Dior em sua floresta encantada para Outono 2020 da Alta Costura
Revelando uma alma sonhadora através de um filme cheio de magia e mitologia, a coleção da Dior homenageia o Théatre de la Mode, de 1945
Uma das apresentações mais esperadas da Alta Costura! Se adaptando em tempos de pandemia, a Dior trouxe sua coleção de uma maneira diferenciada para a temporada de Outono/Inverno 2020. A delicadeza dos ateliês de Paris incorporados nas ideias de Maria Grazia Chiuri, traduziram virtualmente sua visão artística em uma homenagem ao ‘Théatre de la Mode’, de 1945. O resultado? Não poderia ser melhor!
Logo após a Segunda Guerra mundial, em 1945, em um cenário no qual as clientes da Alta Costura não podiam ir a Paris para assistir aos desfiles, os designers tiveram a ideia de fazer uma exposição itinerante com as roupas feitas em tamanho reduzido, usando manequins-bonecas com aproximadamente 1/3 das medidas do corpo humano. Roupas fiéis aos looks originais davam às clientes uma ideia exata do que seriam as peças, nascendo então o ‘Théatre de la Mode’.
A impossibilidade de viajar e de manter um público físico para a apresentação fez com que a diretora criativa relacionasse os acontecimentos do pós-guerra com a atualidade. Assim, unindo necessidade à sua mente criativa, trouxe com exatidão a solução para o momento.
Assim, um capítulo importante da história da moda e da trajetória de Monsieur Dior foram referências e o desafio foi imediatamente aceito pelas pequenas mãos dos ateliês Dior, se superando em sua inigualável essência e dando vida à perfeição da Alta Costura. Porém, como apresentá-la ao mundo? Foi a partir deste questionamento que Maria Grazia decidiu convidar o cineasta italiano Matteo Garrone para que ele pudesse traduzir sua visão artística para um formato audiovisual, sem perder sua verdadeira essência.
Intitulado Le Mythe Dior, criações em miniatura ganharam vida, viajando em uma imaginação onírica de histórias e mitologia. Uma verdadeira alquimia do sonho Dior com a sétima arte. A nobreza da poesia artesanal em 37 silhuetas fascinantes, celebraram o trabalho e a trajetória de cinco figuras surreais e lindamente inspiradoras: Lee Miller, Dora Maar, Dorothea Tanning, Leonora Carrington e Jacqueline Lamba. Visionárias, essas personalidades ousadas transcenderam em seu papel de "musas", afirmando sua vocação como artistas com talentos deslumbrantes.
Para Chiuri, imagens surrealistas conseguem tornar visível o que, em si, é invisível. Segundo ela, o mistério e a magia também oferecem uma maneira de exorcizar a morte e a incerteza do futuro, sendo usados como um verdadeiro escapismo da realidade.
Confira o vídeo!