Dior traz referências tecnológicas e esportivas para a passarela da PFW
Para a temporada de inverno 2022, a Dior apostou em uma coleção tecnológica, esportiva e sem derixar de lado seu DNA típicos e referências adoradas por Monsieur Dior. Confira!
Monsieur Christian Dior adorava a estética feminina dos séculos passados. E foi trabalhando essas imagens que ele chegou ao New Look, que está fazendo 75 anos. A data comemorativa parece inspirar Maria Grazia Chiuri nesta coleção para o inverno 2022 da Dior, com os muitos exercícios sobre o tailleur bar e interferências tecnológicas aliadas a referências esportivas. Do passado, a costura mais significativa entre ontem, hoje e amanhã vem com a ressignificação do espartilho, que dava sustentação à silhueta que virou a cara dos anos 50. O retorno da peça foi um dos motivos de críticas das feministas após as conquistas no mercado de trabalho durante a Segunda Guerra Mundial. Esse episódio histórico traz ainda mais significado ao trabalho de Maria Grazia, primeira mulher à frente da grife francesa e, sabidamente, feminista.
Várias marcas vêm trabalhando o espartilho como recurso estético nesta temporada. Aqui, a importância histórica dentro da grife fortalece o processo criativo. Maria Grazia olhou para o universo esportivo em busca de inspiração, transformando a peça em armadura externa para guerreiras urbanas enfrentarem uma nova era. Como no modelo que recebeu um sistema que regula a umidade do corpo e o aquece se necessário, graças a técnicas inovadoras desenvolvidas em parceria com os laboratórios da start-up D-Air lab. Esse exercício também gerou maxi-cintos em couro estruturado e vazados que acentuam a silhueta. A jaqueta e a saia do tailleur não ficaram de fora e foram trabalhados em tecidos emprestados do guarda-roupa masculino. The Next Era é, ainda, o título do trabalho que a artista italiana Mariella Bettineschi imaginou para o cenário do desfile, transformando a passarela em uma galeria de pinturas composta por grandes retratos de mulheres pintados entre os séculos 16 ao 19. Interferências nos olhos dessas imagens questionam o julgamento que condicionou – e ainda condiciona – as mulheres do passado e do presente.
O olhar se inverte para sugerir outra leitura da história da arte, assim como Maria Grazia vem (re)construindo uma relação performativa entre o corpo e a vestimenta numa perspectiva técnica, estética, numa sucessão de interferências associando formas, savoir-faire, materiais e tecnologias futuristas que posicionam a maison no século 21.
