Balmain homenageia Cher em Semana de Moda de Paris

Em uma temporada de desfiles, leitores costumam buscar pelas análises das tendências. “O que vai se usar na próxima estação?” E quando esse não é o foco em uma coleção? Bem, verdadeiros criadores tendem a diluir as necessidades comerciais em uma visão própria, resultado do zeitgeist com seus desejos, DNA e posicionamento da marca. É possível ver tudo isso no verão da Balmain. Desde que sofreu um acidente dentro de casa, que lhe deixou com queimaduras e a difícil recuperação de seu corpo, Olivier Rousteing parece ter ampliado horizontes focando em assuntos mais amplos: pensamentos sobre beleza, mídias sociais, meio ambiente e sobre si mesmo parecem saltar do presente do diretor criativo da Balmain. Até mesmo incongruências como um desfile mega com mais de 100 looks, em um estádio - democratização X sustentabilidade?. Ok, equilíbrio também vem com o tempo... Há, na coleção, trabalhos manuais primorosos nas tramas naturais e, também, a força da tecnologia. Existe uma estética nômade que nos leva tanto a sobreviventes típicos de ficções científicas quanto ao minucioso trabalho digno da alta-costura, além do fortalecimento do discurso inclusivo através do casting. Falando sobre isso, sobre presença, Cher foi a grande homenageada da noite. Famosa por reinventar continuamente sua música e imagem, aos 76 anos ela entrou na passarela fabulosa ao final, ao lado de Rousteing. Fica a mensagem subliminar que une todos os pontos.