Cosméticos veganos vão dominar nosso nécessaire?
No dia mundial do veganismo, entenda a força desse estilo de vida e seus resultados no mundo da beleza atual com os novos cosméticos!
É impossível negar os sinais: vemos cada vez mais restaurantes veganos abrindo pelas cidades (sem contar com os menus especiais nos restaurantes tradicionais), mais produtos com selos vegan nas prateleiras e marcas de moda como Stella McCartney e Osklen ganhando força com consumidores cada vez mais interessados em peças cuja produção teve o mínimo impacto possível no planeta.
A revolução sustentável já está entre nós! No ramo da beleza, a tatuadora e empresária de beauté Kat Von D é uma das militantes da área, criando uma linha de cosméticos que entrega performance como nenhuma outra - e sem nenhum animal envolvido nos testes nem produção. Esse foi o principal gatilho para que outras marcas vissem que é possível, além de fãs de maquiagem encontrassem uma solução boa para ambos os lados. Seria então o momento de trocar tudo do nosso nécessaire para apenas itens veganos e cruelty-free?
Entendendo os selos e etiquetas
Levar um estilo de vida vegano significa não usar produtos de origem animal para nutrição, vestuário, cuidados pessoais ou cosméticos. Isso significa nada de laticínios, ovos, seda, lã e couro. Para o uso cosmético, a cera de abelha é substituída por misturas de ceras vegetais, enquanto que a lanolina (uma gordura animal usada dedido ao seu forte efeito hidratante) é banida.
O mesmo vale para testes em animais - prática ainda hoje utilizada na indústria cosmética. Marcas como The Body Shop e Lush são conhecidas por levantarem essa bandeira e protegerem os animais contra qualquer tipo de teste, mas não quer dizer que elas são 100% veganas, pois ainda usam cera de abelha e o corante vermelho da conchonilha, por exemplo. Para obter o selo "vegano", o cuidado vai além dos testes em animais, dos ingredientes e da distribuição do produto - é preciso ter cuidado com o processo de produção e escolha dos parceiros como, por exemplo, fornecedores de matéria-prima. A cadeia inteira precisa estar alinhada nos mesmos princípios e passar por várias auditorias que garantem sua integridade.
Selo Cruelty-Free: produto não testado em animais, mas ainda sim pode conter componentes como colágeno, cera de abelha ou laticínios.
Selo Vegan: produto de ingredientes puramente vegetais e minerais, completamente isento de substâncias de origem animal.
No futuro só vamos usar produtos veganos?
Hoje em dia, é difícil imaginar que marcas que não aderirem ao movimento vão conseguir sobreviver nos próximos 20 anos. De acordo com um estudo do Reino Unido realizado pelo The Guardian em 2016, 42% dos vegetarianos tem menos de 35 anos (e esse número só aumenta).
Os millennials e a geração Z são particularmente sensíveis às questões éticas e ambientais e é assim que marcas como Urban Decay e Too Faced vem conquistando-os - e vendo suas vendas aumentarem exponencialmente. Outras grifes como Anastasia Beverly Hills, Zoeva e ELF também perceberam essa necessidade e criaram linhas paralelas para estes clientes mais atentos.
Um produto pode ser rotulado como "vegano", mas não necessariamente ser orgânico e natural. Existem substâncias químicas que, claro, não são derivadas de animais, mas podem vir a ser igualmente problemáticas como os óleos minerais, parabenos, conservantes sintéticos e assim por diante.
Foco no rótulo
Muitas substâncias que são proibidas em cosméticos veganos podem ser facilmente reconhecidas. Mas e aqueles que se disfarçam com nomes incompreensíveis? A melhor maneira de aprender a decifrar os rótulos é evitar os itens abaixo:
CI 75470 ou ácido carmínico: o corante vermelho escuro obtido a partir de cochonilha esmagada. A substância usada com muita frequência em batons e blushes está causando polêmica hoje porque o inseto tem que morrer para sua produção.
Colágeno: derivado de cartilagem. Ele vem dos ossos e músculos do gado - ou pele de peixe, se for colágeno marinho - e é usado como para proteger a pele contra a perda de umidade.
CI 75170 ou Guanina: Este complexo molecular provém de escamas de peixe tratadas quimicamente e é adicionado a produtos onde é desejado um efeito perolado. Pode ser encontrado como um aditivo em certos batons e gloss, sombras cintilantes, iluminadores e até xampu.
Queratina: um componente natural do cabelo, penas, chifres e pele dos animais. É usado como um agente hidratante em produtos para os cabelos.
Esqualano: Este ingrediente vem do fígado dos tubarões. Pode ser encontrado em cremes hidratantes e anti-envelhecimento, mas hoje é frequentemente substituído por um equivalente vegetal à base de azeitonas.
Créditos da Imagem:
Fotografia - Ash Reynolds
Modelos - Neelam Gill e Leila Zandonai @ Next
Maquiagem - Barrie Griffith com produtos da L'Oreal
Cabelo - Kristopher Smith com produtos Bumble & Bumble Flowers by Cheryl Pierce