Cultura

Beatlemania: Paul McCartney lança exposição inédita dos Beatles

Paul McCartney, um dos maiores artistas de todos os tempos, presenteia quem é apaixonado por cultura e arte, em 2023, com uma grande e inédita exposição fotográfica, um livro dedicado à mostra, shows ao redor do mundo e até uma faixa inédita dos Beatles feita com ajuda de inteligência artificial.

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Foto: Divulgação/National Portrait Gallery

Um adolescente obstinado que começou a fazer música junto com seus amigos na pacata cidade de Liverpool, Inglaterra, em 1959, segue surpreendendo o mundo com incrível força, jovialidade e nenhum medo de inovações aos 81 anos. O integrante que é considerado por muitos fãs dos Beatles como o coração da icônica banda britânica não dá um minuto de sossego para quem o acompanha, ainda bem! Até o dia primeiro de outubro deste ano, por exemplo, é possível conferir mais de 250 fotografias tiradas pelo cantor, compositor e multi-instrumentista, saídas de seu arquivo pessoal (e muitas delas inéditas), na importante National Portrait Gallery, de Londres. A mostra que marca a reabertura do espaço após reformas foi batizada como Paul McCartney Photographs 1963-64: Eyes of the Storm e foca nos quatro intensos meses em que John Lennon, Ringo Starr, George Harrison e Paul passaram de integrantes da banda mais popular do Reino Unido para estrelas globais e marco de uma nova era da cultura pop, após uma mítica turnê americana que envolveu um recorde impressionante. Quando se apresentaram no popular televisivo da época, The Ed Sullivan Show, no dia 9 de fevereiro de 1964, eles foram vistos por uma audiência de mais de 73 milhões de pessoas, transformando-os em superstars que redefiniram o significado de fama e adoração na era moderna.

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Foto: Divulgação/National Portrait Gallery

Em um momento em que artistas nem sonhavam em ter ferramentas como Stories do Instagram e posts do TikTok para matar a curiosidade dos fãs, Paul conseguiu eternizar momentos de intimidade que despertam curiosidade até mesmo de quem não é tão fã assim da banda. Os retratos que revelam o olhar do baixista de 21 anos passam por Liverpool, sessões em um estúdio em Paris, a catarse da passagem por Nova York e a descontração de alguns dias de férias em Miami. 

 

“Vendo essas fotos agora, décadas após serem tiradas, acho que tem uma certa inocência sobre elas. Tudo era novo para nós naquele momento. Mas eu gosto de pensar que não as tiraria diferente hoje em dia. Elas me remetem a tantas histórias, um mergulho em memórias especiais, uma das razões para que eu as ame tanto. Sei que elas sempre vão aflorar a minha imaginação”, diz Paul McCartney.

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Foto: Divulgação/National Portrait Gallery

O interesse do perfeccionista integrante dos Beatles pelas artes visuais entrega que ele se inspirou em alguns movimentos artísticos, que afloraram na época, para realizar os cliques. Mesmo ainda muito jovem, ele conseguiu captar características do movimento New Wave, do fotojornalismo, do estilo snapshot (que abraça a imperfeição), do realismo e do movimento audiovisual Free Cinema para captar não apenas os outros integrantes da banda, mas personagens que fizeram parte de um dos bastidores mais desejados do mundo pop. Tem até uma selfie. 

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“Sabemos como o movimento da beatlemania parece visto de fora, mas como isso era percebido por aqueles quatro pares de olhos que viveram isso em primeira mão? Depois de mais de meio século nos acostumamos com registros jornalísticos dos sorridentes Beatles e seus fãs, mas as fotos tiradas por Paul McCartney aparecem muito mais com um álbum de família, com pessoas clicadas em momentos íntimos, de relaxamento e alegria”, diz Nicholas Cullinan, diretor da National Portrait Gallery.

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Imagens de momentos de caos e fama, mas também cliques de dias de descanso. A exposição de reabertura da National Portrait Gallery celebra a vida e a obra dos Beatles
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Para quem acha que tais novidades bastam para Paul, em entrevista neste ano ele revelou que está envolvido em um ambicioso projeto de lançar o que seria “a última faixa inédita dos Beatles”. Com ajuda de inteligência artificial, para melhorar a qualidade do áudio enviado por John Lennon, em uma fita cassete, e unir os demais acordes da banda, dentre eles o de George Harrison, a música que por falta de recursos tecnológicos não foi lançada quando Free As a Bird ganhou o mundo em 1995 (o som original, inacabado, era de 1977), causou um verdadeiro alvoroço entre apaixonados por clássicos e por novas tecnologias. A vontade de Paul de brincar com o novo também apareceu em seu show apoteótico no festival de Glastonbury, em 2022, quando ele fez um dueto com Lennon e emocionou o público, também com ajuda de inteligência artificial isolando o áudio do compositor de Imagine, parte do trabalho desenvolvido durante a produção da série documental The Beatles: Get Back (2021). 

  

Com uma nova turnê no calendário, inclusive com shows no Brasil programados ainda para 2023, Paul McCartney está longe de pensar em aposentadoria. E como um ousado jovem de 81 anos seguirá nos surpreendendo. Let it be!

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