Chanel apresenta Alta-Costura no Palais Galliera, em Paris
Um choque na Chanel: com o retorno dos desfiles presenciais, pela primeira vez em muito tempo o show da alta-costura da marca não aconteceu no Grand Palais — cenário favorito das grandes intervenções de Karl Lagerfeld — mas no jardins do Palais Galliera.
A troca tem razão de ser: não só o cenário anterior está ganhando uma grande reforma (inclusive com apoio da maison), mas o museu Galliera (também recém-reformado) abriga agora uma expo retrospectiva sobre o trabalho da própria Gabrielle Chanel.
O tom mais baixo, sem cenários mirabolantes, tem a ver com o momento do mundo mas também com o esforço de Virginie Viard de trazer a casa francesa cada vez mais para dentro da sua visão — um bocado mais contemporânea. Para isso também ela convocou Sofia Coppola para um filme com a sua musa atual, a atriz Margaret Qualley (filha de Andie MacDowell), que complementa o desfile. E colocou os grandes ateliês associados à Chanel para construir uma coleção que mira numa garota bem interessante — que pode se apaixonar pelos tweeds em conjuntos modernizados e de ombros importantes e meio oitentistas, usados sobre bustiês de renda; alfaiatarias confortáveis que flertam com o clássico sem parecer peça de museu e vestidos românticos que abusam das preciosas artesanias manuais.