Filtros enganosos: influencers são banidos de usar em campanhas
O primeiro passo para uma nova era nas campanhas de beleza? Com rotinas cada vez mais conectadas estamos vivendo o boom das influenciadoras. Hoje, elas são são grandes referências de estilo e lifestyle, transformando as campanhas de beleza em algo ainda mais acessível, com uma comunicação fácil, leve e natural. Mas, até que ponto elas são reais? Para garantir maior transparência no ramo da publicidade a Advertising Standards Authority (ASA) baniu que influenciadores britânicos usem “filtros enganosos” em campanhas de beleza.
Mas, o que significa isso? Agora, qualquer filtro que possa exagerar o efeito de um produto específico, alterando coisas como a cor e textura da pele estão proibidos. De acordo com informações divulgadas na BBC, anúncios que violem essas regras serão removidos e proibidos de aparecerem nas plataformas novamente.
“Um foco contínuo de nosso trabalho nesta área continua a ser aumentar a conscientização sobre as regras e apoiar os influenciadores com a orientação e as ferramentas de que precisam para ajudar a colocar seus anúncios da maneira certa” revela a um porta voz à publicação.
A decisão foi tomada após a análise de duas imagens de influenciadores que, ao promover um produto de bronzeamento adotaram um filtro que deixava sua pele em uma tonalidade diferente, potencializando digitalmente a eficácia do produto. A proposta é como uma resposta à campanha #filterdrop proposta por Sasha Pallari.
A influenciadora, hoje, posta diversos conteúdos em sua conta de Instagram revelando o "antes" e "depois" da aplicação de filtro na imagem, permitindo com que seus seguidores acompanhem a transformação e se unam à campanha.
Mas, esses não são os únicos efeitos negativos dos filtros. Em 2018 um estudo divulgado pelo JAMA Facial Plastic Surgery Viewpoint revelou que adolescentes estavam buscando cirurgiões plásticos com fotos editadas de si mesmo, em busca de resultados que se assemelhavam aos filtros de redes sociais. O fenômeno foi intitulado “snapchat dysmorphia”.
“As selfies filtradas, especialmente, podem ter efeitos prejudiciais em adolescentes ou pessoas com TDC porque esses grupos podem internalizar mais severamente essa beleza” revela o Dr. Neelam Vashi, diretor do Centro de Cosméticos e Laser da Universidade de Boston para a Independent UK, na época.
De lá para cá, os filtros ganharam ainda mais força, versões ainda mais naturais e que se assemelham à realidade. Os cílios ganham mais destaque, a pele se torna mais radiante e o rosto pode se tornar mais fino - com apenas um toque na tela.
Banir os filtros das campanhas publicitárias pode se tornar um primeiro passo para uma maior compreensão dos efeitos negativos que essa “imagem perfeita” pode criar, que vai muito além da venda de um produto. Mas, ainda assim, é necessário uma grande transformação e conscientização sobre os seus efeitos. O que você acha do assunto?