Beleza

7 exageros de quarentena nos cuidados com a pele e cabelos

Nossa obsessão por transformar a rotina em casa numa clínica de estética diária pode causar problemas
Samile
Samile

Durante a pandemia, com as clínicas fechadas, cada vez mais buscamos formas de fazer valer o tempo, com cuidados principalmente com a pele. Afinal, aproveitar esse período para deixar o tecido cutâneo mais bonito e saudável parece ter se tornado uma obsessão. Mas você já deve ter ouvido que “tudo em excesso faz mal” e realmente existem muitos momentos na vida em que “um é bom e dois é demais”. Nos cuidados com a pele durante a quarentena, isso não é diferente.

Muitas vezes, podemos pensar que: lavar o rosto mais do que duas vezes ao dia pode ajudar a diminuir a oleosidade, usar muitos produtos aleatoriamente pode acelerar o rejuvenescimento da nossa pele, e até ingerir os “superfoods” (os alimentos saudáveis da moda) em uma dose acima da recomendada vai potencializar o efeito na pele, mas não! Não é assim que funciona! Para não sobrecarregar a pele e os cabelos, fique atento aos 7 exageros que – definitivamente – fazem mais mal do que bem à beleza:

 

 

Aplicar máscara capilar nos fios demasiadamente

Embora esse produto faça parte da rotina de cuidados com o cabelo para mantê-lo saudável, é preciso tomar cuidado na hora de usar, pois, em exagero, o resultado pode não ser o esperado. “O uso frequente e em excesso de máscaras capilares, por exemplo pode tornar o seu cabelo pesado e sem brilho. Isso por que as máscaras capilares são soluções concentradas para que possam atuar profunda e rapidamente. Logo, se forem utilizadas com muita frequência, o produto pode acabar se acumulando nos fios, tornando-os rígidos, opacos e quebradiços”, explica a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Cabelos mais grossos, por exemplo, devem receber o tratamento com máscara capilar apenas uma vez por semana. Já os cabelos mais finos devem utilizar o produto a cada duas semanas. “As máscaras capilares devem ser aplicadas apenas da metade dos fios até as pontas, pois é a região mais seca do cabelo, sempre evitando as raízes, já que o excesso do produto nesta área pode provocar o aumento da oleosidade no couro cabeludo, levando a problemas como a dermatite seborreica”, afirma a médica.

Lavar em excesso (overwashing)

Muitas pessoas, principalmente com pele oleosa, abusam da limpeza facial com o objetivo de reduzir o brilho no rosto. O ideal é lavar o rosto de manhã e à noite, não mais do que isso, segundo a dermatologista Dra. Kédima Nassif. “O excesso de lavagem, mais do que duas por dia, pode alterar a barreira de proteção da pele, gerar ressecamento em um primeiro momento que será combatido pelo corpo com um processo conhecido como efeito rebote, quando há um aumento compensatório na produção de oleosidade, além de poder causar uma dermatite de contato”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, professora-fundadora do Dermacademy MB.

E, se a intenção é controlar a oleosidade e o brilho, não esqueça de hidratar a pele. Uma boa opção é Depore Mat, um gel creme da Ada Tina Italy. Com ação matificante e oil-control, o produto foi desenvolvido para o cuidado e controle imediato da oleosidade excessiva das peles oleosas e acneicas.

Esfoliar demais

A frequência com que se deve esfoliar o rosto é um fator que depende de cada tipo de pele, da estação do ano e dos procedimentos e tratamentos que estão sendo utilizados naquele momento. “E os intervalos precisam ser respeitados para que não irrite a pele, nem cause o efeito rebote, ou seja, o efeito contrário do esperado, estimulando a oleosidade, levando a abertura de poros. Em peles secas, o tecido pode ficar avermelhado ou sensível, se houver o uso excessivo do esfoliante, pois ocorre a retirada do manto lipídico natural de proteção e defesa do tecido, que mantém a microbiota natural”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal.

A médica explica ainda que os esfoliantes faciais devem ser aplicados com massagens suaves na pele preferencialmente à noite, após a limpeza; e, de modo geral, não devem conter substâncias abrasivas em excesso, que arranhem a pele e que estejam em alta concentração, para não provocar microfissuras, ou feridas que desequilibrem a integridade da barreira cutânea e facilitem a proliferação de micro-organismos que causam a perda da homeostase, levando a processos de dermatites e eczemas.

