Alopecia: o que é a condição de Jada Pinkett Smith?
Doença autoimune que provoca a queda dos cabelos virou assunto da vez após polêmica ocorrida no Oscar 2022. Entenda o que é a alopecia
Na noite do último domingo (27), após a premiação do Oscar 2022, um assunto entrou para os assuntos mais comentados na web: alopecia. O tema veio à tona após o humorista Chris Rock fazer piada com a condição de Jada Pinkett, esposa de Will Smith, vencedor na categoria de Melhor Ator por “King Richard: criando campeões”. Mas o que é alopecia e quais os tipos?
Segundo o Dr Ademir Carvalho Leite Júnior, médico e tricologista, a alopecia corresponde à redução da densidade capilar em um indivíduo. Ou seja, à perda de cabelo ou pêlos em uma parte específica do corpo ou da cabeça, sendo esta última a região mais afetada na maioria dos casos.
Dr. Ademir Carvalho explica que há dois tipos de classificação para as alopecias de acordo com a reversibilidade da condição: as cicatriciais e as não cicatriciais. O primeiro tipo são aquelas em que a área acometida não apresenta folículos ou foram destruídos por processos inflamatórios ou agressões, como tração excessiva, queimaduras e cortes. Por conta disso, elas requerem urgência no diagnóstico e no tratamento.
Isso se deve às células-tronco presentes no folículo, responsáveis por reiniciar o ciclo de crescimento capilar, mas que foram destruídas e resultam em uma redução permanente da densidade de folículos pilosos na região acometida. Este tipo de alopecia pode estar relacionado a: lúpus eritematoso cutâneo; líquen plano pilar; foliculite decalvante; e alopecia fibrosante frontal.
De acordo com Fernanda Porphirio, dermatologista da Clínica Vanité, a alopecia fibrosante frontal é uma forma de alopecia cicatricial de evolução lenta e progressiva, frequentemente irreversível.
“Os sintomas são uma perda lenta e progressiva da borda anterior do cabelo, podendo também ter o aumento da linha de implantação capilar frontal. Ela pode vir associada a perda de sobrancelhas e pode também ter, ou não, perda dos cílios”, explicou a médica.
Já as alopecias do tipo não cicatricial podem ser acompanhadas de inflamação normalmente mais brandas. A condição desse tipo pode ser tratada, podendo inclusive manter os cabelos em quantidade e qualidade normais ou muito próximo a isso. Essa perda de fios surge de distúrbios capilares que não resultam em aspecto cicatricial do couro cabeludo, como: alopecia areata; eflúvios; e alopecia androgenética.
Quanto a causa da doença, a dermatologista diz que ainda é incerta, o que se sabe é que ela é uma doença inflamatória crônica com componente genético e hormonal. “Existe a possibilidade de ter relação com cosméticos faciais, protetores solares, como se eles pudessem ocluir o folículo e levar a essa inflamação crônica, mas isso é controverso, ainda não é bem definido”, explica a dermatologista.
Ainda segundo ela, a alopecia não tem cura, apenas mecanismos para parar a progressão da condição. No tratamento são utilizados anti-inflamatórios e drogas antiandrogênicas, que ajudam a controlar a inflamação e a progressão da alopecia.
“Ela não tem cura, o que a gente tem são mecanismos para parar a progressão da doença, como o uso de anti-inflamatórios e algumas drogas antiandrogênicas também, que aí sim elas vão conseguir controlar essa inflamação e a progressão da doença. Mas nas áreas afetadas a gente não consegue fazer o cabelo voltar a nascer porque é uma doença que destrói os folículos. Então por isso que é super importante o tratamento precoce. O tratamento é feito dessa maneira, com anti-inflamatórios, com corticoide, então pode ser com corticoide intralesional, quando a gente faz as injeção de corticoide no couro cabeludo, pode ser com corticoide via oral e algumas outras drogas”, finalizou.