Dior evoca o arquétipo de deusas para a coleção Haute Couture
Para a coleção de alta-costura 2023/24, a Dior dialoga com o trabalho de Marta Roberti. Confira os detalhes!
Figuras femininas e uma conexão com artistas que exaltam o feminino têm sido uma constante no trabalho da diretora criativa Maria Grazia Chiuri à frente da Dior. Para a alta-costura 2023/24, ela olha para o arquétipo das deusas e dialoga com o trabalho de Marta Roberti, que estudou as iconografias de várias deusas, quase sempre associadas a animais. “Comecei imitando suas posturas, inicialmente de forma performativa, copiando suas poses e movimentos com meu corpo, encarnando suas peculiaridades até torná-las minhas”, explica a artista que se expressa através do desenho. Seu trabalho serviu de base principalmente para o cenário com bordados realizados pela Chanaya School of Craft, enquanto bordados das roupas foram realizados pelos ateliês Chanakya, em Mumbai, Índia.
A visão da artista que reside em Roma reverbera também no conceito das roupas: vestido e corpo se fundindo através do preciosismo da s técnicas da alta-costura. Linkando com a inspiração em divindades, itens como túnica, peplum, capa e estola surgem como pontos-chave de silhuetas verticais finalizadas por sandálias flat. De estátuas clássicas e de colunas da arquitetura vieram, por exemplo, casacos estruturados a partir de dobras abaixo da linha dos seios. É nesse mesmo caminho que o plissado se torna detalhe importante, principalmente nas mangas dos casacos de alfaiataria. A cartela de cores fortalece o branco, com espaço para bege, prata, dourado-claro e preto. Outro detalhe singelo e forte ao mesmo tempo são as pérolas, que foram usadas em bordados, entrelaçadas com fios prateados. Entre os tecidos, destaque para a lã e o cashmere.
É uma coleção atemporal que destaca a sofisticação contida na simplicidade da modelagem feita em moulage, diretamente sobre o corpo, e em que não há espaço para moldes de papel. Pureza e apuro que é destacada, ainda, pela sequência em branco. Bela.