Fotoproteção: Estudo descobre ingrediente para potencializá-la
Saiba mais sobre esse ingrediente capaz de potencializar a fotoproteção e combater o excesso de moléculas de ferro na pele
Estamos nos aproximando da estação mais fria do ano, o que não significa que devemos abrir mão da fotoproteção. Entretanto, você já se perguntou se seu protetor solar te protege como deveria? Um novo estudo, publicado pela revista científica Antioxidants, está apontando ingredientes chave que estão faltando nos protetores solares: antioxidantes capazes de combater o excesso de moléculas de ferro na pele.
Pode parecer estranho falar em ferro quando trata-se de skincare, mas os cientistas apontam que o excesso dessas moléculas tem um papel importante no envelhecimento da pele, tanto pelo dano que causa ao interagir com a radiação UV, quanto na amplificação dos problemas causados pelos radicais livres, que figuram entre os principais aceleradores do processo de envelhecimento.
“Apesar do organismo precisar de ferro para funcionar corretamente, o excesso, assim como a falta, dessa substância pode prejudicar as células, que, para se protegerem desse dano, possuem um sistema para ajustar os níveis de ferro quando estão em desbalanço, retornando-os para um estado de equilíbrio conhecido como homeostase” explica a Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“O problema é que, na presença da luz solar, esse balanço é prejudicado, levando ao aumento do estresse oxidativo e da produção de radicais livres, com consequente danos à pele, incluindo aceleração do envelhecimento e até mesmo desenvolvimento de câncer. E o envelhecimento cronológico também pode contribuir para o desbalanço nos níveis de ferro, especialmente em mulheres após a menopausa” pontua a Dra.
Com base nessas informações, os pesquisadores do estudo reforçam a importância do uso de uma classe de antioxidantes nos protetores solares que, de acordo com os experimentos realizados, são capazes de eliminar o excesso de ferro nas células da pele, assim ajudando-as a manter um nível saudável de radicais livres.
Uma série de extratos dessa categoria já foram identificadas nos laboratórios da Universidade de Bath, onde o estudo foi realizado, incluindo diversos componentes botânicos extraídos de vegetais, sementes, nozes, frutas e flores, mas, segundo os pesquisadores da instituição, mais testes são necessários antes que esses ingredientes estejam adequados para serem usados comercialmente, visto que, apesar de funcionarem bem em um ambiente laboratorial, não se mantêm estáveis após serem incorporados em formulações cosméticas.
“Quando esses novos componentes puderem ser incorporados nos fotoprotetores e outros cosméticos para combater essas moléculas de ferro em excesso dentro das células, podemos esperar um nível sem precedentes de proteção contra os danos solares, os radicais livres e o envelhecimento da pele”, afirma a médica.
De acordo com a Dra., os fotoprotetores atualmente disponíveis no mercado são desenvolvidos para bloquear ou absorver a radiação UV, assim diminuindo os danos ao DNA celular e evitando um aumento na produção de radicais livres. Além disso, alguns produtos já trazem na sua fórmula antioxidantes como a Vitamina C. “Enquanto os antioxidantes tradicionais como a Vitamina C agem no combate aos danos dos radicais livres através de sua neutralização, esses novos componentes que estão sendo pesquisados vão impedir que os radicais livres se formem e diminuir os danos causados por essas moléculas ao combaterem o excesso de ferro nas células. Esse é o grande diferencial”, finaliza a dermatologista.