. Em tempos de “quiet luxury”, o universo de Philipp Plein soa como heresia pois nele imperam metais, cristais, caveiras, couro, tudo devidamente arrematado por indiscretos logos, em uma pegada mezzo rock’n’roll, mezzo sadomasoquista. Entre seus clientes, rappers, como Snoopy Dogg, hollywoodianos, como Nicolas Cage, jogadores de futebol, como Cristiano Ronaldo, e até o prefeito de Nova York, Eric Adams, isso sem falar nos endinheirados da Europa Central e Oriental com muitos euros para gastar. Nas primeiras filas de seus desfiles não raro se esbarra com Madonna, Kylie Jenner e Paris Hilton. E no Brasil são fãs da label Ludmilla, Deborah Secco e Bruna Marquezine, que já foi vista usando suas criações em algumas ocasiões.
Nos primórdios, Philipp desenhava móveis para familiares e amigos. Quando seus projetos passaram a chamar a atenção da indústria de design de interiores, ele fundou sua empresa homônima. Com o intuito de não desperdiçar material, começou a fazer bolsas e acessórios com sobras de couro, que eram vendidos junto com seu mobiliário. Por conta dessa versatilidade, atualmente a marca Philipp Plein não se restringe apenas à moda. Engloba desde roupas – para mulheres, homens e crianças – e acessórios de todos os tipos, até móveis e itens de decoração.
Segundo ele, o modelo de negócios é muito simples. Tudo tem que ser rico, tem que ser barulhento, tem que estar na sua cara. E essa estética over se reflete em seu estilo de vida, inclusive em suas casas: Plein tem imóveis em Lugano, na Suíça, no Upper East Side de Nova York, em Los Angeles, e, a cereja do bolo, uma cinematográfica villa em Cannes.
Destino idílico
Localizada no alto das colinas da Riviera Francesa, a propriedade batizada de La Jungle du Roi (A Selva do Rei) é a epítome da ostentação. A imponente construção branca cercada de jardins de dar inveja em muitos palácios europeus, tem piscinas e áreas de lazer adornadas por colunas gregas, arranjos de flores exuberantes, iluminação especial… uma visão quase celestial. O mesmo conceito total white se repete no interior da mansão, capaz de ofuscar os mais desavisados graças às doses generosas de cristais, lustres cintilantes, espelhos por todos os lados. O décor foca em combinações de preto, cinza e branco, pontuado com detalhes exóticos.
“Comprei esse imóvel há 12 anos e fiquei cerca de quatro anos reformando. Nesse meio-tempo, adquiri a propriedade do vizinho para ampliar o complexo com uma casa de hóspedes adicional, e, mais recentemente, fiz negócio com outro imóvel ao lado do meu com jardins deslumbrantes, incluindo uma quadra de tênis e mais duas casas”, revela Philipp Plein com exclusividade para a L’OFFICIEL. E continua: “No início da obra o terreno era como uma selva. O nome original da casa era Oasis. Depois que comprei, mudei para La Jungle du Roi”.
E é lá que, nos fins de semana, o designer alemão costuma aterrissar para momentos de lazer com a namorada, Lucia Bartoli, chef vegana e influenciadora digital, e seus filhos, Rocket Halo Ocean, de dois anos, e o recém-nascido Rouge Sky Galaxy. “A villa de Cannes é um lugar de calma e inspiração. Adoro passar o tempo aqui, onde muitas das minhas melhores ideias foram desenvolvidas. Uso a mesma abordagem que adotei no design da villa para minhas coleções”, conta ele.
A selva do rei
La Jungle du Roi é mais do que apenas uma casa: foi projetada para ser também um local de trabalho. No porão, um espaço é reservado para isso. O estilista costuma trazer seus principais designers para participar desse momento criativo inspirados pelos ares do Mediterrâneo. Tudo ali segue o conceito de lifestyle do dono: reuniões corporativas, por exemplo, acontecem dentro de uma gaiola brilhante, com assentos felpudos e cravejados de pedras. A propriedade também é cenário de festas frequentadas por artistas e músicos famosos, empresários poderosos, esportistas, turma da moda e jet setters de todas as nacionalidades. Uma das mais concorridas acontece na época do Festival de Cinema de Cannes.
Para a família e amigos está reservada a casa principal. “Temos 11 quartos e quatro salas de estar, duas salas de jantar, cozinha de chef, sala para jogar sinuca, cinema, espaço para crianças e vários salões: academia, spa, sala de massagem, sauna, sala de jogos infantis, dois restaurantes ao ar livre e uma incrível vista para o mar. Cada cômodo tem um conceito e materiais de luxo, como madrepérola e mármores preciosos”, descreve Philipp.
A IMPONENTE construção BRANCA CERCADA DE jardins DE DAR INVEJA EM MUITOS palácios EUROPEUS, TEM PISCINAS E ÁREAS DE LAZER adornadas POR COLUNAS GREGAS, ARRANJOS DE FLORES EXUBERANTES, ILUMINAÇÃO especial… UMA VISÃO QUASE CELESTIAL.
O designer garante que cada canto da La Jungle du Roi, assim como de suas outras casas, reflete sua personalidade: “Cada canto da casa é meu favorito. Em um dia de descanso, costumo acordar cedo e passar algum tempo no terraço olhando o mar. Depois vou nadar. Volto para tomar o café da manhã na grande sala de jantar da casa principal. À tarde jogamos sinuca ou xadrez. Antes do jantar passo pelo menos duas horas na academia e uma hora no spa. Na maioria das vezes jantamos ao ar livre em uma das esplanadas e encerramos a noite assistindo a um filme no cinema”, pontua ele sobre dias de puro deleite na Cote D’Azur.
Mi casa su casa
Quando recebe hóspedes, o que acontece com uma certa frequência, dá a liberdade de escolherem em que quarto ficar, dependendo do humor ou da intenção. Cada suíte tem um nome, como Euphoria, entre outros mais picantes. Aliás, palavras e frases aparecem o tempo todo, estrategicamente espalhadas pela villa. Próximo à porta de entrada, lê-se em um muro “Kiss me like you love me! Fuck me like you hate me!”, em letras prateadas. Esse mood sexy faz parte do DNA do proprietário. Quando perguntado sobre suas peças preferidas em La Jungle du Roi, Philipp responde rápido: “São as obras de arte que colecionei ao longo dos anos, de artistas como Andy Warhol e Damien Hirst entre outros”, diz, frisando que a mais valiosa é uma pintura feita pelo filho Romeo quando ele tinha dois anos. O garoto, hoje com dez anos, é fruto de um relacionamento anterior de Plein e, surpresa, vive no Brasil com a mãe, Fernanda Rigon, empresária brasileira, sócia e diretora da grife por aqui.
Resumo da ópera: Philipp Plein é o que se chama de bon vivant e desfruta do luxo como poucos, mas trabalha intensamente. Envolvido 100% em seus negócios, com mais de 100 pontos de venda mundo afora e faturamento em torno de 220 milhões de euros em 2022, está sempre antecipando os passos seguintes de sua marca. Para o futuro próximo, tem um ambicioso plano de expansão: “Estou traçando estratégias para abertura de mais lojas, desenhando novas coleções e programando visitas de negócios à Ásia, ao Oriente Médio e aos EUA. Também começarei a criar campanhas de marketing e estratégias de mercado”. Sempre inspirado pela brisa morna do Mediterrâneo.