Marina Berti Yunes, especialista em estética, conversa com a L'Officiel
Antes, durante e depois! Com o crescimento exponencial dos tratamentos estéticos recorrentes, clínicas que atuam também no acompanhamento prévio e posterior de protocolos para corpo e rosto ganham mercado. Isso se reflete em agendas disputadíssimas e recheadas de artistas e personalidades exigentes. Veja uma entrevista exclusiva com Marina Berti Yunes, especialista e empresária por trás do sucesso do IMBY!
Nos dois andares mais altos de um edifício localizado na agitada Rua Bela Cintra, em São Paulo, encontramos uma das clínicas de estética mais badaladas da capital. Já na suntuosa recepção você percebe que a ideia ali é se sentir em casa ou em uma galeria, com obras de arte originais despertando a curiosidade de um público exigente. Conversamos com Marina Berti Yunes, especialista e empresária por trás do sucesso do IMBY, para entender um pouco mais desse movimento que une tecnologia e fator humano em diversas etapas de um tratamento de beleza.
L’OFFICIEL Como foi o início de sua carreira na área de fisioterapia?
MARINA BERTI YUNES: Eu me formei há 24 anos, em Campinas, e fiz minha primeira pós-graduação em medicina intensiva. Logo depois, trabalhei no Programa Saúde da Família (PSF), estratégia pública que prioriza a promoção, a proteção e a recuperação da saúde dos indivíduos e da família, em todas as etapas da vida, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. Foi uma escola de como cuidar de pessoas em estado crítico e pacientes terminais. Tudo isso na rede pública de saúde, pois só ingressei na área privada em 2009. Sempre fui apaixonada pelo cuidado com o outro. A vontade inicial era ser médica, mas como já tinha duas filhas pequenas, fiz fisioterapia, pois a carga horária funcionava melhor para essa realidade. E me apaixonei.
L’O: Como a estética entrou em sua carreira?
MBY: De verdade, isso tem o dedo da minha mãe (risos). Ela sempre foi muito vaidosa e queria que eu trabalhasse com beleza. Foi visionária, e acho que herdei isso dela. Resolvi montar minha primeira clínica privada de beleza com duas amigas, em Orlândia, interior de São Paulo, em 2009. Era época em que dava aula de hidroginástica, fazia massagens, cuidava da pele e ingressava na área de medicina preventiva. Tudo ao mesmo tempo, com muita intensidade e foco. Mas eu sonhava em ingressar no mercado de trabalho paulistano, fazer carreira na capital, algo comum na época. Fui atrás do meu sonho, “de mala e cuia”, e com a minha filha mais velha ao meu lado, em 2010. Vendi tudo que tinha no interior e apenas me joguei.
L’O: Hoje em dia, você tem um instituto bem-conceituado, que atende diversas personalidades. Poderia falar um pouco mais sobre ele?
MBY: O IMBY (Instituto Marina Berti Yunes) é a soma de 25 anos de muito trabalho, abdicações e coragem. Empreender no Brasil pode ser desafiador. Treinar e liderar um time de sucesso exige paciência e resiliência. Digo que ali é minha casa, onde realizo não só os meus sonhos, mas o dos pacientes. Deixar as pessoas mais felizes e confiantes é muito bacana, entre clientes que buscam tratamento ou reabilitação e quem está comigo no dia a dia, minhas colaboradoras. Elas, inclusive, crescem junto comigo. Para ter um negócio que demonstre o que eu sempre acreditei, providencio estudo e ajuda na vida profissional e pessoal do meu time.
L’O: Quais são os pontos mais importantes no seu negócio?
MBY: Acho que aos quase 50 anos posso dizer que cheguei bem mais longe do que imaginava. Eu me sinto realizada. Agora preparo minha segunda filha, que é médica, para ser minha sucessora, além de articular novas parcerias, para ver o instituto crescer ainda mais. Costumo dizer que gosto de crescer “em bando”. Sei que sou reconhecida no mercado pela área de fisioterapia atrelada à cirurgia plástica, o core-business da empresa, que quero deixar cada dia mais sólido. Um paciente não quer mais só um protocolo estético ou uma cirurgia. É necessário, com base na ciência, monitorá-lo antes e depois, inclusive por ser um momento também de fragilidade, em que a técnica precisa encontrar o humano, o acolhimento. O mercado da estética é muito volátil, então no médio e longo prazos nunca deixo de lado muita pesquisa de técnicas e também de atendimento.
L’O: Como funcionam suas pesquisas para saber qual novo protocolo entrará na clínica?
MBY: A medicina estética evoluiu muito, e o Brasil é o campeão mundial em número de procedimentos. Desse modo, tenho sempre que estar em congressos, estudando, para poder trazer o melhor para os pacientes. É crucial testar as tecnologias antes de comprá-las. São muitas opções e inúmeras promessas no mercado que não correspondem à verdade. E muitas vezes uma tecnologia simples entrega melhores resultados do que uma máquina nova que custa mais de 800 mil reais. Não dá para basear o negócio em modismos. Precisa ter uma pesquisa mais minuciosa para entregar o que é o melhor para o paciente, acima de tendências.
L’O: Atravessamos um período de muitos casos de negligência na área da estética, com profissionais sem a devida credencial ofertando tratamentos. Quais são suas dicas para que pacientes não caiam nesse tipo de cilada?
MBY: Primeiro de tudo: quer fazer uma cirurgia plástica? Procure um cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Se a vontade é ingressar no terreno dos procedimentos pouco invasivos, como uma toxina botulínica ou um bioestimulador de colágeno, entre em contato com um dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Assim, as probabilidades de erros e dores de cabeça já são bem menores. Para o pós-operatório, tão importante quanto as técnicas apresentadas no mercado, a fisioterapia ajuda. O importante, então, é investir tempo sabendo que esse profissional é mesmo gabaritado para mexer no seu corpo, indo muito além de uma rede social bonita e com inúmeros seguidores.
L’O: Você também tem projetos voltados para fotografia e arte. Poderia me falar um pouco a respeito?
MBY: Sim. A fotografia e a paixão por animais é algo que me acompanha desde a infância. Em 2017, comecei a fotografar a natureza já pensando na decoração do IMBY. Queria que a clínica tivesse identidade e personalidade, pois a ideia era um ambiente intimista e longe de um consultório de paredes brancas, que lembrasse um hospital. Além disso, somos colecionadores de arte (eu, minha filha e a família do meu marido). No meu caso, meu foco é, principalmente, a arte contemporânea. No IMBY você encontra obras de Tomie Ohtake, Isabella Despujols, Bonadei, entre tantos outros. A arte para mim faz parte do bem-estar. Fazer do meu espaço uma pequena galeria dá um toque íntimo que não tem preço.