Balmain apresenta desfile dividido em três atos na Semana de Moda de Paris

Pouco antes do desfile da Balmain, o diretor criativo da marca, Olivier Rousteing postou na sua conta no Instagram a seguinte mensagem: “Estamos cientes de que há coisas mais importantes acontecendo no mundo hoje. É difícil se sentir bem em focar em passarela e roupas, enquanto ouvimos com o coração pesado as últimas notícias. Nossos pensamentos e orações estão com os ucranianos. Somos inspirados por sua dignidade, resiliência e devoção à liberdade”. A declaração foi pertinente diante de uma coleção repleta de looks finalizados com armadura corporal e itens de proteção lembrando roupas de combate.

No texto para a imprensa e convidados, escrito em primeira pessoa, o estilista explicava que a coleção estava pronta quando a Rússia decidiu invadir a Ucrânia. “No final do ano passado, quando comecei a esboçar essas coleções, minha inspiração foi pessoal: minha resposta a experiências nem sempre agradáveis ​​nas mídias sociais”, explicou Olivier. As roupas de proteção dialogam, ainda, com o acidente doméstico grave que ele sofreu em 2020, quando a lareira de sua casa explodiu. Na época, ele preferiu não divulgar o fato ou as queimaduras que teve em várias partes do corpo. Essa experiência explica, ainda, a cartela de cores claras, principalmente brancos e cremes da coleção.

O desfile, dividido em três atos e que começou por uma apresentação de dança, resumiu experiências pessoais, mas acabou - involuntariamente - dialogando com o presente. Daí o cuidado do estilista, e também da marca, em explicar o contexto. Metaforicamente, vida real ou realidade coletiva, a citação: “É muito mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se você conseguir se julgar corretamente, então você é realmente uma pessoa sábia”, retirada de “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, usada com a aprovação do Antoine de Saint Exupéry Estate, resume muito do que estamos vivendo.