Anacê apresenta coleção batizada de Córion: memória, origem e conexão
Anacê mergulhou no processo de repensar a perenidade das roupas e afirmar o vestuário como condutor de experiências de mundo e gerador de significados para a existência
Depois do hiato de um ano sem desfilar, a estilista Ana Cecília Gromann olha para o papel da roupa como memória de quem a usa, partindo do essencial livro “O Casaco de Marx”, de Peter Stallybrass. Foi assim que ela mergulhou no processo de repensar a perenidade das roupas e afirmar o vestuário como condutor de experiências de mundo e gerador de significados para a existência. A coleção para a sua Anacê foi batizada de Córion: memória, origem e conexão. Ana Cecília usa a palavra córion, nome da membrana que envolve o embrião no útero da mãe como metáfora para o entendimento da roupa como uma segunda pele, além de resgatar memórias próprias.
Na passarela foram apresentados jeans em alfaiataria e o tricô ganhou vida manualmente com fios de viscose e ourelas dos tecidos usados em outras peças. Já os itens em látex amazonense foram desenvolvidos em parceria com cooperativas de seringueiros da região. Essas criações e também a camisaria dupla-face, expandindo as possibilidades do guarda-roupa. Nos acessórios, a bolsa envelope já feita pela marca aparece redesenhada num formato mais alongado, quase como uma bolsa carteira, enquanto outra opção em couro é dois em um, modelo bem grande que se transforma em uma bolsa menor, tipo baguette. As semijoias, novo desenvolvimento autoral divide protagonismo com os óculos da collab com a Moon Eyewear. O desfile aconteceu na galeria Herança Cultural.