Marni apresenta coleção de inverno sob nova ótica
Para a temporada mais fria do ano, a Marni aposta em um novo estilo, nos levando à pequenos questionamentos e reflexões filosóficas. Confira!
Na busca das grandes marcas de moda para atingir públicos mais jovens, o caminho costuma ser apenas estético. Mas a Marni tocada por Francesco Risso tomou um caminho abrupto nos últimos anos — de clássico cult da moda italiana, tornou-se um veículo de reflexões extremas, questionamentos políticos (leves) e filosóficos, além de novos formatos de comunicação. Tem dado certo e se intensificou nos últimos anos de pandemia.
Nesta temporada, Francesco levou seus convidados para um bosque fantasioso e escuro, fazendo um desfile-performance que ninguém sabia por onde começava e iluminado basicamente por lanternas (e alguns holofotes para ajudar nos registros fotográficos). “Para onde nós vamos depois?”, perguntava uma das frases de efeito do convite. Depois da pandemia? Depois do desfile? Isso fica por conta de quem lê. Fato é que Risso tem transformado a Marni num grande laboratório de possibilidades e pequenas loucurinhas de passarela — os produtos seguem perfeitamente dispostos nos canais de venda, claro. Libertando-se de amarras comerciais ou de vontades de fazer um desfile padrão, o diretor-criativo dá shows de styling um pouco anárquico com peças rasgadas, tingimentos naturais, tricôs handmade e alfaiatarias largas. É um passo corajoso levar a marca nessa direção, mas ele não deixa de mostrar que (mesmo potencialmente esquisito) o savoir-faire da Marni continua sendo relido para um novo público e uma nova ótica.