Canetas emagrecedoras: déficit de proteína afeta na flacidez da pele
Busca por procedimentos contra flacidez tem crescido entre usuários das canetas emagrecedoras, mas resultados são prejudicados pelo consumo inadequado de proteína, comum durante o uso dessas medicações. Entenda:
Muito tem se falado sobre as canetas emagrecedoras, como o Ozempic e mais recentemente o Mounjaro, e seus efeitos colaterais, inclusive para a aparência. Segundo a médica Dra. Cláudia Merlo, diretora da Clínica Cláudia Merlo, com o emagrecimento acelerado provocado por esses medicamentos, há uma perda significativa da gordura facial responsável por conferir volume e estrutura ao rosto, favorecendo assim o surgimento de flacidez na face. Não à toa, muitas pessoas têm buscado procedimentos para reverter a flacidez causada pelo uso das canetas emagrecedoras. Mas apenas os tratamentos estéticos são suficientes para combater o problema?
De acordo com a Dra. Cláudia Merlo, em grande parte dos casos, não. “Não é incomum que esses pacientes apresentem um déficit no consumo de proteína, o que interfere diretamente no resultado dos procedimentos estéticos, impedindo o tratamento da flacidez”, acrescenta.
A médica explica que os procedimentos estéticos que visam combater a flacidez têm como principal objetivo estimular a produção de colágeno, proteína estrutural responsável pela sustentação da pele. “Nenhum procedimento estético injeta colágeno na pele. O que todos os tratamentos para esse fim fazem é estimular o próprio organismo a produzir colágeno. E, para que a produção de colágeno ocorra, é necessário que estejam disponíveis aminoácidos conquistados por meio da ingestão adequada de proteína”, diz a especialista. Logo, se o consumo de proteína não é suficiente, não há como essa produção de colágeno acontecer. “Em condições de alimentação inadequada, o corpo reserva a proteína disponível para manter o funcionamento adequado dos órgãos vitais que precisam desse macronutriente, como o coração, o cérebro, os rins e o fígado. Já a pele, por ser um órgão periférico, acaba ficando em segundo plano e sem os nutrientes necessários para que a formação de colágeno estimulada pelos procedimentos estéticos ocorra”, pontua a Dra. Claudia Merlo.
De acordo com a médica, o déficit no consumo de proteínas não é um problema causado especificamente pelas canetas emagrecedoras, mas sim pelo seu uso desacompanhado de um planejamento alimentar adequado. “Essas canetas promovem uma queda do apetite. E caso a pessoa não tenha um plano alimentar apropriado, ela pode ter uma deficiência de proteína, assim como de outros nutrientes. É um problema que não se restringe apenas às canetas, mas também pode ocorrer com o uso de uma série de medicações e dietas para perda de peso”, pontua a médica. De maneira geral, para manter o funcionamento do organismo sem nenhum prejuízo, recomenda-se o consumo diário de 1 a 1,5g de proteínas por quilo de peso corporal - podendo chegar a 2,5g por quilo em casos de atletas e pessoas que buscam hipertrofia muscular. “Por isso, o acompanhamento profissional é fundamental durante o uso dessas medicações.”
Apenas com uma orientação alimentar individualizada, principalmente no que se refere ao consumo proteico, é interessante realizar os procedimentos estéticos para combater a flacidez, que também deverão ser indicados caso a caso em um plano de tratamento individualizado. “Temos um grande arsenal de procedimentos estéticos que podem ajudar a tornar a pele mais firme e menos flácida, como bioestimuladores injetáveis, radiofrequência microagulhada, laser e ultrassom microfocado. Porém, todos eles só terão resultados realmente satisfatórios e eficazes caso haja um consumo adequado de proteína”, finaliza a Dra. Cláudia Merlo.