No Brasil, ganha pot&ecirc;ncia com a estreia de frascos e marcas de peso, al&eacute;m de op&ccedil;&otilde;es nacionais ricas em qualidade e, mais do que isso, originalidade

A <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/perfumaria-elevada-o-que-a-fragrancia-diz-sobre-voce">perfumaria</a> de nicho vive um momento excepcional. No <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/redescubra-o-brasil-e-mergulhe-nos-encantos-de-paraty">Brasil</a>, ganha pot&ecirc;ncia com a estreia de frascos e marcas de peso, al&eacute;m de op&ccedil;&otilde;es nacionais ricas em qualidade e, mais do que isso, originalidade.

Perfume &eacute; item que extrapola os limites da beleza. &Eacute; uma gal&aacute;xia &agrave; parte. Cheirar de uma certa maneira entrega uma comunica&ccedil;&atilde;o invis&iacute;vel com m&uacute;ltiplas interpreta&ccedil;&otilde;es, por envolver gosto, mem&oacute;ria olfativa e at&eacute; mesmo status, nos moldes de &ldquo;uso um perfume de marca X e me sinto especial com ele&rdquo;. Ter a sensa&ccedil;&atilde;o de exclusividade ao escolher um acorde, recentemente, virou desejo popular e n&atilde;o mais um luxo que s&oacute; celebridades costumam ter. &Eacute; a&iacute; que entra um mercado que demonstra, por meio de diversas pesquisas e n&uacute;meros, estar em franca expans&atilde;o: a perfumaria de nicho.

No alvo

Tal categoria &eacute; composta de cria&ccedil;&otilde;es mais exclusivas, com ingredientes raros e concentrados. Muitos deles feitos de mat&eacute;ria-prima natural ou com alguma tecnologia disruptiva. Em comum, um caminho olfativo que n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel em larga escala. Nessa seara tamb&eacute;m entram as op&ccedil;&otilde;es batizadas como indie, consideradas por in&uacute;meros especialistas de beleza cria&ccedil;&otilde;es mais ousadas, por&eacute;m n&atilde;o necessariamente t&atilde;o exclusivas. &Eacute; fato que existe uma diverg&ecirc;ncia entre os pr&oacute;prios perfumistas sobre tais nomenclaturas; mas o que fica no ar &eacute; que a midiatiza&ccedil;&atilde;o extrema do mercado da beleza massiva nos &uacute;ltimos anos afastou uma parcela espec&iacute;fica de clientes que miram a identidade.

Na rota

D&aacute; para farejar facilmente os ventos dessa tend&ecirc;ncia soprando em terras tropicais. A Le Labo, marca de &ldquo;perfumaria lenta&rdquo; que nasceu em Grasse e cresceu em Nova York, abriu em outubro deste ano sua primeira butique no Brasil, em S&atilde;o Paulo, dentro do Shopping Iguatemi. Deborah Royer, presidente da marca e tamb&eacute;m diretora criativa, afirma que essa atmosfera de laborat&oacute;rio no ponto de venda, para mostrar os ingredientes e conect&aacute;-los com emo&ccedil;&otilde;es, forma &ldquo;espa&ccedil;os para desacelerar e honrar os sentidos&rdquo;.