Para não ter mais erro: peles mais secas, sempre com orientação do dermatologista, devem ser esfoliadas de uma a duas vezes por semana (em formulações com grânulos finos, de origem natural, associados a substâncias calmantes e hidratantes) e peles levemente acneicas e oleosas podem ser esfoliadas até três vezes por semana e, logo após a esfoliação, utilizar uma loção tônica adstringente com efeito anti-inflamatório e complementar com hidratantes aquosos e serosos. Não esqueça de cuidar do meio ambiente: esfoliantes com microplásticos contaminam os oceanos e a fauna marinha. Prefira produtos formulados com microesferas vulcânicas.

Usar muitos produtos em sequência

Usar um creme em cima do outro não vai fazer milagres na sua pele. “Com relação aos cremes de tratamento, o anti-idade, o hidratante e o fotoprotetor estão entre os produtos realmente necessários para sua pele facial. Rotinas de beleza que incluem muitos produtos podem causar grandes problemas, como a dificuldade de penetração de um ingrediente e o fechamento dos poros”, explica o Dr. Abdo Salomão Jr, membro da SBD.

Além disso, ao usar muitos produtos de maneira aleatória, há uma grande chance de cair em um erro de incompatibilidade química, no qual – além de problemas de pele como dermatite e ressecamento – o cosmético poderá ter efeito reduzido e anulado. Por exemplo, existe uma preocupação de misturar o peróxido de benzoíla (medicamento antiacne) com o retinol, porque o peróxido de benzoíla é um potente oxidante e o ácido retinoico sofre ação de oxidação, tornando-se inativo.

“Quando você faz um tratamento orientado por dermatologista, a ação anti-idade pode ser adicionada ao hidratante no mesmo produto, e o médico ficará atento aos ativos”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da SBD.

 

Usar qualquer produto 

Se você é daquele que adora um brinde, amostra grátis e presentes e não deixa de usar um cosmético na sua pele sem saber se realmente ele é indicado, saiba que pode estar cometendo um erro muito grande. “Incluir na rotina um produto skincare que serviu na pele da amiga sem consultar o seu dermatologista é um exagero que pode alterar o equilíbrio do pH e da microbiota da pele”, afirma a Dra. Paola.

De acordo com a médica, as peles mais oleosas e acneicas devem optar por filtros mais fluídos, de toque seco, filtros que tenham um veículo pouco gorduroso e de alta espalhabilidade, enquanto peles mais secas podem usar os cremes, as loções e as emulsões. O uso incorreto pode deixar a pele oleosa ainda mais brilhante e a pele seca ainda mais ressecada e descamando.

Ingerir demais alimentos considerados saudáveis

Muitos nutrientes exercem papel fundamental na saúde e beleza da pele. No entanto, quando passamos do limite de uma alimentação balanceada e abusamos da quantidade até mesmo dos “superfoods”, podemos fazer um mal danado à pele. “A ingestão demasiada da vitamina A pode causar perda de cabelo e dos cílios, além de ressecar a pele. Fígado, ovos, agrião, cenoura, mamão, tomate e abóbora estão entre os alimentos com maior quantidade de vitamina A, que também está presente em muitos polivitamínicos, então tome cuidado ao comprar", afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.

Alimentos ricos em fibras são essenciais para a boa saúde da pele, no entanto especialmente quando consumidos em excesso (e sem uma hidratação eficiente) também podem trazer problemas, já que podem levar à prisão de ventre e desidratação. O próprio suplemento do soro do leite whey protein, o queridinho dos amantes da musculação, pode fazer mal, principalmente para pacientes com tendência à acne, por estimular a produção de oleosidade, segundo a médica.

 

Lixar os pés

A esfoliação dos pés deve ser feita, mas sempre deve ser evitado o uso da lixa. “Quanto mais agressivo for o quadro de esfoliação, maior será o efeito rebote produzido pela pele. Num primeiro momento, nós podemos perder a capacidade natural de autoproteção, tirando o estrato córneo, não só o excessivo, mas o natural que protege os pés, abrindo porta de entrada para fungos e bactérias, além disso, podemos aumentar a sensibilidade dessa pele, no desenvolvimento de dermatite irritativa ou de contato, por andar descalços ou pelo uso de sapatos que nem sempre são feitos de materiais naturais”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal.

Deve-se usar esfoliantes à base de cremes ou esfoliantes com microesferas em óleos. “Podemos usar sal grosso, numa emulsão com óleos naturais, ou mistura de açúcar com mel para fazer a esfoliação, que deve ser realizada em movimentos circulares e na região do dorso e planta dos pés e logo depois o uso de um bom creme hidratante à base de lanolina, vaselina, nutriomega 3, 6, 7 e 9, manteiga de karité, Vitamina E, Pro Vitamina B5 e a ureia”, finaliza a médica.

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