Emporio Armani: um mix de interpretações sobre modos de vestir

Aos 88 anos, o veteraníssimo Giorgio Armani tem em mãos um apanhado muito próprio de referências construídos ao longo do tempo. Qualquer dos seus desfiles é altamente reconhecível de longe — mas mais do que por conforto, por mão firme sobre o universo em que se arrumou. Um dos seus ápices é sua interpretação sobre outras culturas — ele mesmo, um viajante à moda antiga — que aparece bem no verão da Emporio Armani. Giorgio amarra de maneira difusa um mix de interpretações sobre modos de vestir de outras sociedades, especialmente orientais, que a sua geração europeia classificava como “exóticas”. Mas, mais do que se apanhar em cópias ou apropriações culturais, decifra shapes, soluções e tradições alheias sob os filtros da sua própria tradição. Um marco de como funciona modo inteligente o exercício da criação de moda. As viaggiatores da Emporio deste verão não têm nada de rígido no guarda-roupa — o mundo já está difícil demais para se vestir de maneira desconfortável — apostando em alfaiatarias de tecidos leves, calças amplas, sarongues e transparências; mas sem querer deixar a graça de lado, olhando para cores metalizadas, transparências e bordados pontuais.