Tamb&eacute;m desembarca no pa&iacute;s mais uma fragr&acirc;ncia da cl&aacute;ssica casa criada por William Penhaligon. A op&ccedil;&atilde;o unissex &eacute; chamada de Dandy, eau de parfum que homenageia noites intermin&aacute;veis. Suas notas englobam u&iacute;sque, bergamota, framboesa, patchuli, ambrox, carvalho, cedro e fuma&ccedil;a. William criou seu primeiro perfume em 1872 e, desde ent&atilde;o, a marca se transformou na op&ccedil;&atilde;o chancelada por membros de realezas, inclusive a brit&acirc;nica, no ber&ccedil;o desse neg&oacute;cio. Apesar de esse endosso ser bom para amplificar o posicionamento da marca, o que se sobressai, para quem verdadeiramente aprecia a alta perfumaria, &eacute; a qualidade e a ousadia das cria&ccedil;&otilde;es. Os que viajam periodicamente para o exterior costumam trazer na bagagem op&ccedil;&otilde;es de uma marca que &eacute; queridinha entre famosas, como Kate Bosworth e Sienna Miller, a Byredo. O favorito? Gypsy Water, com notas de bergamota, juniper berries, lim&atilde;o, pimenta, incenso, orris, pine needle, baunilha, &acirc;mbar e s&acirc;ndalo. Outra paix&atilde;o sem escalas s&atilde;o as op&ccedil;&otilde;es da Kilian Paris. Segundo o criador, Kilian Hennessy, da tradicional fam&iacute;lia produtora de conhaque, a ideia &eacute; p&ocirc;r &ldquo;a perfumaria novamente no pedestal&rdquo; ao produzir perfumes como eram criados no fim do s&eacute;culo 19 e in&iacute;cio do s&eacute;culo 20, por&eacute;m com um twist contempor&acirc;neo.

Originais

Entre r&oacute;tulos brasileiros, o destaque vai para a Amyi. Comemorando seus cinco anos de atua&ccedil;&atilde;o, eles lan&ccedil;am dois novos perfumes em tempo para a &eacute;poca festiva de 2024. Um gourmand (4.19) e um neo-arom&aacute;tico vegetal (4.20). Para Luciana Guidi, cofundadora da marca, o movimento de expans&atilde;o da alta perfumaria, especialmente no Brasil, que sempre foi um mercado dominado por op&ccedil;&otilde;es massivas, &eacute; um abrir de leque para constru&ccedil;&otilde;es olfativas diferenciadas. &ldquo;Esse movimento de aproxima&ccedil;&atilde;o do cliente com algo mais premium teve in&iacute;cio na Europa e nos Estados Unidos, muito influenciado por artistas da perfumaria que prezam por liberdade criativa, buscam inova&ccedil;&atilde;o e selecionam mat&eacute;rias-primas em n&iacute;veis muito superiores ao que normalmente &eacute; encontrado. Algo que conversa com o DNA da Amyi&rdquo;, explica. Apenas cinco meses ap&oacute;s o lan&ccedil;amento, o perfume Amyi VIII, criado por Samuel Moraes, foi finalista do pr&ecirc;mio The Art and Olfaction Awards, que reconhece a perfumaria criativa e de nicho ao redor do mundo, na categoria Perfumaria Independente. Outras duas novidades nacionais, de nicho, s&atilde;o Eau de Parfum 010, de Lenvie, perfumaria autoral fresca de Isaac Sinclair feita em homenagem &agrave; &aacute;gua-de-col&ocirc;nia cl&aacute;ssica, desenvolvida na cidade de Col&ocirc;nia, na Alemanha, e o sensual Velvet Tobacco EDP Intense, de Felisa, com tabaco, mel e cacau. &ldquo;Queria construir uma casa de alta perfumaria onde a tradi&ccedil;&atilde;o encontra o futuro, em uma mistura de cultura e arte&rdquo;, diz Fernanda Elisa Orcioli, fundadora da Felisa.

Segundo a Euromonitor, a estimativa &eacute; de que, at&eacute; 2027, os perfumes premium tenham um crescimento de mercado na casa dos 89% (comparativo iniciando em 2022), o dobro do que &eacute; esperado para os perfumes feitos em larga escala. Como cravou Carlos Ferreirinha, um dos maiores especialistas em mercado de luxo no Brasil, &ldquo;o paladar n&atilde;o retrocede&rdquo;. Parece que isso tamb&eacute;m se aplica ao olfato.

Perfumaria ganha potência com a estreia de frascos e marcas de peso

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