Cultura

Oscar 2025: 5 livros que inspiraram filmes indicados à premiação

Confira as obras que originaram os sucessos que concorrem à estatueta mais disputada do ano

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Fernanda Torres em cena de 'Ainda Estou Aqui' | Foto: IMDB

Não é de hoje que a literatura inspira diretores, roteiristas e atores na concepção de seus filmes. Por trás do glamour dos tapetes vermelhos, inúmeras histórias das páginas dos livros já foram adaptadas para o audiovisual. Em se tratando de Oscar, a 97ª edição do evento mais badalado da temporada conta com roteiros originados das prateleiras físicas e virtuais da literatura.

Com este espírito, selecionamos 5 livros que inspiraram os filmes que estão na corrida para o Oscar deste ano. Confira a lista!

Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva (2015)

Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva | Foto: Divulgação/Amazon

A obra do escritor brasileiro conta a jornada de Eunice Paiva que foi casada com Rubens Paiva, deputado cassado e exilado durante a ditadura no Brasil. Criando 5 filhos, ela se tornou mãe solo em 1971 quando o marido foi preso por agentes da ditadura, torturado e morto. Em meio a cenas e diálogos marcantes, Marcelo Rubens Paiva fala da jornada de sua mãe, de suas memórias da infância e, acima de tudo, de um período obscuro da história do país.

O filme homônimo - baseado no livro do escritor brasileiro -, dirigido pelo cineasta Walter Salles, concorre à categoria de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro. Além do ator brasileiro Selton Mello, a produção também conta com a atuação de Fernanda Torres, vencedora do prêmio Melhor Atriz de Filme de Drama no Globo de Ouro 2025, que concorre à estatueta de Melhor Atriz no Oscar deste ano.

 

Wicked, de Gregory Maguire (1995)

Wicked, de Gregory Maguire | Foto: Divulgação/ Amazon

Subvertendo o encanto e a fascinação dos contos de fadas, Wicked apresenta um mundo em que a magia pode ser obscura e povoada de personagens tão complexos como fascinantes. Lançado em 1995, o autor Gregory Maguire homenageia o clássico O Mágico de Oz (1900), do escritor americano de L. Franklin Baum, ao dar vida a duas protagonistas femininas: Elphaba e Glinda. Mergulhando no universo das duas bruxas, a obra trata de temas universais, como amizade, acolhimento e superação.

Adaptada com imenso sucesso para os palcos da Broadway, há décadas é um dos musicais mais assistidos e amados pelo público. Em sua obra, Maguire cria um mundo vivaz, sombrio, belo e que leva o leitor a um reino cheio de intrigas políticas, rivalidades e revoluções. Nascida com a pele verde, a protagonista Elphaba tem uma aptidão inata para a magia, o que a coloca à margem da sociedade. Um dos temas centrais do livro é sua jornada em busca da aceitação em um mundo que a rejeita, além de sua transformação em uma figura lendária no enredo. 

Neste ano, o filme homônimo levou os fãs do musical à loucura com as atuações de Ariana Grande, na pele de Glinda, e Cynthia Erivo como Elphaba. Na corrida pela estatueta do Oscar, o filme concorre a 10 categorias, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Atriz para Cynthia Erivo e Melhor Atriz Coadjuvante para Ariana Grande.

 

Dylan goes eletric, de Elijah Wald (2015)

Dylan goes eletric, de Elijah Wald | Foto: Divulgação/Amazon

A obra do jornalista e guitarrista americano Elijah Wald faz um inventário da trajetória do ícone musical Bob Dylan, especialmente sua performance em Newport Folk Festival em 1965. Naquela noite, acompanhado por uma banda elétrica, ele tocou Like a Rolling Stone - o hit que abalou as estruturas da história da música.

A apresentação marcou a transição do folk para o rock e transformou a forma como o público consumia a música popular. O momento foi considerado uma declaração de independência musical de Dylan, o fim do renascimento do folk e o nascimento do rock como a voz de uma geração – e um dos momentos decisivos na música do século XX.

Ao longo do livro, o autor detalha as tensões culturais e musicais na exploração do contexto cultural, político e histórico da apresentação, além da evolução de Dylan e seu impacto duradouro na cultura dos anos 1960. O livro ainda não foi lançado no Brasil.

Um Completo Desconhecido (2024), filme baseado na obra de Wald, traz Timothée Chalamet na pele de Bob Dylan e foi indicado ao Oscar em oito categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator para Chalamet e Melhor Figurino.  

 

Drácula, de Bram Stocker (1897)

Drácula, de Bram Stoker | Foto: Divulgação/Amazon

Desde sua publicação, o romance de Bram Stoker já ganhou várias adaptações e se tornou um clássico da literatura gótica. Considerada um cult pop, a obra inspirou o roteiro de Nosferatu em diferentes versões: 1922, 1977 e 2024. Em sua última adaptação, dirigida pelo cineasta americano Robert Eggers, o personagem Thomas Hutter viaja para a Transilvânia em 1838. Ele deseja negociar com o misterioso Conde Orlok a compra de uma propriedade. Durante a jornada, ele é alertado por moradores da cidade a desistir da viagem. Ao chegar ao castelo de Orlok, Hutter é aprisionado e o conde persegue Ellen, a esposa de Hutter. A relação entre ela e Orlok, marcada por um magnetismo obscuro, torna-se o centro do enredo. Para os amantes dos filmes de terror e mistério, o enredo é repleto de referências e imagens impressionantes. 

No Oscar deste ano, o longa-metragem recebeu indicações nas categorias de Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Figurino, Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção

 

Conclave, de Robert Harris

Conclave, de Robert Harris | Foto: Divulgação/Amazon

Publicado em 2016, a obra do escritor britânico Robert Harris é ambientada no Vaticano onde o Cardeal Lawrence é responsável por coordenar a eleição de um novo Papa após a morte do Pontífice anterior. Ao longo do enredo, o personagem se vê envolvido em uma teia de segredos e intrigas que desafiam a sua fé e ameaçam os alicerces da Igreja Católica.

Revelando faces desconhecidas e surpreendentes, a tarefa de Lawrence não se mostrará simples, pois entre os elegíveis e os grupos que se formam em torno deles há diferenças inconciliáveis. Além do contexto conturbado, surge a notícia de que o falecido papa elegeu um cardeal até então desconhecido de todos. 

O roteirista Peter Straughan adaptou o romance para o filme homônimo dirigido pelo cineasta suiço Edward Berger. Na corrida pelo Oscar 2025, o longa-metragem de drama concorre em oito categorias, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Ator para Ralph Fiennes no papel principal, Atriz Coadjuvante para Isabella Rossellini, Roteiro Adaptado, Edição, Design de produção, Figurino e Música Original.

 

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